Com 6,3 milhões de casos prováveis, Brasil lidera ranking da doença;; na cidade ocorre o primeiro óbito de paciente não idosa
JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29*
A Prefeitura de Santa Maria comunicou mais duas mortes de pacientes que contraíram dengue no município. Com esses dois óbitos, o total de mortes sobe para seis na cidade em 2024.
Conforme o comunicado divulgado pela Prefeitura nesta terça-feira (4), os dois pacientes são um homem de 87 anos, morador do Bairro Carolina, que estava internado. Ele tinha Alzheimer.
A outra paciente é uma mulher de 38 anos, que morava no Bairro Medianeira. Ela não tinha diagnóstico de outras doenças. A mulher estava internada no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo. É o primeiro caso de morte por dengue de paciente não idoso na cidade.
A confirmaçao das mortes é de responsabilidade do governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde. As mortes ocorreram no início do mês passado e só foram confirmadas agora devido ao tempo de espera dos exames laboratoriais.
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AS VÍTIMAS
- Homem de 87 anos, morador do Bairro Carolina, com diagnóstico de Alzheimer, hipertensão e cardiopatia. O paciente estava internado no Hospital Regional. Morreu em 6 de maio
- Mulher de 38 anos, moradora do Bairro Medianeira, sem diagnóstico de doença. A paciente estava internada no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo. Morreu em 3 de maio
- Mulher de 60 anos, moradora do Bairro Fátima, região Centro Urbano da cidade. A paiente tinha diabetes e estava internada na Cauzzo. Morreu em 1º de maio
- Homem de 74 anos, morador do Bairro Passo D´Areia, região Centro-Oeste da cidade. O idoso tinha hipertensão e estava internado no Hospital Regional de Santa Maria. Morreu em 6 de abril
- Homem de 77 anos, morador do Bairro Nossa Senhora Medianeira, região Centro-Urbano da cidade. O paciente tinha diagnóstico de diabetes e cardopatia e estava internado no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Morreu em 6 de maio
- Homem de 66 anos, morador do Bairro Passo D´Areia, região Centro-Oeste da cidade. Não há registro de que o paciente tinha alguma comorbidade. Ele estava internado no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Morreu em 26 de abril
Brasil lidera ranking da doença
Com quase 6,3 milhões de casos prováveis de dengue, sendo mais de 3 milhões confirmados em laboratório, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de países com maior número de notificações da doença em 2024. Em seguida estão Argentina, com 420 mil casos prováveis; Paraguai, com 257 mil casos prováveis; e Peru, com quase 200 mil casos prováveis.
Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que já contabiliza este ano um total de 7,6 milhões de casos prováveis de dengue em todo o mundo, sendo 3,4 milhões confirmados em laboratório. O painel de monitoramento da entidade aponta ainda mais de 3 mil mortes provocadas pela doença. Atualmente, 90 países registram transmissão ativa de dengue.
“Embora um aumento substancial de casos de dengue tenha sido relatado globalmente nos últimos cinco anos, esse aumento foi particularmente pronunciado na região das Américas, onde o número de casos ultrapassou 7 milhões no final de abril, ultrapassando os 4,6 milhões de casos registrados em todo o ano de 2023”, destacou a OMS.
A entidade alerta ainda que todos os quatro sorotipos de dengue foram detectados nas Américas este ano. Segundo a OMS, pelo menos seis países da região – Brasil, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México e Panamá – já reportaram casos de circulação simultânea de todos os quatro sorotipos.
“Além disso, muitos países endêmicos não dispõem de mecanismos robustos de detecção e notificação, o que faz com que o verdadeiro fardo da dengue a nível mundial seja subestimado. Para controlar a transmissão de forma mais eficaz, é necessária uma vigilância robusta da dengue em tempo real.”
(*Com informações da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Santa Maria e de Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil – Brasília)