Paralelo 29

RS registra menor número de crimes contra a vida da série histórica em 2023; Santa Maria registrou queda nos homicídios

Foto: Divulgação, PC

Rio Grande do Sul registrou 1.981 crimes violentos intencionais contra a vida em 2023, uma redução de 6,3% em relação ao ano anterior

O Rio Grande do Sul encerrou 2023 com o menor número de crimes contra a vida da série histórica, iniciada em 2010. Em Santa Maria, a redução do número de homicídios contribuiu para essa queda.

De acordo com os dados oficiais, Santa Maria registrou 56 assassinatos em 2023 contra 70 registrados em 2022. Ou seja, houve uma queda de 22% em relação aos crimes violentos letais intencionais (CVLI), que são o homicídio e o feminicídio.

Com as quedas dos indicadores em dezembro, o acumulado do ano manteve a curva descendente verificada ao longo dos meses e fechou 2023 com 1.981 crimes violentos letais intencionais, queda de 6,3% em comparação a 2022.

Esta é a primeira vez, desde 2010, que o Estado encerra o ano com menos de 2 mil vítimas de CVLI. Os indicadores criminais foram divulgados nesta quinta-feira (11), em uma entrevista coletiva de imprensa realizada no Palácio Piratini pelo governador Eduardo Leite (PSDB) e os titulares das secretarias da Segurança Pública, Sandro Caron, e de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana.

Os homicídios no Estado em dezembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, tiveram queda de 15,8%. Em Porto Alegre, a redução foi mais expressiva, 33,3%. No acumulado de 2023, o Estado teve uma queda de 7% nos homicídios, e a capital, de 23,7%.

Em dezembro, os latrocínios despencaram 80%, passando de cinco casos em 2022 para um em 2023. Com essa queda, o crime manteve a redução que vinha apresentando no acumulado, diminuindo 24,5% no ano – o menor número da série histórica.

O único latrocínio de dezembro aconteceu no dia 2, e na mesma data a Polícia Civil (PC) prendeu um dos suspeitos. O inquérito foi remetido ao Judiciário com dois indiciados, ambos presos. Leite atribuiu o recuo da criminalidade à integração entre as forças de segurança.

O que dizem o governador e o titular da Segurança Pública

Governo gaúcho divulgou dados em coletiva de imprensa/Foto: Maurício Tonetto/Secom

“O sistema de governança que implementamos com o Programa RS Seguro tem garantido esses números a partir de uma análise técnica e estatística dos indicadores, com reuniões mensais entre governador e comandantes. A partir deste trabalho, se aprimorou muito a integração das forças de segurança no Estado. E esperamos um resultado ainda melhor nesse processo a partir da implantação das Regiões Integradas de Segurança Pública (Risp)”, observou. 

Já o secretário da Segurança Pública destacou o combate às organizações criminosas, como as facções que atuam no Estado, como uma das principais estratégias para a redução da criminalidade.

“Estamos implementando medidas rigorosas contra o crime organizado. Com ações de inteligência, alcançamos apreensões recordes de armas, drogas, carros de luxo e imóveis, além do bloqueio de contas. A asfixia financeira é essencial para reduzir o poder das organizações criminosas, e as forças de segurança têm atuado com integração e inteligência para ampliar os resultados evidenciados nos indicadores”.

Cadeias mais seguras

O combate ao crime dentro do sistema prisional também foi apontado como uma das causas da redução da criminalidade no Estado. O secretário Viana disse que os investimentos realizados pelo Estado têm tornado as unidades prisionais cada vez mais seguras. 

“O presídio central foi considerado o pior do Brasil, mas conseguimos demoli-lo e teremos um sistema muito mais seguro. O crime tem sido combatido dentro dos presídios, com aquisição de equipamentos como bloqueadores de sinais de telefone, bloqueadores de drones, câmeras corporais para melhor controle do que entra nas unidades e mais revistas e capacitações. Assim, cada vez mais, poderemos garantir que não se cometam crimes de dentro dos presídios”, avaliou Viana.

