Desde quarta-feira (1º), mais de mil pessoas estão desalojadas em Santa Maria por consequências das fortes chuvas
DINIANA RUBIN E MANUELA VASCONCELLOS – SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DA PREFEITURA DE SANTA MARIA
Um importante trabalho integrado entre órgãos de segurança de Santa Maria e de cidades vizinhas ganhou força nesta sexta-feira (3).
Mais de 350 moradores (84 famílias) das vilas Bilibio, no Bairro Km 3, e Nossa Senhora Aparecida, conhecida como Vila Churupa, no Bairro Itararé, foram retiradas das casas onde moram.
As residências estão localizadas em áreas com a possibilidade de novos deslizamentos de pedras das encostas dos morros, que podem acontecer em função da grande quantidade de chuva.
O cuidadoso trabalho é feito pela Prefeitura e Defesa Civil do Município, com auxílio da Secretaria de Mobilidade Urbana, através da Coordenadoria de Trânsito e Mobilidade Urbana (CTMU) e de agentes da Guarda Municipal, além do Exército Brasileiro, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Brigada Militar e Corpo de Bombeiros.
O deslocamento de pessoas para lugares seguros também foi feito em outras localidades (leia mais abaixo).
Resgate de pessoas e animais de estimação
Logo no começo da tarde desta sexta-feira, as equipes se deslocaram para a Vila Bilibio. Como se trata de uma área de difícil acesso, os grupos subiram a pé o morro, trazendo consigo os moradores, animais de estimação e demais objetos das famílias.
Um ônibus da empresa Medianeira ficou à disposição para conduzir as pessoas que quisessem ir para o Centro Desportivo Municipal (CDM), mas muitos utilizaram veículo próprio para sair das vilas, e outros optaram por permanecer na casa de parentes.
O mesmo trabalho ocorreu, ainda na mesma tarde, na Vila Churupa, que é próxima de onde houve deslizamento de terra na última quarta-feira (1º).
Os locais são áreas de risco mapeadas, sendo vistorias periodicamente pela Defesa Civil de Santa Maria, com o acompanhamento de um geólogo.
Morros em processo de erosão
Devido ao grande volume de chuvas dos últimos dias, os morros apresentam processo de erosão e deslizamento do solo, o que pode agravar a segurança dos moradores a qualquer momento.
“Desde o começo das chuvas, a Prefeitura organizou espaços acolhedores aos moradores, principalmente para os que residem em áreas de risco. Neste momento, o papel da Prefeitura é fazer o diálogo e alertar todas as pessoas que moram em encostas de morros, por exemplo, para que deixem suas casas e procurem um local seguro para ficar. Esse trabalho de falar com as pessoas sobre os riscos não é de agora. A Defesa Civil, juntamente com as secretarias de Habitação e Regularização Fundiária e Desenvolvimento Social, fazem o diálogo com a população a muito tempo, principalmente quando há previsão de grandes índices de chuva, como ocorreu nesta semana”, explica o superintendente da Defesa Civil, Adão Lemos.
273 famílias retiradas de áreas de risco
O resgate de pessoas que se encontram em áreas de risco, que também compreendem espaços com alagamento, tem sido intensificado com o passar das horas e com o aumento significativo dos índices pluviométricos.
De terça-feira (30) a esta sexta-feira, a previsão dos órgãos de segurança de Santa Maria é que cerca de 273 famílias já tenham sido retiradas de locais de risco.
Na Vila Canário, Bairro Itararé, em torno de 100 famílias tiveram de deixar suas residências em função da previsão de novos deslizamentos.
Além disso, mais de 200 pessoas foram resgatadas por causa da cheia de rios no entorno de suas residências. No distrito de Passo do Verde, 90 pessoas deixaram suas casas.
No Bairro Chácara das Flores, são 32 pessoas, e na Vila Figueira, Bairro Camobi, outras 88 pessoas. Da mesma forma, os espaços do Centro Desportivo Municipal (CDM) e da Igreja Santa Catarina estão disponibilizados para essas pessoas.
“Nesse momento, a prioridade é garantir que as pessoas estejam seguras. E essas áreas, conforme técnicos e especialistas, é de risco. Dessa forma, unimos esforços, com todas as forças de segurança, para conscientizar as pessoas a irem para abrigos montados pelo município”, diz o vice-prefeito, Rodrigo Decimo.
NÚMEROS DE DESALOJADOS
Até a tarde desta sexta-feira, cerca de 273 famílias estão desalojadas dos seguintes locais de risco:
- Vila Canário, Bairro Itararé: 100 famílias, em torno de 400 pessoas
- Vila Nossa Senhora Aparecida, Bairro Itararé: 59 famílias, cerca de 230 pessoas, e 2 famílias permanecem nas casas
- Vila Bilibio, Bairro Km 3: 25 famílias, sendo aproximadamente 120 pessoas, e 5 famílias ainda permanecem no local
- Distrito de Passo do Verde: 30 famílias, 90 pessoas
- Bairro Chácara das Flores: 8 famílias, 32 pessoas
- Vila Figheira, Bairro Camobi: 22 famílias, 88 pessoas
- Vila Favarin, Bairro Km 3: 20 famílias, cerca de 80 pessoas
- Vila Canaã, Bairro Tancredo Neves: 9 famílias, em torno de 36 pessoas
*De acordo com a Defesa Civil, é feita uma média de 4 pessoas por família.
Evacuação em barragem
Outra situação que segue sendo acompanhada é a dos moradores das proximidades da Barragem Saturnino de Brito, que abrange as cidades de Santa Maria, São Martinho da Serra e Itaara. Diante do monitoramento, após criteriosa vistoria, a Corsan emitiu Declaração de Emergência para a barragem Saturnino de Brito, ainda nesta quinta-feira (2).
O estado de alerta deve-se a grande cheia do Rio Ibicuí-Mirim e possibilidade de galgamento da barragem, o que, por medida de segurança e precaução, deverão ser realocadas as famílias que residem dentro da ZAS (Zona de Autossalvamento) e ZSS (Zona de Segurança Secundária).
Dessa forma, além das comunicações em mídia realizadas de forma intensificada, a Corsan comunicou e solicitou o apoio aos entes públicos para as ações necessárias de evacuação dos residentes das áreas no entorno da Barragem Saturnino de Brito, especialmente das famílias localizadas nos distritos de Passo dos Macacos e Canabarro.
As famílias de São Martinho da Serra começaram a ser retiradas ainda na quinta-feira pela Prefeitura do Município, Brigada Militar e Defesa Civil, a pedido da Corsan.
