Paralelo 29

Polícia Civil desmantela fábrica clandestina de cigarros falsificados em Agudo e prende 9 pessoas

Foto: Divulgação, PC

Empresa de arroz com sede em São Borja era utilizada como fachada para esquema fraudulento milionário

A Polícia Civil desarticulou um esquema criminoso milionário de fabricação de cigarros falsificados no Rio Grande do Sul. A fábrica clandestina funcionava no interior de Agudo, na Quarta Colônia, e utilizava uma empresa de arroz com sede em São Borja como fachada.

A operação da Polícia Civil foi desencadeada pela Deleacia de Polícia Regional de Santa Maria e pelo Departamento Estadual de Narcotráfico (Denarc), sob a coordenação dos delegados Sandro Meinerz e Alencar Carraro. As informações são desta quarta-feira (22).

Prisões e apreensões

Policiais civis cumpriram mandado de busca e apreensão em uma propriedade rural situada na localidade de Porto Alves, na Estrada Porto Alves – ERS 348, em Agudo.

Nove pessoas foram presas e houve apreensão de grande quantidade de maços de cigarros ilgais, além de máquinas e insumos, como tabaco triturado, filtros e embalagens de carteiras de marcas do Paraguai e do Brasil, tudo utilizado na produção clandestina.

PRF apreende carga com 75 mil maços de cigarros paraguaios em Tupanciretã

Equipamentos estavam funcionando

Equipamentos estavam funcionando na hora que a polícia chegou/Foto: Divulgação, PC

Após a abordagem policial, com a realização das prisões e apreensão das mercadorias, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) realizou perícia no local com o objetivo de materializar os crimes ocorridos no local e encontrar vestígios capazes de identificar outros membros da organização.

No local, a equipe do IGP constatou que os equipamentos estavam em pleno funcionamento, sendo documentada toda a cadeia de produção industrial dos produtos ilegais, desde a fase inicial, consistente no corte dos filtros e do papel, com posterior introdução do tabaco triturado para a confecção dos cigarros, passando pela fase final de embalagem em maços e pacotes, que eram acondicionadas em caixas de papelão, cada um com 50 pacotes.

PRF apreende ônibus com 100 mil maços de cigarros em Rosário do Sul

Faturamento de R$ 300 mil por dia

A investigação criminal teve duração de cerca de três meses para a localização da fábrica clandestina de cigarros em Agudo, sendo possível constatar que estava em funcionamento por cerca de dois anos, produzindo em torno de 300 caixas, cada uma com 50 pacotes, num total de 150 mil maços, em apenas um dia.

No mercado clandestino, cada caixa de cigarros é vendida por cerca de R$ 1 mil, totalizando a quantia de R$ 300 mil de faturamento bruto por dia.

Relação com o tráfico de drogas

A investigação criminal apontou ainda indícios de que a produção de cigarros tem relação com o tráfico de drogas, tendo em vista que uma facção com atuação na zona sul do Estado, estaria produzindo cigarros ilegais na Região Central, mais especificamente em Agudo.

“Para além do fornecimento de drogas, a mencionada facção estaria estendendo os negócios ilícitos para, também, distribuir cigarros produzidos ilegalmente tanto para a zona sul do Estado quanto para a Região Central, ocupando, para tanto, o município de Agudo como sede para a produção, sobretudo pela facilidade de utilização das rodovias para escoamento da produção ilícita, em face da privilegiada localização de Agudo no mapa do Estado”, diz a Polícia Civil.

OPERAÇÃO BRUSH: Polícia prende 19 pessoas e apreende 20 quilos de maconha, armas e R$ 45 mil

Compra fraudulenta de arroz

Segundo informações coletadas no local, a fábrica ilegal de cigarros utilizava como “fachada” uma arrozeira com sede em São Borja, indicando que para além da prática de crimes de tráfico e crimes contra as relações de consumo, poderia haver a consumação de estelionatos contra os produtores da região por meio da compra fraudulenta de arroz.

Estratégia diferente do contrabando

A Polícia Civil destaca que fábricas cclanestinas de cigarros evidenciam uma logística engenhosa com organizações criminosas que geralmente optam por localidades rurais com facilidade de acesso a matérias primas, principalmente o fumo, que é cultivado em larga escala no Estado, sendo, inclusive, a fonte de renda de diversos agricultores.

Assim, segundo os investigadores, verifica-se que, até mesmo pela ampliação do combate ao contrabando de cigarros do Paraguai, as organizações criminosas optaram por montar empresas clandestinas para produzir cigarros falsificados em território nacional. Essa prática facilita o escoamento da produção por rotas diversas daquelas utilizadas pelos contrabandistas. Além disso, essa estratégia aumentaria ainda mais os lucros da atividade ilícita.

PF deflagra operação contra tráfico internacional de drogas em Santa Maria e Rosário do Sul

Prejuízos à saúde e à economia, destaca delegado

De acordo com o delegado Sandro Meinerz, a operação realizada nesta quarta-feira retira de circulação produtos impróprios para o consumo humano, no caso os cigarros sem qualquer procedência e que não estão sujeitos a nenhum controle fitossanitário. Afora isso, causam prejuízos “devastaores na economia brasileira”.

Por fim, Meinerz destaca que a ligação da fabricação clandestina de cigarros com o tráfico de drogas traz, ainda, consequências mais nefastas e gera crimes violentos, como homicídios.

Os presos estão sendo autuados em flagrante na Delegacia de Polícia de Agudo e oportunamente serão encaminhados ao sistema prisional.

(Com informações da Polícia Civil)

Compartilhe esta postagem

Facebook
WhatsApp
Telegram
Twitter
LinkedIn