Paralelo 29

PODCAST: Caso da Construtora Conceitual não é o único em Santa Maria, alerta empresário Evandro Zamberlan

Arte/Estação 29

JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29

Atuante há anos no ramo da construção civil de Santa Maria, o empresário Evandro Zamberlan Silva faz um alerta para quem pretende comprar um imóvel na planta: consultar o histórico da construtora. Assim, segundo ele, é possível evitar a situação de clientes da Conceitual Construtora, que é suspeita de golpe.

Em sua participação no podcast Estação 29 do Paralelo 29, Evandro diz que o que ocorreu com clientes da Conceitual não é um caso isolado na cidade, o que redobra a responsabilidade dos empresários do setor e serve para que as pessoas se protejam na hora de fazer negócios.

“Não é o primeiro. Já teve vários aqui em Santa Maria, só que nenhum teve a mesma repercussão”, diz, citando pelo menos um caso semelhante ocorrido com uma construtora de casas por volta de 2015.

Escândalo atinge mercado

O escândalo da Conceitual, que veio à tona no mês passado, é investigado pelo Ministério Público, pela Polícia Civil e por órgãos de defesa do consumidor. A suspeita é que possa se tratar de um dos maiores golpes envolvendo uma empresa da construção civil no Rio Grande do Sul.

O caso ganhou repercussão estadual por conta do número de pessoas que teriam sido lesadas pela empresa, cujo proprietário morreu em um acidente de carro no ano passado, em Itaara.

Ex-presidente do Sinduscon (sindicato das empresas construtoras), Evandro aconselha que os compradores de um apartamento, por exemplo, procedam como compradores de veículos, pesquisando o histórico da construção e de quem está vendendo.

O empresário diz que casos como a da Conceitual acabam abalando um pouco o segmento da construção civil. No entanto, ele ressalta que há empresas sérias no mercado. Buscar informações com pessoas do meio e no próprio Sinduscon é fundamental para garantir um negócio tranquilo.

“Era uma questão de tempo para dar um estouro”

Segundo Evandro Zamberlan, pessoas que “transitam” no meio da construção civil já sabiam de comentários sobre problemas envolvendo a Conceitual.

“Nos bastidores, todo mundo falava que era uma questão de tempo para dar um estouro. Obviamente, que ninguém iria prever esse desfecho trágico, que foi a morte do empresário. Havia comentários de que haveria vendas em duplicidade”, ressalta.

Manoelzinho Silva, o patriarca

Manoelzinho com familiares em homenagem no Parlamento Municipal: trajetória de uma família no ramo da construção civil de Santa Maria/Foto: Divulgação, Câmara de Vereadores

Evandro Zamberlan pertence a uma família tradicional de empreendedores da construção civil em Santa Maria. A credibilidade das empresas da “marca” Zamberlan Silva foi conquistada ao longo de décadas.

Tudo começou com o pai de Evandro, Manoel Francisco da Silva, conhecido como Manoelzinho, hoje com 92 anos. Nascido em São Pedro do Sul, Manoelzinho veio para Santa Maria na década de 50 do século passado, quando montou uma olaria.

Durante uma das etapas da construção do Edifício Taperinha, Manoelzinho trabalhou como carpinteiro e apontador de obras. Depois, montou uma ferragem e trabalhou com material de construção. Mais tarde, construiu o primeiro prédio, o Edifício Panambi, na esquina das ruas Tuiuti e Professor Braga, no Centro.

Edifício Taperinha, onde Manoelzinho, pai de Evandro, trabalhou como carpinteiro antes de se tornar empresário/Foto: Reprodução

“Com a construção da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), ele vislumbrou um mercado por conta dos estudantes”, explica Evandro.

O divisor de águas na trajetória de Manoelzinho surgiria na década de 70, quando ele construiu o Edifício São Lucas. Sem dinheiro para investir, ele fez um empréstimo e apostou no empreendimento. Deu tão certo que sobrou dinheiro e expertise para a consolidação do negócio.

Família tem cinco empresas em ramos distintos

A família Zamberlan Silva tem cinco empresas: três construtoras, uma propriedade rural em Santa Flora e um estacionamento. As construtoras são tocadas pelo patriarca, por Evandro e pelo irmão, Fernando. A irmã, Stela, atua mais no ramo do Direito.

As empresas são independentes, mas utilizam a mesma estrutura. Segundo Evandro, a família já construiu mais de 60 prédios em Santa Maria e sempre tem construções em andamento.

Cantor e compositor nativista

Evandro (último, à direita) venceu o 7º Acordes do Pampa em Canção, em Rosário do Sul, no ano passado, com a vaneira “Tradição”, parceria com Gujo Teixeira e interpretada por Aline Bosa/Foto: Reprodução, Facebook

Mas as atividades de Evandro Zamberlan não se resumem a tijolo, ferro e concreto. O administrador de empresas e contabilista formado pela UFSM também é músico.

Assíduo participante de festivais nativistas, Evandro já conquistou alguns troféus e tem composições conhecidas. Entre muitas de suas criações está o Hino do Riograndense Futebol Clube, de quem é torcedor. Também é autor de vários jingles que embalaram campanhas de políticos da cidade.

Evandro ainda é cronista e recentemente lançou “Assim foi, assim será”, um livro de crônicas e poesias que tem Santa Maria e seus personagens como temática. A renda com a venda do livro será toda revertida para a Casa da Criança com Câncer de Santa Maria.

A entrevista de Evandro Zamberlan a José Mauro Batista e Rodrigo Dias já está disponível nos canais do Paralelo 29 no Youtube e no Spotfy. O Estação 29 é patrocinado por Bella Storia – Antiquário, Brechó e Restauração de Móveis e por Classic Films, loja de acessórios e serviços automotivos.

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