Paralelo 29

CRÔNICA DO ATHOS: Cânions da Piruva

Foto: Athos Ronaldo Miralha da Cunha

ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR

Por vezes procuramos longe algo que está aqui do nosso lado. Viajamos centenas de quilômetros para apreciar uma paisagem, uma várzea, uma queda d’água, uma montanha.

Os cânions da Piruva são um exemplo típico e estão a pouco mais de 40km de Santa Maria. Localizados no limite dos municípios de Júlio de Castilhos e Ivorá. É um turismo de baixo custo com muita energia e natureza em estado puro.

O passeio até os Cânions da Piruva é muito bonito. Um dia inteiro, única e exclusivamente, em contato com o meio ambiente. Mas não é para qualquer desavisado.

Cânions do Piruva ficam entre os municípios de Júlio de Castilhos e Ivorá/Foto: Athos Ronaldo Miralha da Cunha

O dia é preenchido numa lenta caminhada pelo rio em meio as pedras. Tombos? Serão vários. Tem que ter um bom condicionamento físico e saber dar umas braçadas. Em algum momento da trilha terá que nadar uns 50 metros entre dois paredões de pedra. Algo belo e assustador.

Eu sei nadar razoavelmente e nadamos a favor da correnteza, mas usei o colete salva-vidas. Aprendi, desde criança, a respeitar as águas correntes. Neste dia, as águas correntes e os paredões imóveis. E torcendo para que eles permanecessem imóveis.

A distância a ser percorrida é de 12 km. A caminhada se dará por estrada de chão, mata nativa e pelo leito do rio, um afluente do rio Melo.  

Então, na primeira etapa da trilha é uma descida até o arroio. Visita a duas lindas cascatas e depois começa a caminhada pelo leito do rio e o “gran finale”.

Paredões de pedra: algo belo e assustador/Foto: Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Logicamente, para sair da Piruva temos que subir, aí que o aventureiro da centésima viagem perde o fôlego e o ânimo. Mas não existe outra hipótese, tem que enfrentar a subida.

A palavra esgualepado sintetiza bem o estado dos participantes ao final da trilha. No fim da jornada a gente se joga no chão para descansar e descobre que todo o dia valeu muito a pena.

A infraestrutura não existe e o potencial turístico é bárbaro. Mas, pelo visto, os prefeitos das duas cidades desconhecem este potencial.

É aconselhável não se aventurar sozinho, contate um dos dois clubes de trekking de Santa Maria que fazem esta trilha. Visite a Piruva, de uma forma ou de outra, o passeio será inesquecível.

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