Paralelo 29

“Teremos 134 voos semanais no RS a partir de segunda-feira, 27, diz ministro

Foto: Marcelo Camargo, Agência Brasil

Não há previsão para reabertura do Aeroporto Salgado Filho

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou, nesta quarta-feira (22), no programa “Bom Dia, Ministro”, que o Rio Grande do Sul contará com 134 voos semanais a partir da próxima segunda-feira (27).

que seria prematura qualquer avaliação neste momento sobre quando o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), será novamente aberto para fluxo de passageiros. “Só vamos poder ter uma leitura mais clara do aeroporto quando a gente tiver a água baixando definitivamente e pudermos fazer um diagnóstico do terminal, da pista, da iluminação noturna no aeroporto, para ver todos os danos que foram causados”, pontuou.

“Estamos falando de um montante de 134 voos semanais que nós, a partir de segunda-feira (27/5), já teremos no estado do Rio Grande do Sul. É um momento desafiador, mas estamos trabalhando muito para fortalecer a aviação regional do estado”

SILVIO COSTA FILHO,
Ministro de Portos e Aeroportos

Diante da situação, o Governo Federal viabilizou a ampliação da malha aérea gaúcha em outros aeroportos do estado.

“Há dez dias, nós anunciamos o primeiro plano regional da aviação do estado do Rio Grande do Sul, ou seja, já que o aeroporto de Porto Alegre está fechado, ampliamos os voos regionais. Na primeira etapa do programa, dos seis aeroportos, a exemplo do aeroporto de Pelotas, de Canoas, de Passo Fundo, de Santo Ângelo, entre outros, esses seis aeroportos estão recebendo em torno de 81 voos semanais. Ontem, anunciamos a ampliação para mais 18, para ampliar a malha aérea do interior do estado”, destacou o ministro.

Costa Filho também explicou sobre a operação montada na Base Aérea de Canoas para receber passageiros no local, com possibilidade para até cinco voos diários.

“Lá não tinha uma estrutura para receber voos comerciais, então nós conversamos com a Anac, conversamos com a Fraport, que é a concessionária que administra o Aeroporto Salgado Filho, e a Anac, na última segunda-feira, autorizou a operação, com a Fraport montando um plano de infraestrutura”, afirmou.

“Estamos falando de um montante de 134 voos semanais que nós, a partir de segunda-feira (27/5), já teremos no estado do Rio Grande do Sul. É um momento desafiador, mas estamos trabalhando muito para fortalecer a aviação regional do estado”, acrescentou Silvio Costa Filho durante entrevista com radialistas.

Ao longo de uma hora de entrevista, o ministro comentou ainda sobre a tratativa para não haver aumento no preço das passagens aéreas por parte das companhias, além do papel desempenhado por elas no transporte de donativos ao RS.

Também foram discutidos tópicos como a lei sancionada pelo presidente Lula que prioriza o transporte de órgãos e tecidos para transplantes, os preparativos para o lançamento do programa Voa Brasil e o investimento do Novo PAC no Porto de Santos, entre outros assuntos.

O QUE DISSE O MINISTRO

Confira os principais pontos da entrevista:

AEROPORTO SALGADO FILHO — A Fraport, que é a concessionária que administra o aeroporto, já começou a fazer um diagnóstico do terminal para a gente saber a situação das esteiras de bagagens, dos elevadores e toda a parte de estacionamento, da parte elétrica do terminal, da parte de iluminação, para a gente poder ter um diagnóstico. Concomitantemente, a gente está trabalhando para aguardar a água baixar da pista. Estamos com a expectativa que, até sexta ou sábado, a água possa baixar. A gente já começa a ver, em alguns lugares, a pista aparecendo. Mas só vamos poder ter uma leitura mais clara do aeroporto quando a gente tiver a água baixando definitivamente e quando pudermos fazer um diagnóstico do terminal, da pista, da iluminação noturna no aeroporto, para ver todos os danos que foram causados. A princípio, o aeroporto está fechado por tempo indeterminado. É uma decisão da Fraport que a gente concorda. Saíram algumas notícias até desencontradas, por setores da imprensa, e até por algumas fake news, que o aeroporto ia ficar fechado por 90 dias, por 1 ano, por 120 dias, por 30 dias. Qualquer avaliação agora é muito prematura, então é importante que a gente possa ter, efetivamente, esse diagnóstico para, a partir daí, a gente poder comunicar ao povo do Rio Grande do Sul e, paralelamente, ao povo brasileiro, tendo em vista a importância do Aeroporto Salgado Filho para o Rio Grande do Sul e para o país.

BASE AÉREA DE CANOAS — É uma operação de guerra que foi montada. Agradeço à Força Aérea Brasileira, ao comandante Damasceno e, em seu nome, agradecer toda a força que tem ajudado nessa construção. O Brasil está vendo a importância do Exército, da Marinha, da Força Aérea, nesses momentos. Eu acho que em algum momento alguns setores tentaram instrumentalizar as forças, mas as forças nacionais são um ativo do nosso país, que a gente precisa preservar e ajudar. Esse processo do RS está fazendo com que a classe política e a sociedade valorizem ainda mais o papel institucional que cumprem as forças no nosso país. A Base Aérea de Canoas não tinha estrutura para receber voos comerciais, então nós conversamos com a Anac e conversamos com a Fraport, que é a concessionária que administra o Aeroporto do Salgado Filho. A Anac, na última segunda-feira, autorizou a operação. A Fraport montou um plano de infraestrutura em um primeiro momento para atender e vai ter, desde o terminal que será em um shopping ao lado, pega um ônibus e em seis minutos está no aeroporto. Passa pelo check-in e segue de ônibus até o avião, sobe a escada, entra no avião e desloca. Você não vai chegar na Base Aérea de Canoas e ter uma cafeteria, ter uma loja, ter um restaurante, infelizmente não vai ter essa infraestrutura, mas o cidadão vai ter um banheiro e o mínimo de dignidade para fazer o seu transporte e viajar pelo estado do Rio Grande do Sul, chegando ou saindo.

