Os casos de dengue não param de crescer no país, com destaque para o Distrito Federal, que tem a maior incidência de casos disparado em comparação com os demais estados. O Rio Grande do Sul registrou a segunda morte este ano em um intervalo de um dia.
Nesta terça-feira (6), o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou o segundo óbito do ano. A vítima é um homem de 65 anos, morador de Santa Cruz do Sul e portador de comorbidades (outras doenças).
Na segunda-feira (5), o governo gaúcho havia confirmado a primeira morte de 2024. A paciente é uma mulher de 71 anos, residente em Tenente Portela e também portadora de comorbidades. As mortes ocorreram em 31 de janeiro e em 1º de fevereiro.
RS já registra 5,1 mil casos
Neste ano, o Rio Grande do Sul já registra 5.163 casos confirmados da doença, dos quais 2.305 são autóctones, que é quando o contágio aconteceu dentro do Estado, com os demais sendo importados (residentes do RS que foram infectados em viagem a outro local).
Segundo o governo do Estado, o mosquito da dengue está presente em 466 dos 497 municípios gaúchos. Em 2023, o Estado registrou 38,4 mil infecções e 54 mortes.
A SES reforça a importância de que a população procure atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas. Dessa forma, evita-se o agravamento da doença e a possível evolução para óbito.
Prefeitura de Santa Maria pulveriza bairro
Para tentar conter a doença, a Prefeitura de Santa Maria concentra esforços no combate ao Aedes aegypti com a pulverização de inseticida. Uma ação ocorreu na manhã desta terça-feira nas ruas do Bairro Nova Santa Marta, na região Oeste. O serviço seguirá nesta quarta-feira (7), entre 7h e 10h, no mesmo bairro.
O serviço consiste em espalhar um inseticida biológico contra o mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya. Cerca de 40 ruas foram pulverizadas.
Ministra pede união contra focos do mosquito
Em pronunciamento à nação na noite desta terça-feira, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um apelo para que a população adote cuidados para evitar a proliferação de criadouros do mosquito transmissor da dengue dentro de casa. Segundo a ministra, 75% dos focos estão localizados nas residências.
“Precisamos redobrar os cuidados com as nossas casas e nas áreas em volta delas. Cerca de 75% dos focos estão dentro de casa. Vamos tampar as caixas d’água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, retirar água acumulada dos vasos e plantas”, disse.
Nísia Trindade pede ainda que as pessoas recebam os agentes de endemias, que irão ajudar a eliminar os focos: “Receba-os, ajude-os na localização e na erradicação de possíveis focos do mosquito em sua casa e na sua vizinhança”.
Calor e chuvas
No discurso, a ministra atribui a situação de emergência enfrentada por diversas cidades do país ao calor recorde e as chuvas acima de média, registrados desde o ano passado, que levaram ao crescimento dos focos do mosquito Aedes aegypti.
A explosão de casos de dengue em diversas regiões do país fez com que pelo menos quatro estados – Acre, Minas Gerais e Goiás, além do Distrito Federal – decretassem situação de emergência em saúde pública. Estima-se que o Brasil pode contabilizar mais de 4,1 milhões de casos em 2024.
Vacinação progressiva
Sobre a vacinação, Nísia Trindade disse que ocorrerá de forma progressiva, em razão do número limitado de doses fornecidas pelo laboratório fabricante da Qdenga.
Na primeira fase, terão prioridade as crianças entre 10 e 14 anos, faixa etária com o maior número de internações pela doença. O imunizante será distribuído para 521 municípios por terem maior incidência da doença.
“Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde coordenará um esforço nacional para ampliar a produção e o acesso a vacinas para dengue, disse a ministra.
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(Com informações do governo do RS, da Agência Brasil e da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Santa Maria)