JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29
A família da canoísta Luana Taborda, revelada pela Associação Santa-Mariense de Esportes áuticos (Asena) é uma das que deixou a Rua Canário, no Bairro Itararé, área de risco de Santa Maria interditadas pela Prefeitura na semana passada. A casa, que estava desabitada, desde 1º de maio, pegou fogo na noite desta quinta-feira (16).
O Paralelo 29 conversou com Charles Taborda, pai de Luana, que está em Curitiba, acompanhando a filha.
“É muito triste. Eu moro lá há 40 anos”, disse Taborda, que desde novembro do ano passado está em Curitiba, cidade onde Luana pretende se aperfeiçoar na canoagem.
Canoísta está em Curitiba para participar de competição
A partir desta sexta-feira (17), Luana. de 15 anos, participartá de uma competição de canoagem. Pai e filha já não estavam em Santa Maria quando houve um deslizamento de terra que matou duas pessoas em 1º de maio, na Canário.
No ano passado, Luana participou do Podcast Estação 29 do Paralelo 29, onde ela falou da carreira e da perspectiva de ir embora de Santa Maria.
Mãe e irmãos de Luana estão na casa de parentes
Taborda conta que a mulher, Cláudia, e outros dois filhos do casal – Eduarda, de 19 anos, e Ravi, de 3 – deixaram a residência depois do deslizamento. Os três estão na casa de familiares. A família está inscrita no programa de aluguel social da Prefeitura.
Em Curitiba, Taborda acompanha a situação com apreensão. Ele não sabe as causas do incêndio que consumiu parte da casa e uma caminhonete Silverado avaliada em R$ 68 mil.
A casa da família Taborda era a quarta depois da parte onde ocorreu o deslizamento de terra e ficava do mesmo lado das residências que foram atingidas.
Lonas foram incendiadas na madrugada
Mais cedo, o advogado Thiago Carrão Sturmer, que representa moradores da Canário, disse que um incêndio “criminoso” na madruga desta quinta consumiu lonas que a comunidade havia colocado na parte do morro onde houve o deslizamento.
Ordem judicial de retirada gera tensão local
A Rua Canário, também conhecida como Vila Canário, é uma das três áreas de risco interditadas pela Prefeitura de Santa Maria desde que começou a enchente no Estado.
Na semana passada, diante do risco de novos deslizamentos, a Justiça acolheu um pedido do Ministério Público e determinou que a Prefeitura retire moradores imediatamente. No entanto, apenas 11 pessoas haviam saído da Canário, entre elas a família Taborda.
Luz foi religada nesta quinta-feira
Moradores que ficaram entraram na Justiça com uma ação para a religação da energia elétrica, que foi restabelecida nesta quinta-feira, duas semanas depois da interrupção do serviço.
Ainda correm na Justiça recursos de advogados contra a ordem de retirada de moradores. Além da Canário, a determinação inclui mais duas áreas de risco: Vila Nossa Senhora Aparecida, conhecida como Churupa, e Vila Bürguer. As três áreas ficam no Bairro Itararé e circundam o Morro do Cechella.
A Justiça já rejeitou dois recursos. Ainda falta um terceiro a ser analisado. A partir daí será possível saber se a decisão de evacuação dessas áreas continuará valendo.