Paralelo 29

OPERAÇÃO PATROLA: PT de São Pedro do Sul divulga nota sobre denúncia do MP; Santa Maria também foi citada

Foto: Divulgação

Esquema envolve propina para compras de máquinas agrícolas em 51 municípios gaúchos; nomes não foram divulgados

O PT de São Pedro do Sul divulgou nota em suas redes sociais para esclarecer que o ex-prefeito Marcos Senger, que é pré-candidato nas eleições deste ano, não foi investigado no esquema de propina para compra de máquinas.

Entre março e abril deste ano, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos e ex-secretários de 51 municípios, entre eles São Pedro do Sul e Santa Maria, na Região Central do Estado.

Na nota, o partido não comenta quem, na administração da época, foi denunciado pelo MP. O partido faz uma referência equivocada ao MP de Santa Catarina, estado em que fica a sede da empresa envolvida. A denúncia à que se refere foi feita pelo MP gaúcho.

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A ÍNTEGRA DA NOTA DO PT

O Partido dos Trabalhadores vem, através desta nota, manifestar-se sobre as denúncias do Ministério Público de Santa Catarina, que cita o nosso Município no ano de 2010 a 2016, período em que Marcos Senger foi prefeito.

Nosso posicionamento é que temos total confiança da integralidade e da honestidade do nosso ex-prefeito. Qualquer ato irregular que possa ter ocorrido é um ato iosolado e que seja apurado e o responsável julgado pela Justiça.

O ex-prefeito Marcos Senger sequer é investigado. Até porque nunca se envolveu em qualquer tipo de irregularidade.

Nosso ex-prefeito teve todas suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul e pela Câmara de Vereadores de São Pedro do Sul, o que ressalta a sua honestidade.

Marcos Senger é nosso pré-candidato a prefeito para o pleito de 2024, pessoa em que temos total apreço e confiança.

São Pedro do Sul, 29 de abril de 2024 – Ary Otávio Canabarro dos Santos, presidente do Diretório Municipal.”

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MUNICÍPIOS ONDE OCORRERAM AS FRAUDES

Os municípios onde ocorreram as fraudes mencionadas nas denúncias são

  • Antonio Prado
  • Arroio do Meio
  • Augusto Pestana
  • Barão de Cotegipe
  • Barra do Rio Azul
  • Benjamin Constant do Sul
  • Boa Vista do Cadeado
  • Cacique Doble
  • Caiçara
  • Cândido Godói
  • Capão Bonito do Sul
  • Catuípe
  • Encantado
  • Erechim
  • Esmeralda
  • Estação
  • Farroupilha
  • Garruchos
  • Gaurama
  • Getúlio Vargas
  • Harmonia
  • Ijuí
  • Ipê
  • Ipiranga do Sul
  • Itatiba do Sul
  • Jaboticaba
  • Lagoa Vermelha
  • Lavras do Sul
  • Machadinho
  • Mariano Moro
  • Nova Boa Vista
  • Nova Ramada
  • Paim Filho
  • Paulo Bento
  • Pejuçara
  • Porto Mauá
  • Porto Vera Cruz
  • Putinga
  • Rio dos índios
  • Rio Pardo
  • Santa Maria
  • São Pedro do Sul
  • São Valentim
  • Sete de Setembro
  • Sinimbu
  • Três Arroios
  • Tupanci do Sul
  • Viadutos
  • Vila Flores
  • Vista Alegre do Prata.

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Ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos e ex-secretários na lista

Entre os denunciados até a semana passada, constam 35 ex-prefeitos, três ex-vice-prefeitos e quatro ex-secretários de municípios gaúchos, bem como proprietários, sócios e funcionários da empresa. O MPRS não divulgou os nomes dos denunciados.

A denúncia aponta os crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa e fraude em licitação. Os nomes não foram divulgados pelo MPRS.

Os fatos ilícitos descritos na denúncia são referentes a investigações decorrentes da Operação Patrola, deflagrada pelo Ministério Público de Santa Catarina em 2016.

Na ocasião, também foi apontado que havia o envolvimento de ex-prefeitos, demais agentes públicos e servidores públicos de diversos municípios do Rio Grande do Sul.

A operação desvendou complexo esquema de fraudes em processos licitatórios para aquisição de máquinas pesadas, peças e prestação de serviços de manutenção junto à empresa que tem atuação nos dois Estados.

Como funcionava o esquema

Segundo o MPRS, O esquema criminoso, com envolvimento dos sócios da empresa investigada, além de gerentes e vendedores e, sobretudo, com a participação de agentes políticos e públicos, tinha início nas visitas que vendedores faziam a prefeituras.

Eles levavam um catálogo, oportunidade em que negociavam o pagamento de vantagens indevidas para a aquisição dos equipamentos.

Depois, o vendedor se reportava a um gerente de vendas em busca de autorização para a conclusão do negócio.

Os editais licitatórios lançados pelos municípios eram, então, direcionados à empresa, sempre com a especificação técnica dos equipamentos que constavam no catálogo que havia sido fornecido pelos vendedores nas visitas às prefeituras.

Após, ocorria o pagamento da propina ao agente público, valor que figurava nos documentos contábeis da empresa, na forma de um código, como “Frete 3”.

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Colaboração premiada

Os denunciados firmaram acordo de colaboração premiada com o MPRS e com o Ministério Público de Santa Catarina em relação ao município gaúcho de Alpestre, cujos fatos foram objeto de investigação na Operação Paiol – do MPRS.

Os donos da empresa investigada forneceram a identificação dos gerentes e vendedores que intermediaram cada negociação de propina, valores, datas e locais dos respectivos pagamentos, bem como a identificação dos agentes públicos envolvidos.

Os proprietários da empresa, mediante acordo judicial, se comprometeram a pagar pelos danos causados aos municípios gaúchos e catarinenses um valor superior a R$ 5 milhões em 90 parcelas. Desta forma, o MPRS viabiliza junto à Justiça de Santa Catarina o repasse dos valores devidos no Estado.

(Com informações do MPRS)

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