FABRÍCIO VARGAS – JORNALISTA E GERENTE DE PROJETOS DA SECOM
Na noite de segunda-feira, 13 de novembro, 32 passageiros vindos de Gaza desembarcaram na Base Aérea de Brasília, recepcionados pelo presidente Lula.
Após 37 dias de espera por permissões de autoridades israelenses, palestinas e egípcias, esses repatriados puderam finalmente integrar a Operação Voltando em Paz, que já resgatou 1.477 brasileiros da zona de conflito no Oriente Médio em voos da Força Aérea.
Entre os relatos de sofrimento e esperança, Hasan Rabee, um dos porta-vozes do grupo, compartilhou sua experiência.
Ele relembrou o momento em que ficou preso após um casamento na Faixa de Gaza e expressou sua gratidão pela oportunidade de retornar ao Brasil. Hasan destacou a importância do suporte oferecido pela Embaixada do Brasil em Ramala, que providenciou alimentação, recursos para comida, gás, apoio médico e psicológico durante o período de aflição.
Mahmoud Abuhaloub, outro repatriado, descreveu a terrível situação em Gaza, onde o medo era constante e a sensação de insegurança permeava todos os momentos.
Apesar de estar em segurança no Brasil, Mahmoud expressou sua preocupação com os familiares que ainda permanecem na região, ressaltando que, embora seu corpo esteja relaxado, sua mente e coração ainda estão angustiados.
A história de Shahed Albanna, uma brasileira que viveu na Faixa de Gaza por um ano e meio, é marcada por luto, resiliência e esperança.
Após perder sua mãe e sua casa durante o conflito, Shahed expressou sua preocupação com os familiares que ainda estão em Gaza, compartilhando o desejo de poder ajudá-los a se juntarem a ela no Brasil.
O presidente Lula enfatizou o compromisso do governo em repatriar todos os brasileiros e seus parentes que desejam refazer suas vidas no Brasil, independentemente de sua origem.
Ele destacou a importância de garantir que esses repatriados recebam o acolhimento necessário, incluindo suporte na área de saúde, documentação e assistência social.
A Operação Voltando em Paz, que já repatriou 1.477 passageiros, demonstra o esforço conjunto do governo brasileiro, envolvendo cerca de 150 militares e 37 profissionais de saúde.
A atenção ao estado psicológico dos repatriados é uma prioridade, considerando o período difícil que enfrentaram em Gaza.
Esses relatos de esperança, sofrimento e recomeço refletem a resiliência e a determinação daqueles que vivenciaram a realidade de uma zona de guerra. A chegada desses repatriados ao Brasil representa não apenas um alívio, mas também um novo começo em busca de paz e estabilidade.
