Paralelo 29

Dezoito anos após escândalo da Operação Rodin, Fatec volta ao foco da Polícia Federal por supostos desvios na entidade; confira nota da UFSM

Foto: Divulgação, PF

Esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de capitais é investigado na instituição ligada à UFSM

PARALELO 29

A Polícia Federal deflagrou a Operação Fafnir nesta quarta-feira (19) para cumprir quatro mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens de pessoa ligada à Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), entidade vinculada à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

A investigação mira um suposto esquema criminoso de apropriação indevida de verbas públicas, pagamentos de despesas pessoais com dinheiro da fundação e utilização de empresas e contas bancárias de terceiros para ocultação de patrimônio adquirido ilicitamente.

A PF não deu nomes, mas informou que o prejuízo, entre 2019 e agosto de 2023, é de R$ 4,73 milhões. A própria Fatec encaminhou denúncia para que os fatos fossem investigados.

Na operação, agentes federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão e de bloqueio de bens móveis e imóveis dos investigados.

“Dentre as medidas cautelares deferidas pela Justiça Federal, estão buscas e apreensões nos endereços dos investigados, quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático, além do sequestro de seis automóveis e três imóveis. O objetivo do bloqueio de bens é garantir o ressarcimento aos cofres públicos ao final do processo”, diz nota da Comunicação Social da PF em Santa Maria.

Conforme a PF, as investigações começaram com uma denúncia encaminhada pela própria Fatec, que, após identificar indícioes de manipulação contábil e transferência irregulares de recursos, colaborou com a apuração.

Os investigados poderão responder pelos crime de peculato (quando envolve servidor público), associação criminosa e lavagem de capitais.

Em nota divulgada pelo Gabinete do Reitor, a UFSM ressalta que, assim que soube dos supostos desvios, a Fatec encaminhou denúncia. Também destaca a abertura de sindicância (confira, abaixo, a nota da UFSM na íntegra).

Rodin agitou UFSM em 2007

A operação desta quarta-feira ocorre no ano quem a Operação Rodin completará 18 anos. Deflagrada em 6 de novembro de 2007 pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, a Rodin desmantelou um suposto esquema envolvendo a contratação de empresas para elaboração e aplicação de exames para obtenção da carteira de motorista no Rio Grande do Sul.

O escândalo envolveu o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e atingiu o governo Yeda Crusius (PSDB). Conhecidos professores da UFSM, políticos e empresários de Santa Maria e com vínculo com a cidade ou com a instituição de ensino chegaram a ser presos.

Apesar de serem condenados em duas instâncias, nenhum dos 22 réus principais do escândalo cumpriu pena de prisão. Na época, a Operação Rodin foi notícia nacional. Além da Fatec, outra instituição de apoio vinculada à UFSM, a Fudae, também esteve no epicentro do esquema.

Nota do Gabinete do Reitor

A FATEC, Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência, identificou, por meio de seus controles internos, um desvio de recursos e comunicou imediatamente a UFSM, o Ministério Público e a Polícia Federal.

Na época, a fundação instaurou sindicância relacionada à funcionária supostamente envolvida. Com a conclusão dos trabalhos internos, houve demissão da envolvida.

A UFSM conta, atualmente, com cinco fundações aprovadas em Conselho Universitário para fazer a gestão de seus projetos, dentre elas, a FATEC. A UFSM possui personalidade jurídica diferente da FATEC e, apesar disso, acompanha o caso para proteger projetos, pesquisadores e supervisores financeiros impactados, direta e indiretamente, pela conduta da funcionária demitida.

Gabinete do Reitor
19/02/2024

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