JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELAS
Suspense sobre o que vai acontecer segue até o início da semana
Em férias na cidade litorânea de Ilhéus, na Bahia, o presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria, Manoel Badke, o Maneco, tenta derrubar a direção provisória do União Brasil em Santa Maria e, na sequência, melar a coligação do partido com o PT.
As tentativas de Maneco para barrar a aliança do UB com o PT não é de agora. Em abril, às vésperas do fechamento da janela partdária, houve boatos na cidade de que o então pré-candidato a vice-prefeito, José Haidar Farret, deixaria o UB para garantir a coligação.
Na época, o presidente da Câmara decidiu permanecer no UB e declarou ao Paralelo 29 que seria “uma pedra no sapato de Valdeci”, referindo-se ao deputado estadual Valdeci Oliveira, pré-candidato do PT à Prefeitura. Maneco disse que iria a Porto Alegre, na ocasião, para derrubar a direção provisória, presidida pelo ex-vereador Marcelo Bisogno.
Maneco: antes e depois
Na noite de sexta-feira (19), já em Ilhéus, Maneco conversou com o Paralelo 29 e disse que na próxima terça-feira (23) assumiria a presidência local e derrubaria qualquer decisão que fosse tomada na convenção marcada para este sábado (20).
Pela manhã, o UB fez a convenção, na sede do PT, e aprovou a indicação de Farret para vice de Valdeci. No início da noite, Badke reiterou o que dissera na noite anterio ao Paralelo 29 e disse que iria assumir a nova direção do UB na segunda-feira. Chegou a dar horário: 17h.
Isso tudo, segundo ele, porque a direção nacional não concordaria com o alinhamento ao PT. Mais tarde, o Paralelo 29 fez novo contato com o vereador. Para surpresa do colunista, Maneco disse que não iria mais se manifestar, que era “fato consumado”.
Sem a mesma convicação de antes, de que irá reverter a situação em Santa Maria, deixou uma incógnita: “Vamos esperar a manhã de segunda-feira”.
Ausência de Busatto, presidente estadual
Irritado com alguns jornalistas da cidade, o presidente da Câmara questionou por que o deputado federal Luiz Carlos Busatto, presidente do UB no Rio Grande do Sul, não veio à convenção em Santa Maria.
Para ele, Busatto estaria se resguardando de um desgaste perante a direção nacional, que discorda dos rumos do UB no Estado, principalmente em Santa Maria e Passo Fundo.
Por discordar do alinhamento com partidos de esquerda, a direção nacional teria cancelado as convenções deste sábado no Rio Grande do Sul. Até segunda ordem, elas não poderiam ser realizadas. Bisogno e outros dirigentes locais afirmam o contrário. Ou seja, que a direção nacional deu aval para as convenções e para o que elas decidissem.
Quanto à ausência de Busatto, a justificativa é que ele teria contraído dengue. Um representante do deputado participou do ato político em Santa Maria. Outro dirigente estadual presente também reafirmou que a decisão local está respaldada e que nada poderá revertê-la.
Preocupação
De qualquer forma, mesmo afirmando que a decisão do UB tem respaldo nacional, alguns dirigentes da coligação não esconderam certa preocupação com a movimentação. Mesmo que o paralelepípedo vire uma pedrinha no sapato, sempre incomoda.
NOTAS TRANSVERSAIS
Ex-vereadores
A nominata do União Brasil para a Câmara é composta por alguns ex-vereadores: Marion Mortari, que já foi do PP e do PSD; Luiz Gonzaga Trindade, o Gogô, que foi do PP; e Adão Nunes, que foi do PFL, partido que depois virou Democratas (DEM) e, finalmente, União Brasil.
Afora eles, pelo menos dois ex-vereadores do PMDB (hoje MDB) foram vistos em atividades da coligação PT-UB: Renato Rocha e Elias Pacheco Neto, que tiveram mandatos nos anos 90.
Luz em plena campanha
O consórcio que venceu a parceria público-privada (PPP) da Iluminação Pública promete começar a instalar as lâmpadas LED em Santa Maria em 60 dias. Ou seja, ainda durante a campanha eleitoral para o primeiro turno.
Mais um motivo para a faceirice do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) e do vice, Rodrigo Decimo (PSDB), que é o candidato do partido à Prefeitura.
Há quem acredite que a ida dos dois mandatários a São Paulo serviu, também, para contatos com a direção tucana.
PL e Podemos juntos?
Crescem os rumores de uma possível aliança entre PL e Podemos em Santa Maria. Uma das possibilidades seria o Podemos indicar o vice de Roberta Leitão.
E ele não seria Tony Oliveira, que é o pré-candidato do Podemos. Tony concorreria à reeleição e de, quebra, garantiria a bancada na Câmara e encaminharia uma candidatura a deputado estadual em 2026. Ah!, nesse caso, Marcelino Severo, ex-assessor de Tony, que foi exonerado recentemente, seria o vice de Leitão.
Mais um nome
Além de Adilomar Jacson Silva, coronel reformado da Brigada Militar, outro nome surge no PDT como possível vice de Paulo Burmann. É Leonel Pacheco, ex-petista ligado ao movimento pela moradia. Pacheco foi um dos líderes da ocupação da Nova Santa Marta nos anos 90.
Novo com Avante
O partido Novo e o MDB comemoram a adesão do Avante na coligação em torno de Giuseppe Riesgo para a Prefeitura. Presidente do Avante, Gerri Machado foi do governo Valdeci na primeira gestão. Cuidava da parte de captação de recursos.
MÁQUINA DO TEMPO
A profecia realizada
A Máquina do Tempo vai até o ano de 2012, eleição vencida em primeiro turno pelo então prefeito Cezar Schirmer (PMDB), com 54,76% (82,4 mil votos) para conferir uma profecia.
Também concorreram Helen Cabral (37.113) votos, segunda colocada; Tiago Aires (PSOL), com 2.959, e Jeferson Cavalheiro (PSTU), com 1.868 votos.
No final da apuração, em entrevista à imprensa local o candidato do PSDB, Jorge Pozzobom, terceiro colocado, com 26.202 votos, profetizou: “Ainda vou ser prefeito de Santa Maria”.
Quatro anos depois, cumpria-se a profecia e Pozzobom seria eleito para o seu primeiro mandato como prefeito de Santa Maria, sendo reeleito em 2020.
