Paralelo 29

Morador de Itaara morre 27 dias depois de deslizamento de terra, e região chega a 11 mortes na enchente

Foto: João Vilnei, SEC, PMSM

Em todo o Estado já são 169 mortes provocadas pela chuvarada; 56 continuam desaparecidos

JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29*

A Defesa Civil confirmou a morte de Paulo Cesar Buss, de 51 anos, vítima de deslizamento de terra em Itaara. Buss estava internado no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) desde 30 de abril, quando a casa dele foi atingida por deslizamento de terra.

No dia do deslizamento, a mulher de Paulo Cesar Buss, Elizane Medianeira Milani Buss, de 47 anos, morreu. Ela foi a primeira vítima da enchente na Região Central.

Com a confirmação da morte de Paulo Cesar Buss, o número de vítimas fatais na Região Central subiu para 11, sendo a segunda morte em Itaara.

Já em todo o Rio Grande do Sul, até este domingo, 169 mortes foram registradas devido à enchente que atingiu o Estado a partir do final de abril. Segundo balanço da Defesa Civil, 56 pessoas continuam desaparecidas e 806 ficaram feridas.

Paulo Cesar Buss morreu 27 dias após internação/Foto: Reprodução, Facebook

MORTES NA REGIÃO CENTRAL

ITAARA

  • Elizane Medianeira Milani Buss, 47 anos, morreu em 30 de abril, vítima de deslizamento de terra em Itaara
  • Paulo Cesar Buss, 51 anos, morreu no hospital 27 dias após deslizamento de terra em Itaara

SANTA MARIA

  • Liane Ulguin da Rocha, de 45 anos, morreu dia 1º de maio, vítima de deslizamento de terra na Rua Canário, Bairro Itararé, região do Morro do Cechella
  • Emily Ulguin da Rocha, de 17 anos, morreu dia 1º de maio, vítima de deslizaento de terra na Rua Canário, Bairro Itararé, região do Morro do Cechella
  • Josemar Eudardo Lemos, de 35 anos, vítima de deslizamento na Vila do Sossego, na estrada de Rincão dos Minello, Distrito de Arroio Grande
  • Adriana Trindade de Oliveira, de 40 anos, vítima de deslizamento na Vila do Sossego, na estrada de Rinca dos Minello, Distrito de Arroio Grande
  • Miguel Eduardo de Oliveira Dias, de 1 ano, vítima de deslizaento na Vila do Sossego, na estrada de Rincão dos Minello, Distrito de Arroio Grande

SÃO JOÃO DO POLÊSINE

  • Edna Neves Ferreira, de 15 anos, morreu na quarta-feira (1º), vítima de um deslizamento de terra

SILVEIRA MARTINS

  • Olide Pierina Brondani, de 85 anos, vítima de desmonoramento

PINHAL GRANDE

  • Rejane Maria Viera, de 48 anos, vítima de deslizamento na localidade de Gringhinha, em 1º de maio. Ela foi encontrada dois dias depois.
  • Renato Moreira Fernandes, de 41 anos, vítima de deslizamento na localidade de Gringhinha, foi vítima de deslizamento de terra dia 1º de maio. O corpo foi encontrado dias depois.

Números de afetados e desabrigados são assustadores

O boletim destaca que mais de 2,3 milhões de gaúchos foram afetados de alguma maneira, enquanto 581 mil foram desalojados de suas casas.

Esse número supera o da população de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, que tem 463.501 moradores, segundo dados de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Ainda permanecem em abrigos temporários 55.813 pessoas. Para ser ter ideia, o número de pessoas vivendo em abrigos no Estado é maior que o da população de Santiago, que tem 48.938 habitantes, segundo dados de 2022 do IBGE.

Devido às cheias dos diversos rios, córregos e lagos gaúchos, 77.711 pessoas ficaram ilhadas e precisaram ser resgatadas. Até o momento, 12.503 animais também foram resgatados.

Apesar das chuvas fortes terem dado uma trégua neste fim de semana, o lago Guaíba segue com nível acima dos 4 metros, um metro acima da cota de inundação que é de 3 metros. O mesmo ocorre com a Lagoa dos Patos, que se encontra com nível acima dos 2 metros, sendo que a cota de inundação é de 1,3 metro.

Os serviços meteorológicos ainda preveem novas chuvas no estado, com possível queda de granizo, geadas e ventos fortes.

Em todo o estado, ainda há mais de 113 mil pontos sem energia elétrica. Das 2.340 escolas gaúchas, 588 seguem sem o retorno das aulas.

Atualmente, são 67 trechos com bloqueios totais e parciais em 42 rodovias, entre estradas, pontes e balsas. As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), consolidadas com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), abrangendo também rodovias concedidas e as administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).

(*Com informações de Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília)

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