AEROPORTOS EM RS E SC — Há dez dias, quinta-feira, nós anunciamos o primeiro plano regional da aviação do estado, ou seja, já que o aeroporto de Porto Alegre está fechado, a gente está ampliando e ampliamos os voos regionais. Na primeira etapa do programa dos seis aeroportos, a exemplo do aeroporto de Pelotas, de Canoas, de Passo Fundo, de Santo Ângelo, entre outros, esses seis aeroportos estão recebendo em torno de 81 voos semanais. Ontem, anunciamos a ampliação para 18, ou seja. A partir de hoje, estão autorizadas as operações no Aeroporto de Canoas, com até 5 voos diários. Então, ontem, as companhias aéreas já começaram a vender os bilhetes. A Latam, Azul, Gol, vão anunciar a venda das passagens. Hoje, a Fraport está autorizando a operação do aeroporto para que a gente possa, em breve, começar a receber voos comerciais. Estamos falando de um montante de 134 voos semanais que nós, a partir de segunda-feira, já teremos no estado do Rio Grande do Sul. Isso significa dizer que a gente amplia a malha aérea do estado e poder ir ampliando voos regionais, levando o turista de negócios, o turismo de lazer. Tem muitas pessoas que ainda estão em outros estados querendo voltar para o Rio Grande do Sul. Outros tendo que se deslocar para outros afazeres fora do estado. Além disso, estamos também pegando o aeroporto de Florianópolis, que tem nos dado um suporte grande, e os aeroportos regionais de Santa Catarina, que também têm ajudado a levar passageiros para o RS. É um momento desafiador, mas estamos trabalhando muito para fortalecer a aviação regional do estado.

OLHAR REGIONAL — Nesse momento desafiador do RS, a gente precisa cada vez mais ter um olhar para a aviação regional, não só do estado do Rio Grande do Sul, mas também do Brasil. Vou apresentar um dado: no ano passado, nós tivemos um crescimento na aviação brasileira. Nós saímos, no ano de 2022, de 98 milhões de passageiros para 112 milhões de passageiros. Tivemos um crescimento na aviação brasileira em mais de 15%. E, sobretudo, com olhar regional. Cada vez mais, a gente está tendo a aviação regional, tanto é que a gente conseguiu ampliar, em mais de 20 novas localidades, só no ano passado. Isso significa dizer um crescimento no número de regiões que estão começando a receber voos em todo o Brasil. Para o turismo, para o agronegócio, para áreas importantes do ponto de vista do turismo, não só de lazer, mas turismo de negócios. Temos trabalhado com um olhar para a aviação regional. Tenho conversado bastante com o governador Eduardo Leite sobre a situação da aviação no RS. O nosso dever de casa é avançar nas operações do aeroporto de Canoas. Depois, retomar o Aeroporto de Porto Alegre. E, paralelamente, a gente vai fazer um diagnóstico de outros aeroportos no estado, que possam ser potencializados como mais um modal de transporte, como mais um aeroporto.

PREÇO DAS PASSAGENS — Na última sexta-feira, eu liguei para os três presidentes das companhias aéreas. Falei com os presidentes para explicar o momento desafiador que a gente está vivendo no estado do Rio Grande do Sul. Fiz um apelo a eles para que eles possam, de fato, fazer uma moderação no preço da passagem no estado. No Estado brasileiro, o governo não pode fazer uma intervenção no preço da passagem, até porque é um livre mercado e a gente tem que respeitar a iniciativa privada. O que a gente tem procurado fazer é uma discussão de sensibilização para que a gente não tenha preços exorbitantes ou preços que não condizem com a realidade do que o povo do estado já pagava anteriormente. Fiz esse apelo e determinamos à Anac monitorar diariamente o preço dessas passagens para que o cidadão brasileiro não seja penalizado. Faço um apelo que o brasileiro comece a comprar, cada vez mais, as passagens com antecedência, que possa planejar sua viagem como acontece em outras regiões do mundo. Culturalmente existe essa prática em outros países. Um dado do IBGE mostra que, no primeiro semestre, nós tivemos uma redução em 14% no preço da passagem no país. É pouco, precisamos trabalhar para abaixar ainda mais. O governo tem trabalhado para fazer seu dever de casa. Estamos trabalhando a redução do combustível da aviação. Temos trabalhado de maneira coletiva com as aéreas para reduzir o custo da judicialização no Brasil, que as aéreas pagam quase R$ 1 bilhão de judicialização no país. Do 100% da judicialização no mundo, mais de 70% está no Brasil. Quanto mais processos, mais aumenta o custo da passagem. E outro ponto que temos trabalhado é a agenda do crédito. Temos conversado com as aéreas e BNDES, com o ministro Haddad, da Fazenda, para que, agora, nesses próximos dias, esperamos agora no mês de junho, apresentar uma agenda de crédito para as companhias aéreas, para que elas possam fazer mais investimentos em novos aviões, possam requalificar aeronaves que já estão voando pelo Brasil. Vão poder melhorar a governança, melhorar a tecnologia, infraestrutura desses aviões, porque isso ajuda na aviação brasileira.

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