Manifestação ocorreu na manhã desta segunda, no arco de entrada do campus sede, em Camobi
No início da manhã desta segunda (20), ocorreu um protesto convocado pelo DCE e diversos coletivos estudantis, no arco de entrada do campus sede da UFSM, em Santa Maria, contra o retorno das aulas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Na semana passada, a Reitoria da UFSM anunciou a retomada das atividades acadêmicas a partir desta segunda-feira. Representantes do Comando de Greve dos professores e dos servidores técnico-administrativos marcaram presente em solidariedade aos estudantes.
Cartazes, faixas e bloqueios
Com faixas e cartazes, estudantes reclamaram do retorno às aulas em meio aos efeitos da emergência climática que atinge não somente quem mora em Santa Maria, mas, também, estudantes oriundos de outros municípios.
O acesso de entrada ao campus era bloqueado por alguns minutos, para que expusessem em falas ao microfone o descontentamento com a postura da Reitoria e, na sequência, o trânsito era liberado. Após o ato, manifestantes dirigiram-se em caminhada até a frente do Restaurante Universitário (RU), para a realização de uma assembleia estudantil.
Falta planejamento, diz diretor da Sedufsm
Para o diretor da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), Leonardo Botega, há falta de planejamento em relação ao retorno do semestre acadêmico. Na avaliação do dirigente sindical, “em 24h ou 48h não tem como mudar uma situação que é estrutural.
“Temos prédios na UFSM com problemas muito sérios, inclusive, alguns, interditados””, ressaltou o diretor da Sedufsm, destacando que ainda não houve uma centralização de dados de como estão as condições da comunidade acadêmica, quem foi afetado e como foi afetado”.
“Então, um retorno sem um diagnóstico e sem uma precisão, é mais um improviso”, afirmou o dirigente sindical da Sedufsm.
“O que precisávamos neste momento não era de um retorno dentro de um panorama de insegurança, mas sim, uma ação coordenada que desse as condições para que todos pudéssemos atuar em segurança, sem que tivéssemos setores prejudicados e fratigilizadas. Uma volta (às atividades) que não leva em conta a situação de greve da educação é um agir fazendo de conta que estamos em uma normalidade”, afirmou Botega.
Em relação ao retorno do semestre acadêmico anunciado pela Reitoria da UFSM, o Comando Local de Greve (CLG) docente se manifestou por meio de nota publicada no site da Sedufsm na quinta (16). Os professores estão em greve desde 25 de abril. Já os servidores estão paralisados desde 14 de março.
Em nota, Reitoria justifica decisão
Na semana passada, a Reitoria anunciou o retorno das aulas na instituição. Em nota, a Reitoria destaca que “o retorno às aulas será acompanhado do encorajamento da comunidade acadêmica à participaçao em atos de solidariedade e atividades técnicas”.
“Reconhecemos a importância de garantir a segurança e o bem-estar dos membros da comunidade, e oferecemos apoio específico através de nossas ações, que podem ser acompanhadas no site ufsm.br/crise-climatica-rs-2024. É crucial destacar que a UFSM está ciente e respeitará os desafios enfrentados por sua comunidade. Sabemos que será um período difícil, em especial para estudantes e servidores(as) que tiveram suas moradias comprometidas, que residem em áreas vulneráveis ou em cidades em que o acesso rodoviário está inviabilizado”, diz a nota divulgada pela instituição.
(Com informações de Fritz R. Nunes, da Assessoria de Imprensa da Sedufsm e do Gabinete do Reitor)