Policial penal com cão farejador localizou arma carregada nessa segunda-feira
JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29
Um cão farejador guiado por um agente do GIR (Grupo de Intervenção Rápida) encontrou um revólver calibre 32, carregado, nos fundos da Penitenciária Estadual de Santa Maria (PESM), na manhã desta segunda-feira (30). O fato preocupa servidores da casa prisional.
A descoberta gerou um alerta geral e a recomendação para que os policiais penais utilizem colete à prova de bala, principalmente quando estiverem nas guaritas ou nas rondas nas proximidades da área externa.
A Brigada Militar foi retirada das guaritas dos presídios por determinação do governo do Estado. O fato foi comunicado à Polícia Civil e à 2ª Delegacia Penitenciária Regional (2ª DPR).
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FATO GRAVE
O fato é considerado grave, pois coloca em risco a vida de servidores da Polícia Penal e até mesmo a integridade de outras pessoas, como os próprios presos. Em novembro, um preso matou outro a tiros dentro do Complexo Prisional de Canoas.
Até então não se tinha notícia da presença de armas de fogo na área da Pesm e em nenhum outro estabelecimento penal de Santa Maria.
Não há notícias de arma de fogo em revistas
Nas revistas de rotina ou em operações especiais realizadas em Santa Maria, agentes públicos já localizaram nas casas prisionais armas artesanais, conhecidas como estoque, que são facas feitas pelos próprios detentos de materiais como ferro. No entanto, não havia sido noticiado apreensões de armas de fogo, mesmo que na área externa.
Outra situação que tem preocupado a Polícia Penal é o arremesso de materiais ilícitos por meio de drones. Essa prática se intensificou na Pesm depois que a Brigada Militar saiu das guaritas.
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Sindicalista denunciou falta de agentes
Em agosto deste ano, durante visita a Santa Maria, o presidente do Sindicato da Polícia Penal do Rio Grande do Sul (Sindppen-RS), Cláudio Dessbesell, denunciou a falta de policiais penais na Pesm. Segundo ele, existiam, à época, 13 policiais penais por plantão para vigiar 741 detentos.
“Esta irregularidade tem causado danos gravíssimos aos colegas, pois está diminuindo o número de servidores na segurança interna dos presídios e a nossa grande preocupação é a integridade física deles. E, se ocorrerem motins ou fuga em massa, quem pagará é a sociedade pela péssima gestão pública”, diz o sindicalista.