Partido do candidato Dr Moacir ainda não apareceu no horário eleitoral de rádio e TV
JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29
Das sete candidaturas à Prefeitura de Santa Maria, uma ainda não deu o ar da graça nos três primeiros dias do horário eleitoral na TV. O PRD, do candidato Dr Moacir, vem enfrentando problemas de ordem judicial.
Primeiramente, o problema foi com a filiação do vice, Zeca Lima. Ele não constava como filiado ao PRD, partido que surgiu da fusão do PTB com o Patriotas.
O assunto foi resolvido, mas outra prendenga tá dando dor de cabeça: o PTB local teve problemas na prestação de contas de capanha anterior, e a Justiça de Santa Maria indeferiu o registro da candidatura.
Quanto à ausência do PRD no horário eleitoral gratuito na TV, o próprio Moacir disse ao Paralelo 29 que se deve a “um problema técnico”, que já estaria resolvido.
Assim, a partir de segunda-feira, os eleitores santa-marienses já poderiam conferir os programas de 13 segundos diários do PRD. Só que no horário da tarde, o primeiro, novamente o programa do candidato do PRD não foi ao ar.
Em nota, o PRD fala sobre o indeferimento da candidatura:
No que se refere ao processo de registro de candidatura de Moacir Alves:
- Faltava a validação da foto, mas o problema foi resolvido ontem com a validação da foto no sistema Bem na Foto;
- O PTB e o Patriotas foram unificados em um novo partido, chamado Partido Renovação Democrática – PRD, e o Ministério Público Eleitoral promoveu ação de suspenção do PTB porque não teria prestado contas. Dessa forma, o Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários – DRAP- do PTB foi indeferido e o PTB suspenso, mas o PRD não tem nenhuma pendência com a Justiça Eleitoral;
- Na data de 28 de agosto de 2024, o PRD ingressou com Recurso no TRE, que recebeu efeito suspensivo, de forma que a decisão da JE de Santa Maria está SUSPENSA, estando o candidato Moacir habilitado a continuar em campanha, distribuir propaganda, participar de comícios, reuniões, debates, estando seu nome habilitado a figurar na urna e receber votos, pois, nos termos do artigo 32, § 5º da Lei 9096/95 – Lei dos Partidos Políticos “a desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral”.
NOTAS TRANSVERSAIS
Pouca munição (1)
*Quase sempre, via de regra, candidatos de pequenos partidos (em respeito aos concorrentes, não o tratamos como nanicos) vão para a campanha eleitoral como metralhadora giratória.
Em algumas campanhas passadas, Alda Olivier (PSTU) e Tiago Aires (PSOL) foram alguns candidatos de partidos pequenos, notoriamente de esquerda, que se sobressaíram pelas críticas contundentes a adversários.
Nas eleições deste ano, há dois representantes dessa leva: Dr Moacir (PRD), à direita, e Alídio da Luz (PSOL),à esquerda. Nenhum, porém, até o momento, está sendo contundente. Alídio começou batendo forte na então pré-candidata do PL, Roberta Leitão. Mas ficou nisso.
Pouca munição (2)
Aliás, parece que esse fenômeno não se restringe aos dois candidatos citados. As demais candidaturas também estão pisando em ovos quando se trata de debates e do horário eleitoral.
Estaria faltando munição? Ou ela estaria sendo guardada para uma próxima etapa? A conferir o comportamento desses candidatos nos próximos debates e no horário eleitoral.
Recursos para emendas de vereadores
Na sessão da última quinta-feira, 29 de agosto, os vereadores aprovaram o Projeto de Lei nº 9821/2024, encaminhado pela Prefeitura de Santa Maria autorizando abertura de crédito especial no orçamento no valor de R$ 1,75 milhão.
O dinheiro será para pagar cerca de 15 emendas impositivas apresentadas por vereadores e que não foram pagas “por impedimentos técnicos”.
Os recursos serão aportados nas Secretarias de Saúde, de Cultura e de Infraestrutura e Serviços Públicos. Em época de campanha eleitoral, é “uma mão na roda”, como se diz.
Sem menores na campanha
Atenção, partidos e candidatos!!! Entidades de proteção ao trabalho infantil e ao adolescente e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul emitiram nota técnica orientando partidos e candidatos nestas eleições quanto à contratação de menores de 18 anos para trabalharem nas campanhas eleitorais.
O documento estabelece medidas a serem observadas. Ele recomenda evitar a contratação direta ou terceirizada de jovens com menos de 19 anos para a prestação de serviços nas campanhas eleitorais, inclusive em atividades de militância e mobilização.
MÁQUINA DO TEMPO
Em plena campanha, Collor e reforma da Praça eram manchetes em Santa Maria
Quarta-feira, 26 de agosto de 1992, em plena campanha eleitoral para a Prefeitura e a Câmara de Vereadores, o A Razão, então único jornal impresso de Santa Maria, estampava a seguinte manchete: “Passeata em São Paulo reúne 300 mil contra o presidente Collor”. Logo abaixo, uma submanchete anunciando uma obra: “Praça Saldaha Marinho passará por mudanças”.
Na cidade, era o final do governo Evandro Behr (PDS) e, em nível nacional, o Brasil vivia um momento de grave crise político por conta das denúncias de corrupção que acabariam no impeachment e na renúncia do presidente da República Fernando Collor de Mello.
Foi em meio a esse turbilhão político que ocorreram as eleições municiais de 1992, vencida na cidade pelo então ex-prefeito José Haidar Farret (PDS).
Apesar do desgaste dos partidos que apoiavam Collor, a oposição, sobretudo a esquerda, não conseguiu bom resultado nas urnas em Santa Maria.
Quanto à reforma da Praça Saldanha Marinho, bom, essa notícia era tão somente um anúncio que se concretizaria mais tarde.