Paralelo 29

Câmara de Vereadores de Itaara cassa mandato do prefeito Padre Sílvio com 6 votos favoráveis

Foto: Reprodução, TV Câmara

Três vereadores optaram pela abstenção; vice-prefeita deve assumir o cargo

Em uma longa sessão, que começou na noite de quinta-feira (14) e se estendeu até as 3h30min da madrugada desta sexta-feira (15), a Câmara de Vereadores de Itaara cassou o mandato do prefeito Padre Sílvio Weber (sem partido), com base em denúncias de corrupção investigadas pelo Ministério Público.

Dos nove vereadores da Casa, seis votaram pelo impeachment do prefeito, enquanto outros três optaram pela abstenção. Do lado de fora da Câmara, moradores favoráveis ao afastamento definitivo do prefeito acompanhavam a sessão. Depois da votação, houve comemoração.

Dia começou com depoimento do prefeito

O dia foi longo na Câmara de Itaara. Primeiramente, a Comissão Processante ouviu o depoimento de Padre Sílvio, que ainda não ocorrido.

O advogado Robson Zinn, que defendeu o prefeito no processo de impeachment, entrou na Justiça para que o chefe do Executivo fosse ouvido. Isso porque a Comissão Processante decidiu concluir o processo sem a manifestação de Sílvio Weber, que não compareceu nas datas anteriormente marcadas.

O depoimento de Padre Sílvio ocorreu em sessão fechada, sem a presença de público e sem transmissão. Já a sessão de cassação, que também foi fechada ao público por questões de segurança, foi transmitida pelo canal da Câmara no Youtube.

Relatório contundente replicou denúncias

Por volta das 20h, a Câmara abriu a sessão para analisar o pedido de impeachment. Relator do caso, o vereador André Burin (Progressistas) leu um longo relatório durante mais de três horas.

No relatório, Burin apontou Padre Sílvio como responsável por um esquema de corrupção que se instalou na Prefeitura de Itaara desde o início da gestão e que culminou com a Operação Santidade, deflagrada pelo Ministério Público (MP) em novembro do ano passado, e com o afastamento do prefeito por um ano para que ele não interferisse nas investigações e cessasse com os crimes dos quais é acusado.

Com detalhes de diálogos interceptados em áudios, Burin produziu um relatório contundente. Na peça, o relator também detalhou um assalto ocorrido na casa do então presidente da Câmara de Vereadores, Robertson Tatsch (PSB), conhecido como Mano Zimmermann, um ex-aliado do prefeito.

Segundo o relatório, Padre Sílvio teria ordenado o assalto à residência de Mano Zimmermann, acusação que também consta nas peças investigativas do MP.

Prefeito nega acusações, e defesa irá recorrer

Padre Sílvio nega acusações e deverá recorrer contra a cassação/Foto: Reprodução, Facebook

O prefeito nega todas as denúncias e afirma ter sido vítima de “tramas diabólicas” armadas por adversários políticos para tirarem-lhe do cargo.

Na defesa do prefeito, o advogado Robson Zinn falou aos vereadores e apontou inconsistências no relatório. Segundo o advogado, há um jogo de narrativas com o objetivo de antecipar o processo eleitoral em Itaara com a cassação do prefeito. Lembrou também que o celular de Padre Sílvio foi grampeado seis vezes “e nada, nada foi encontrado”.

Agora, Zinn vai estudar um recurso judicial apontando inconsistências no processo para tentar reverter a cassação do chefe do Executivo de Itaara na Justiça. Procurado pelo Paralelo 29, o prefeito disse que irá se manifestar depois de seu advogado.

A VOTAÇÃO

A FAVOR DO IMPEACHMENT

Vereadores que votaram pela cassação do prefeito:

  • André Burin da Silva (Progressistas)
  • Edson da Silva Vasconcelos, Mano da Oficina (PSB)
  • Eliezer Marques Dias (Progressistas)
  • Paulo Gilmar Garcia, Chupeta (MDB)
  • Roberto Rodrigues da Rosa (Progressistas)
  • Rose Ferreira Machado (PSB), que substituiu Robertson Tatsch (Mano Zimmermann), impedido de votar por ser o autor do pedido de cassação

ABSTENÇÃO

  • Cleberson Mendes Silva, Retio (MDB)
  • Lauderi Marques de Oliveira (PSB)
  • Oberdan Nunes da Rosa (PSB)

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