Paralelo 29

CRÔNICA DO ATHOS: O mundo depois de nós

Foto: Divulgação

ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR

Já começo afirmando que não gostei do filme “O Mundo Depois de Nós”. Suspense da Netflix sobre um evento apocalíptico que causa uma pane geral nos EEUU.

A película conta a história de duas famílias – numa mesma casa –, enquanto tentam entender o que está acontecendo mundo afora. O filme explora temas muito relevantes na atualidade: racismo, machismo, paranoia e dependência digital num cenário caótico.

O motivo para eu assistir ao filme chama-se Julia Roberts, mas o elenco ainda conta com Mahershala Ali, Ethan Hawke e Kevin Bacon.

Na minha opinião a melhor cena é protagonizada por Julia e Mahershala, uma dança antes do caos se instalar. Rara leveza no casal em que eles se entregam ao ritmo. Muita afinidade entre os personagens. E até esquecemos que o filme deixa muito a desejar.

A outra cena que destaco são os carros da Tesla – no piloto automático –, desgovernados se chocando em sequência, provocando um engavetamento. Diz muito sobre a tecnologia. Quem deve ter ficado dodói com as imagens foi o Musk.

Num conto ou romance, a trama precisa fechar. Até pode deixar algumas situações em aberto para que o leitor conclua. Mas no filme são abertas várias janelas e portas e não há conclusões.

Aliás, o espectador fica apenas na expectativa e pouco acontece. O filme se concentra nos conflitos internos dos personagens, mas não aprofunda as questões que propõe. 

Há uma tentativa de fazer uma reflexão sobre o nosso mundo atual, mas acaba sendo uma obra superficial e sem sentido.

O filme prometeu e não cumpriu, esperava mais. Não vale a pena assistir. Mas a Julia… Ah, a Julia. Uma linda mulher. Sempre.

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