Paralelo 29

EDITORIAL: Foguetório nas festas de fim de ano, um absurdo que tem que acabar

Foto: Marcello Casal Jr, Agência Brasil

Muitos santa-marienses não perderam o péssimo hábito de comemorar as festas de fim de ano com fogos de artifício que fazem barulho. É o que ocorre todo ano no Natal e no Ano Novo. Esse tipo de comemoração barulhenta se repetiu no Natal deste ano e vai ocorrer na virada para 2025.

Sabemos que as comemorações com fogos de artifício ocorrem há muitos anos, estão enraizadas no nosso cotidiano e já fazem parte da cultura nacional e mundial.

Mas quantos outros hábitos e costumesque antes eram considerados aceitáveis e faziam parte da cultura dos povos e foram gradualmente banidos?

Rodeios já estão revendo práticas de maus-tratos a animais, hábitos de consumo, como fumar, hoje são alvo de propaganda contrária e até de repulsa de parte considerável da sociedade. Até mesmo hábitos alimentares mudam ao longo da história.

E, assim, são vários os exemplos de coisas que fazíamos e que vamos deixando de fazer porque prejudicam a nossa vida ou a de terceiros, afetando o ambiente em que vivemos. E esse parece ser o caso dos chamados fogos de artifício barulhentos, como bombinhas e foguetes.

Desde 2019, Santa Maria tem uma lei municipal que proíbe, em qualquer ocasião, a soltura de fogos que emitem som. Só que essa lei, que prevê punição com multa, não é eficaz. Sequer é fiscalizada e aplicada no município

E o que dizer de uma lei que não é respeitada nem mesmo por autoridades municipais em festas de formaturas e outros eventos comemorativos?

Quem tem animal de estimação sabe o quanto esses fogos assustam os pets. Da mesma forma, o barulho dos fogos é prejudicial a idosos, crianças, pessoas doentes e a quem tem espectro autista. Um desrespeito total da parte de quem ignora a situação dessas pessoas.

Em seu perfil no Instagram, o Paralelo 29 pediu a opinião dos internautas, e eles se manifestaram, a maioria esmagadora criticando a soltura de fogos barulhentos.

A opinião do Paralelo 29 é a mesma da maioria que não quer fogos barulhentos. Uma solução a ser pensada é um controle maior da venda de fogos sonoros e, quem sabe, até mesmo a proibição de se fabricar esse tipo de fogo de artifício.

Não se trata de proibir comemorações. Muito pelo contrário, pois soltar fogos não é proibido, desde que eles não produzam estrondos.

O ideal, quem sabe, seria todas as residências tivessem peças com isolamento acústico para pessoas e pets. Mas, no mundo real, isso é inviável. Portanto, a única solução é manter e ampliar a proibição de fogos barulhentos em respeito a quem é afetado.

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