Padre Sílvio deveria ser ouvido por comissão de impeachment
A semana começou agitada no município de Itaara, ao lado de Santa Maria. Nesta segunda-feira (27), estava previsto o depoimento do prefeito Padre Sílvio Weber (sem partido) à comissão que analisa um pedido de impeachment dele. O prefeito não foi, e à noite, moradores protestaram na Câmara.
Conforme o vereador Robertson Tatsch (PSB), o Mano Zimmermann, um dos desafetos de Weber, o prefeito não compareceu para ser ouvido na comissão processante que analisa o pedido de impeachment. A sessão estava marcada para o início da tarde.
Ao retomar Prefeitura de Itaara, Padre Sílvio diz ser vítima de “tramas diabólicas”
Ausência e participação em live
Moradores que são contrários ao prefeito ficaram irritados pelo fato dele não ter comparecido. Pouco antes do horário marcado, Sílvio Weber participou de uma live em um canal de notícias de Itaara, o Itaara News, onde apareceu mostrando obras em ruas e estradas.
Sílvio Weber retornou à Prefeitura de Itaara há duas semanas depois de ficar um ano afastado em razão da Operação Santidade, deflagrada em novembro do ano passado para apurar denúncias de corrupção.
No Facebook da Prefeitura, o prefeito postou fotos de reuniões que teve nesta segunda, entre elas um encontro com a comissão representativa da Ferita, uma feira tradicional do município.
Câmara de Itaara abre processo de cassação do prefeito afastado, Padre Sílvio Weber
Acusações do MP
O prefeito nega as acusações do Ministério Público (MP), entre elas a de chefiar “um esquema criminoso de direcionamento de certames públicos, com objetos superfaturados”.
Em um deles, segundo o MP, houve um prejuízo aproximado de R$ 471,1 mil para os cofres públicos da Prefeitura de Itaara. Também há suspeitas de pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos.
Ainda conforme o MP, o prefeito seria o autor intelectual de um assalto à casa do então presidente da Câmara de Itaara, Mano Zimmermann. Weber acusa adversários políticos de tentarem um golpe para tirá-lo do cargo e afirma ser vítima de “tramas diabólicas”.
O site paralelo 29.com.br tentou falar com o prefeito nesta segunda-feira, mas ele não respondeu aos contatos. Da mesma forma, o advogado dele, Bruno Paim, também não se manifestou.
O pedido de cassação do prefeito foi apresentado em agosto deste ano, quando ele ainda estava afastado. A oposição na Câmara de Itaara tenta votar a cassação ainda este ano.
Câmara de Itaara adia depoimento do prefeito, que estava previsto para esta quarta-feira
Audiência do orçamento também foi adiada
Também nesta segunda-feira, a Comissão de Finanças da Câmara de Itaara transferiu uma audiência pública que estava marcada para as 18h com a finalidade de discutir o orçamento do município para 2024. A nova data ficou para 4 de dezembro, conforme nota publicada pelos vereadores Edson da Silva Vasconcellos (PSB), presidente da Casa, e André Burin (PP), presidente da Comissão de Finanças.
Mesmo assim, lideranças contrárias ao prefeito foram até a Câmara, já que a sessão plenária semanal foi mantida para as 19h. Com camisetas, faixas e cartazes, eles protestaram, pedindo a saída do prefeito. Este é o segundo protesto na Câmara. Na segunda-feira passada, ocorreu a primeira manifestação.