Paralelo 29

Santa Maria tem média de 41 crianças e adolescentes órfãos por ano desde 2021

Foto: Agência Brasil

Dados são de Cartórios de Registro Civil do Rio Grande do Sul e se referem a perdas na pandemia de covid-19

Um levantamento inédito realizado pelos Cartórios de Registro Civil do Rio Grande do Sul aponta que 41 crianças e adolescentes de até 17 anos ficam órfãos de pelo menos um de seus pais por ano em Santa Maria. Os dados levam em conta a pandemia de covid-19.

A pesquisa foi enviada ao Paralelo 29 pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen/RS).

Segundo o levantamento, em 2021, a pandemia de Covid-19 foi responsável por, ao menos, uma sétima parte da orfandade em território santa-mariense e, até este ano, pode ter deixado até 11 crianças e adolescentes sem pai ou mãe.

Os dados, pela primeira vez consolidados em nível estadual, mostram ainda que, em 2021, a covid-19 foi responsável por ao menos um sétimo da orfandade no município, correspondendo a quatro crianças que perderam seus pais por conta da doença em um total de 28 órfãos. 

O levantamento abrange o período de 2021 a 2024, quando foi possível realizar o cruzamento dos dados dos CPFs dos pais existentes nos registros de óbitos com o registro de nascimento de seus filhos, possibilitando averiguar com exatidão o número de órfãos no país ano a ano.

Até a metade de 2019 não havia a obrigatoriedade de inclusão do CPF dos pais no registro de nascimento, inviabilizando uma correlação exata entre ambos os registros, número que ficou consolidado a partir de 2021. 

“Esses dados inéditos trazem uma reflexão importante sobre o impacto social da orfandade no estado. Com o levantamento realizado a partir do cruzamento dos dados dos CPFs dos pais existentes nos registros de óbitos com o registro de nascimento de seus filhos, podemos evidenciar a necessidade de atenção e políticas públicas voltadas ao amparo dessas crianças”, explica o presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio Grande do Sul (Arpen/RS), Sidnei Hofer Birmann. 

De acordo com os dados consolidados pela Arpen-RS via ON-RCPN, além dos 28 órfãos contabilizados em 2021, o ano seguinte registrou 31 crianças que perderam ao menos um dos pais, enquanto 2023 registrou um aumento para 54 órfãos e, até outubro de 2024, o número já totaliza 53, o que deve superar o recorde do ano passado neste período.

Fenômeno da covid-19 

Os dados consolidados do levantamento dos Cartórios de Registro Civil apontam que a covid-19 deixou, desde 2019, sete crianças órfãos de pelo menos um de seus pais em Santa Maria.

Se forem consideradas doenças correlacionadas ao coronavírus no período, como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – 1 e Insuficiência Respiratória – 3, o número pode chegar a pelo menos 11 crianças órfãos por causa de doenças relacionadas à covid desde 2019. 

O levantamento ainda aponta reflexo no aumento do número de órfãos em razão do falecimento de seus pais em doenças como Infarto, AVC, Sepse e Pneumonia, que estiveram relacionadas com a pandemia nos últimos anos. 

Sobre a Arpen/RS 

A Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio Grande do Sul (Arpen/RS) é a entidade representativa dos 422 Cartórios de Registro Civil do Estado, presentes em todos os municípios, realizando os principais atos da vida de uma pessoa: nascimento, casamento e óbito.

A Arpen/RS foi fundada em 24 de janeiro de 1998 e sua sede está localizada no Centro Histórico de Porto Alegre. 

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