Proposta será lançada na noite desta quinta-feira em São Paulo
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Movimentos sociais, centrais sindicais, artistas, partidos políticos e organizações da sociedade civil vão lançar na noite desta quinta-feira (10), em São Paulo, um plebiscito para avaliar a opinião da população sobre temas como a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1 e a isenção de Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil.
Chamado de Ato Nacional de Lançamento do Plebiscito Popular 2025, o evento será realizado a partir das 18h30 de hoje no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, região central de São Paulo.
“Nós vamos fazer uma campanha política envolvendo três pautas. A primeira é o fim da escala 6×1, que é uma escala de trabalho desumana e não permite que as pessoas tenham vida além do trabalho. Os outros temas são a redução da jornada de trabalho e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, promovendo a taxação de quem ganha mais de R$ 50 mil no Brasil. Esta é uma campanha que defende a reforma tributária, ou seja, que quem ganha menos pague menos impostos e quem ganha mais pague imposto de verdade”, explicou a advogada Glória Trogo, militante do PSOL e uma das organizadoras do Plebiscito Popular 2025.
Apesar desses temas já estarem em discussão no Congresso Nacional, Glória disse que o plebiscito pretende convidar a população a também fazer parte do processo e a refletir sobre as propostas.
“Todos esses temas já estão em tramitação no Congresso. A proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação para quem ganha acima de R$ 50 mil já está entrando em tramitação por iniciativa do próprio governo federal. E temos também a proposta do fim da escala 6×1, que está em tramitação por um projeto da deputada Erika Hilton [PSOL-SP]e que já tem a assinatura de vários outros deputados de vários partidos diferentes”, acrescentou a advogada.
“Só que nós achamos que esse Congresso, com maioria de deputados conservadores ligados à direita, à extrema-direita e ao centrão só poderão aprovar tais medidas com pressão popular, com apoio popular. Ou seja, esta é uma das razões pelas quais pretendemos fazer o plebiscito”, afirmou a advogada, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Glória Trogo, o plebiscito é uma iniciativa de vários movimentos sociais, entre os quais as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e uma série de articulações de movimentos sociais do Brasil.
A advogada disse que a expectativa é que o ato de lançamento do plebiscito reúna representantes de categorias como professores, estudantes, pesquisadores e militantes de movimentos sociais. Depois, a campanha deve ganhar as ruas, ouvindo a população sobre esses temas.
“O plebiscito é uma jornada. Ele não dura um dia, nem uma semana, nem um mês. Serão vários meses. Esta é uma jornada que começa agora, com as campanhas políticas que consideramos muito importantes para o país”, concluiu.