Paralelo 29

Ao retomar Prefeitura de Itaara, Padre Sílvio diz ser vítima de “tramas diabólicas”

Silvio Weber (ao centro) retornou na segunda-feira/Foto: Divulgação

“Eu não fiz nada de errado”, diz prefeito, que afirma ter sido vítima de um golpe

De volta à Prefeitura de Itaara, após um ano de afastamento, Sílvio Weber (atualmente sem partido) reafirmou ser inocente em relação às cinco denúncias do Ministério Público (MP) contra ele.

Weber, que retornou ao cargo na segunda-feira (12), foi alvo da Operação Santidade, nome dado pelo fato dele ser padre. Ele foi eleito em 2020 pelo PSB em uma chapa pura, já que a vice-prefeita eleita, Salete Desconzi também era da mesma sigla. Salete assumiu como interina por um ano.

Prefeito deu entrevista a um podcast

Em uma entrevista no Podcast No Galpão, transmitida na noite desta quarta-feira (15), Weber diz ter sido alvo de um golpe armado por adversários políticos, entre eles o então presidente da Câmara de Vereadores de Itaara, Robertson Tatsch (PSB), conhecido no município como Mano Zimmermann.

“Eu não fiz nada de errado. Se alguém fez, foi sem meu conhecimento”, disse o prefeito no podcast, afirmando que foi alvo de “narrativas diabólicas” construídas durante dois anos.

Segundo Silvio Weber, “não há prova de nada” contra ele. O prefeito também negou a acusação de que seria o mentor de um assalto à casa de Mano Zimmermann, no ano passado. O crime teria como objetivo roubar documentos que serviriam de supostas provas do esquema de corrução na Prefeitura.

Ainda conforme o prefeito de Itaara, das cinco denúncias contra ele, duas já foram arquivadas, e as outras três também serão.

Questionado pelo paralelo29.com.br sobre mudanças na Prefeitura de Itaara, após seu retorno, Weber disse na terça-feira (14) que ainda não havia tomado nenhuma medida.

Vereador lamenta retorno: “Lastimo muito por Itaara”

O ex-presidente da Câmara Itaara discorda e diz que há, provas, sim, contra Weber. Na segunda-feira, ele estava viajando e lamentou o retorno do prefeito afastado. Mas disse que já era esperado.

“Surpreso zero por cento. Lastimo muito por Itaara. Reafirmo as palavras do MP: vastas provas”, disse Mano Zimmermann, afirmando que muitas “estão em poder dos vereadores”.

“Entendo ser uma questão de tempo. Não existe a versão ‘nada foi encontrado'”, alfineta o vereador, que é autor de um pedido de impeachment do prefeito protocolado este ano.

TJRS mantém afastamento do prefeito de Itaara, Silvio Weber, por mais seis meses

Caso no Tribunal de Justiça

Weber foi afastado primeiramente em 17 de novembro do ano passado, quando o MP deflagrou a Operação Santidade em Itaara. Inicialmente, ele foi afastado por seis meses. Em 17 de maio deste ano, quando esse prazo expirou, o MP pediu mais meio ano de afastamento, e a Justiça acatou.

Como Silvio Weber é prefeito, quem julga o caso é a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), que deferiu os dois afastamentos.

Câmara de Itaara abre processo de cassação do prefeito afastado, Padre Sílvio Weber

Prefeito é acusado de chefiar esquema

Conforme o MP, Weber é suspeito de chefiar um suposto esquema de desvio de recursos públicos. Esse esquema envolveria contratações fraudulentas de empresas na área de pavimentação.

Weber é suspeito de chefiar o suposto esquema de desvio de recursos públicos.

Conforme o promotor Antonio Képes, responsável pelas investigações, na época, o esquema envolveria desvio de dinheiro público em contratações fraudulentas de empresas na área de pavimentação. Os prejuízos teriam ultrapassado a cifra de R$ 471,1 mil.

Ainda de acordo com o MP, há suspeitas de pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos com de desvio de dinheiro público.

O afastamento dos investigados, segundo o TJRS, teve como objetivo evitar “novos crimes e garantir o andamento das investigações” sem a interferência dos suspeitos. Um afastamento definitivo só será possível se houver condenação em processos criminais.

Compartilhe esta postagem

Facebook
WhatsApp
Telegram
Twitter
LinkedIn