Paralelo 29

Após quase um mês de protestos e duas semanas de greve, técnicos de enfermagem do Caridade voltam ao trabalho

Foto: AICVSM, Divulgação

Categoria aceitou proposta do Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo e pôs fim à paralisação de 14 dias

JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29

Os técnicos em enfermagem do Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo/Hospital de Caridade de Santa Maria voltaram ao trabalho nesta quarta-feira (4). Foram quase 30 dias de mobilização e protestos e duas semanas de greve no maior hospital privado do Rio Grande do Sul.

A mobilização dos trabalhadores começou em 9 de novembro com protestos e passeatas em frente ao Caridade. A situação evoluiu para a paralisação.

As principais reivindicações dos técnicos eram o pagamento integral do piso da categoria e o restabelecimento de benefícios que foram retirados pela diretoria do Hospital de Caridade.

Durante a mobilização, os grevistas constituíram um comando de greve e montaram um acampamento na Praça Astrogildo de Azevedo, que fica em frente ao hospital, no Bairro Nossa Senhora de Fátima. Nesta quarta, eles desmontaram o acampamento.

Na tarde dessa terça-feira (3), os grevistas e representantes da categoria foram até a Câmara de Vereadores, onde ocuparam a Tribuna Livre para defender o movimento e pedir apoio.

À noite, o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Santa Maria aceitou a proposta do Caridade. Os detalhes do acordo que pôs fim à greve ainda estão sendo ajustados.

Técnica em enfermagem há quatro anos e integrante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (Cipa) do hospital, Bruna Trindade Dias esteve à frente da paralisação.

Bruna contou na terça-feira ao Paralelo 29 que a insatisfação da categoria começou quando os técnicos em enfermagem verificaram descontos no contracheque de outubro, recebido em novembro. A instituição havia cortado benefícios e uma espécie de abono que variava de R$ 400 a R$ 1 mil acertados em um acordo anterior.

“O pessoal começou a se desesperar”, disse Bruna, acrescentando que entre 250 e 280 técnicos, de um total de 686, aderiram ao movimento.

Durante a paralisação, os grevistas mantiveram um efetivo inicial de 30% dos funcionários trabalhando, em cumprimento à lei de greve. Depois, a Justiça determinou que 70% dos técnicos continuassem trabalhando. O Caridade chegou a suspender cirurgias, inclusive cesarianas, que não são enquadradas como de urgência.

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