ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR
“A população geral não sabe o que está acontecendo, eles nem sequer sabem que não sabem.” Noam Chomsky é o autor desta assertiva.
A frase encerra em poucas palavras o universo das comunicações e o mundo como um todo nesta “longa estrada da vida”. Vivemos em uma época de abundância de informação… e desinformação.
Temos acesso a uma variedade de fontes de notícias, mas também a uma infinidade de boatos, mentiras e manipulações. Somos alvejados por opiniões, interesses e ideologias. O fato é que cada um joga no seu quadrado, no caso, no seu quadrante ideológico. Lógico.
CRÔNICA DO ATHOS: Uma cruz simplesinha
E nós, meros mortais periféricos, estamos sujeitos a esse bombardeio. Como saber o que é verdadeiro e o que é falso?
Segundo ele, o Noam, isso se deve a um sistema de propaganda que visa moldar a opinião pública e manter as pessoas em um estado de apatia, conformismo e obediência. Aleluia, irmão!
Esse sistema utiliza diversos mecanismos, como a seleção de temas, a distorção de fatos, a criação de inimigos, a indução ao medo, a repetição de slogans, entre outros.
CRÔNICA DO ATHOS: A Terceira Viagem
É a velha história da mentira repetida mil vezes. A gente só percebe depois do acontecido. E isso que não estamos absolutamente alheios aos acontecimentos.
Chomsky defende que a única forma de resistir a esse sistema é desenvolver um senso crítico e buscar fontes alternativas e independentes de informação.
Ele também sugere que comparemos diferentes versões da mesma notícia, que verifiquemos a credibilidade das fontes, que busquemos informações complementares e que questionemos as nossas próprias crenças e preconceitos.
Bah! Isso é difícil num país que briga até na hora de cantar o hino antes de uma partida de futebol. Não é fácil exercer esse papel de cidadão consciente e informado. Exige tempo, esforço, curiosidade e coragem.
CRÔNICA DO ATHOS: A nossa camiseta jamais será verde
É para poucos, o melhor mesmo é viver numa eterna ignorância e seja o que Ele quiser. É mais fácil ficar numa praça jogando milho aos pombos ou numa rede na varanda.
E há os que nem acesso têm a essa gama infinita de informações. É aí que entra a essência do tio Noam: eles não sabem que não sabem. E os que sabem e podem não estão nem um pouco interessados em mudar a situação.
É melhor que não saibam. E tudo segue como o lento andar de uma carreta de melancias. E viva o status quo. Vida que segue. A propósito: o meu status é de uma rede na varanda de frente para o pampa.