Divulgação indicadores criminalidade 2023   cúpula SSP e SSPS
Governador acompanhado das cúpulas da SSP e SSPS – Foto: Maurício Tonetto/Secom

Proteção às mulheres

Seis meses após a implementação da primeira tornozeleira eletrônica no âmbito do Programa de Monitoramento do Agressor, o Estado encerrou 2023 com redução de 21,6% no índice de feminicídio em comparação a 2022. Em Porto Alegre, essa queda foi ainda mais significativa: 75%.

O programa é a mais recente estratégia da Segurança Pública para proteger mulheres e incentivar vítimas de violência doméstica e familiar a denunciarem seus agressores. Atualmente, há 119 monitorados.

Além dessa estratégia pioneira no Brasil, o Estado conta com outras iniciativas para proteger mulheres vítimas de violência.

As 81 Salas das Margaridas, as 114 cidades cobertas pela Patrulha Maria da Penha e a Delegacia Online da Mulher – espaço virtual específico para denúncias de violência doméstica – são algumas delas. Qualquer cidadão pode encaminhar informações pelo disque-denúncia (181) e pelo denúncia digital.

  • Salas das Margaridas são espaços nas delegacias da Polícia Civil privativos e reservados para registro de boletins de ocorrências, oitivas das vítimas, pedido de medidas protetivas e demais ações que fazem parte da Lei Maria da Penha.
  • Patrulhas Maria da Penha são equipes especializadas da Brigada Militar que atuam no enfrentamento da violência contra a mulher. Além de prestarem orientações às vítimas, agem preventiva e repressivamente com patrulhamentos em locais determinados para garantir o cumprimento das medidas protetivas.

Roubo de veículos

O roubo de veículos tem registrado redução constante no Rio Grande do Sul, atingindo o menor número da série histórica em todas as comparações. Houve queda de 18,3% na comparação entre 2023 e 2022, com destaque para a capital (-24,3%).

Se for considerado o aumento da frota veicular no Estado (conforme o DetranRS, 7.461.889 veículos em 2022 e 7.637.708 em 2023), a redução nos indicadores se torna mais expressiva. Entre as diversas ações das forças de segurança para coibir esse crime, destaca-se a Operação Desmanche.

Combater a receptação e a comercialização de peças irregulares, além de fiscalizar estabelecimentos credenciados no DetranRS, são atribuições da força-tarefa permanente da Secretaria da Segurança Pública e suas instituições vinculadas.

Com 131 edições desde 2016, quando foi criada, a operação tirou de circulação mais de 10 mil toneladas de peças e carcaças de veículos sem procedência. Em 2023, ultrapassou a marca de mil toneladas apreendidas em uma única edição.

Crimes no campo

Seguindo a tendência observada nos principais crimes no Estado, o abigeato caiu em níveis históricos. No último mês do ano, a queda foi de 42%. No acumulado, 17,7%.

A Operação Agro-Hórus é uma das iniciativas permanentes da Brigada Militar (BM) contra os crimes no campo, promovendo patrulhas rurais e de fronteira, com média diária de 64 policiais em atuação. Por dia, os agentes envolvidos abordam mais de 200 pessoas.

Em 18 meses, ocorreu a apreensão de mais de 80 toneladas de proteína animal, 72 mil litros de agrotóxicos e quase 70 mil unidades de bebidas sem procedência. No período, houve 2.139 prisões, 338 foragidos capturados, 451 armas apreendidas e oito maquinários agrícolas recuperados.

Confira AQUI a matéria completa do governo do RS com os dados sobre a violência em 2023.

(Com informações de Lurdinha Matos – Assessoria de Comunicação (Ascom) da Secretaria da Segurança Pública, com edição de Marcelo Kervalt/Secom)

Compartilhe esta postagem

Facebook
WhatsApp
Telegram
Twitter
LinkedIn