Paralelo 29

Subsídio é insuficiente: “Vai ter que aumentar a tarifa”, diz empresário do transporte coletivo de Santa Maria

Foto: José Mauro Batista, Paralelo 29

Câmara de Vereadores de Santa Maria aprovou aporte de R$ 4 milhões, mas empresas afirmam que não valor não cobre operação

JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29

O empresário Edmilson Gabardo, diretor da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) de Santa Maria afirmou ao Paralelo 29, na manhã desta quarta-feira (14), que o subsídio de R$ 4 milhões aprovado pela Câmara de Vereadores é insuficiente para manter o transporte coletivo.

“Vai ter que aumentar a tarifa”, disse, afirmando que a passagem terá que ser reajustada para, no mínimo, R$ 7, dois reais a mais que a atual tarifa, que é R$ 5 em dinheiro.

As empresas que operam no transporte coletivo na cidade estimam que a Prefeitura teria que repassar cerca de R$ 7 milhões, correspondente aos prejuízos de janeiro a abril deste ano.

Tarifa “real” foi de R$ 3,40 em abril, diz empresário

De acordo com Gabardo, a média do repasse para manter a tarifa em R$ 5 é de R$ 1,9 milhão por mês. Em abril, segundo ele, “as empresas transportaram 1.539.136 passageiros e arrecadaram R$ 5.242.534,75, o que dá uma tarifa de R$ 3,40 por passageiro”.

Reajuste da tarifa e licitação

Em 10 de janeiro, os empresários do transporte coletivo encaminharam um pedido de aumento da tarifa. A estimativa é que a tarifa técnica, que é de R$ 6,85 (a Prefeitura já cobre R$ 1,85 para manter a passagem a R$ 5 para o usuário), passe para R$ 7,50.

A expectativa é que, nos próximos dias, a Prefeitura anuncie o índice de reajuste da tarifa. A planilha de custo de operação do sistema já foi atualizada e depende da aprovação do Conselho Municipal dos Transportes (CMT).

A discussão sobre subsídios e aumento da passagem de ônibus em Santa Maria ocorre a poucos dias do vencimento do prazo para lançamento da licitação do transporte coletivo, prevista para o próximo dia 22. Ainda não há manifestação sobre a licitação.

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Câmara aprovou R$ 4 milhões de ajuda

Na manhã desta quarta-feira (14), depois de longas sessões que começaram na tarde de terça-feira (13), a Câmara de Vereadores aprovou, por 12 votos contra 8, o projeto de lei enviado pela Prefeitura que autoriza o Município a repassar R$ 4 milhões de subsídios para as empresas.

A aprovação ocorreu depois de uma forte pressão sobre o Executivo municipal. No início da semana passada, motoristas e cobradores da Expresso Medianeira, a maior empresa do sistema, realizaram uma paraliação de cerca de cinco horas e deixaram 15 mil passageiros sem ônibus.

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Pressão dos rodoviários

A paralisação com ameaça de uma greve geral, segundo o Sindicato dos Rodoviários, foi uma forma de pressionar as empresas a atenderem reivindicações salariais.

A categoria pede recomposição salarial relativa à época da pandemia de covid-19 e a reposição da inflação. As empresas afirmam que não têm como atender a reinvidicação sem um subsídio maior de parte do poder público municipal.

A posição da Prefeitura é de que o Município já vem concedendo subsídios ao transporte coletivo desde o governo anterior. A administração Rodrigo Decimo (PSDB) não descarta novos aportes, mas isso dependerá da viabilidade econômica.

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