De volta ao Legislativo de Santa Maria após 16 anos, engenheiro civil participou do Estação 29, podcast do Paralelo 29
JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29
Decano dos vereadores da legislatura que assumirá dia 1º de janeiro de 2025 na Câmara de Santa Maria, Sergio Roberto Cechin, eleito pelo Progressistas (PP), disse no Podcast Estação 29 que seu partido terá papel de destaque na política local por ter sido protagonista nas eleições municipais.
“Eu falo em termos de partido, eu sou muito partidário, não vou falar do Cechin, vou falar do PP. O PP foi protagonista, colocamos a nossa candidata a vice-prefeita (Lúcia Madruga, vice do tucano Rodrigo Decimo, eleito prefeito). Então, o PP faz parte e vai governar junto”, afirmou.
Presidente da Casa em 2026
Quanto à presidência da Câmara, Cechin disse que o PP faria parte de uma articulação para administrar o Poder Legislativo municipal pelos quatro anos da próxima legislatura. Ele participou do podcast antes da confirmação do acordo firmado entre o bloco de centro-direita na Casa.
Pelo acordo, Admar Pozzobom (PSDB) vai ser o presidente em 2025, Cechin em 2026, Rudys Rodrigues (MDB) em 2027 e Tony Oliveira (Podemos) em 2028.
A costura para a Mesa Diretora da Câmara, que administra o Legislativo, envolve ainda Novo e PL. Ficaram fora as bancadas do PT (4 vereadores), PC do B (1), PSOL (1), PDT (1) e União Brasil (1). No total, o bloco majoritário terá 13 vereadores contra 8 do bloco de oposição.
Os integrantes da Mesa Diretora indicarão os 16 cargos de confiança (CCs), que são cargos de assessoria técnica por livre indicação partidária.
Sétimo mandato parlamentar e cargos políticos
Com 3.220 votos, o veterano político, que completará 71 anos no próximo dia 9 de dezembro, foi eleito, em outubro deste ano para o seu sétimo mandato na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Os mandatos foram intercalados já que ele foi vice-prefeito da cidade duas vezes e não concorreu ao cargo. Será o decano na próxima legislatura.
Na sua longa trajetória política e partidária, Cechin teve outros cargos políticos, como engenheiro da antiga Companhia de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Rio Grande do Sul (Cedic), responsável por um dos planos de industrialização de Santa Maria, na região Oete. Também foi chefe da Coordenadoria Regional de Obras.
Por fim, o engenheiro foi candidato a prefeito em duas ocasiões, mas não se elegeu: em 1986, quando teve como vice o tucano Izaias Tólio, e em 2020, quando seu vice foi o então vereador Francisco Harrison (MDB), conhecido como Dr Francisco.
Decano da política municipal na Câmara
Santa-marienses com menos de 42 anos não eram nascidos quando o engenheiro civil e professor de matemática Sergio Roberto Cechin entrou para a política.
No já distante 1982, o então professor era eleito para seu primeiro mandato de vereador co 4.279 votos, a maior votação entre os concorrentes e um recorde absoluto para a época.
Para se ter uma ideia, a estreante Alice Carvalho (PSOL), que será colega de Cechin a partir de 2025, foi a campeã de votos este com 4.129 votos.
Cechin concorreu pela antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido criado pelo regime militar em uma época de bipartidarismo. Além da Arena, somente o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que reunia os opositores do regime militar, era legalizado.
Logo na sua primeira legislatura, ele teve um mandato estendido de seis anos, que foi concedido a todos os vereadores e prefeitos eleitos em 1982. Assim, a legislatura se encerrou em 1986.
Isso porque o Brasil passava por um processo de redemocratização com o fim de um período de 21 anos de militares no poder.
Em 1985, o Congresso Nacional elegeu Tancredo Neves presidente da República e deu início à chamada transição democrática para restabelecer a democracia interrompida em 1964 por meio de um golpe de estado.
Fiel à sua ideologia
Desde que iniciou sua trajetória política, Cechin sempre permaneceu fiel ao espectro ideológico da direita. Por um breve período, no final dos anos 80 e 90, o parlamentar esteve no Partido da Frente Liberal (PFL), uma dissidência do Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena.
Contudo, como ele mesmo observa, o PFL (que seria hoje parte do União Brasil) também se enquadra no seu perfil ideológico, que ele define como centro-direita. De resto, sempre esteve em siglas originárias da Arena, como PDS, PPB, PPR e o atual PP.
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Obra da Câmara e temas polêmicos
No podcast, Cechin também falou sobre composição do governo e abordou temas polêmicos como, por exemplo, o término da obra da nova sede da Câmara, que está parada desde 2013.
Falou ainda sobre seu rompimento com o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), do qual foi vice, e de suas (dele, Cechin) polêmicas posições defendidas durante a pandemia de covid-19.
O Estação 29 é conduzido por José Mauro Batista e Rodrigo Dias e é um oferecimento de Bella Storia – Antiquário e Brechó e de Classic Films, loja de acessórios e serviços automotivos. Para assistir o episódio é só ir nas plataformas do Paralelo 29 no Youtube e no Spotify.