Apresentador marcou época na Rede Globo
O Brasil se despede de um nomes mais emblemáticos do jornalismo televisivo: Cid Moreira, que morreu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos. Cid estava se tratando contra uma pneumonia em um hospital de Petrópolis, na região Serrana do rio de Janeiro.
O jornalista marcou época na TV brasileira, na Rede Globo, deixando uma marca inesquecível nas casas de milhões de brasileiros, apresentando o Jornal Nacional. Foram aproximadamente 8 mil aparições de Cid Moreira no principal telejornal do pais.
Nos anos 90, já em final de carreira, Cid apresentou um quadro icônico no Fantástico, também na Globo. O Mister M, mágico que revelava os truques dos profissionais da mágica, gerou polêmica por desvendar segredos de uma das atrações mais admiradas em circos e espetáculos.
Com sua voz potente, Cid apresentava Mister M como o Paladino Mascarado, o Príncipe dos Sortilégios e O Senhor de todos os segredos.
Trajetória começou no rádio em 1944
Nascido em 1927 em Taubaté, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, Cid Moreira iniciou sua trajetória profissional no rádio em 1944, após um amigo o incentivar a testar sua voz na Rádio Difusora de Taubaté. Cid se destacou rapidamente, narrando comerciais até 1949, quando se mudou para São Paulo para trabalhar na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade.
Em 1951, Cid transferiu-se para o Rio de Janeiro, sendo contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Durante sua estada na rádio, de 1951 a 1956, também começou a fazer incursões na televisão, apresentando comerciais em programas ao vivo, como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala” na TV Rio, consolidando sua transição para a televisão.
Sua estreia como locutor de noticiários aconteceu em 1963, no “Jornal de Vanguarda”, da TV Rio, o que marcou o início de sua carreira no jornalismo televisivo.
Nos anos seguintes, trabalhou nesse mesmo programa em várias emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental, consolidando sua presença na televisão.
Voz do Jornal Nacional
Em 1969, Cid Moreira voltou à Rede Globo para substituir Luís Jatobá no “Jornal da Globo”. No mesmo ano, foi escalado para a equipe do recém-lançado “Jornal Nacional”, o 1º telejornal transmitido em rede no Brasil. A estreia ocorreu em setembro de 1969, e Cid dividiu a bancada com Hilton Gomes, marcando época na TV brasileira.
Dois anos depois, iniciou uma parceria de longa data com Sérgio Chapelin. Durante 26 anos, Cid foi o principal rosto do JN. Sua voz tornou-se sinônimo de credibilidade, e seu “boa-noite” diário marcou a televisão brasileira.
Em 1996, uma reformulação do programa trouxe novos apresentadores, William Bonner e Lillian Witte Fibe, com Cid Moreira dedicando-se à leitura de editoriais.
No aniversário de Cid Moreira em 29 de setembro de 2023, o Globoplay lançou o documentário “Boa noite”, destacando sua vida e carreira.
O filme, que foi exibido nos cinemas em 2021, explora como a trajetória de Cid se entrelaça com a evolução da televisão brasileira, enfocando suas 26 anos como âncora do “Jornal Nacional”.