Paralelo 29

Casa-exposição Nem Tão Doce Lar chega a Agudo para promover debate sobre violência doméstica e familiar

Foto: Divulgação, FLD

Exposição itinerante e interativa reforça campanha do Maio Amarelo

Nos dias 28 e 29 de maio, a casa-exposição Nem Tão Doce Lar estará em Agudo (RS) para sensibilizar a sociedade sobre o tema da superação da violência doméstica e familiar. 

Trata-se de uma exposição itinerante e interativa que leva ao espaço público a representação de uma casa com pistas que denunciam a violência sofrida por mulheres, crianças, adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência e comunidade LGBTQIAPN+.

A casa-exposição será montada no Centro Comunitário Luterano da IECLB (Rua Germano Hentschke, nº 150) e aberta para visitação pública e gratuita das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h30. A visita pode ser feita individualmente ou em grupos.

SERVIÇO

O quê: Exposição Nem Tão Doce Lar

Quando: 28 e 29 de maio, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h30

Onde: Centro Comunitário Luterano da IECLB (Rua Germano Hentschke, nº 150), em Augudo, município da Quarta Colônia, na Região Central do RS

Interatividade

Durante a visitação, é possível circular por diferentes cômodos da casa, identificar as pistas deixadas nos cenários e, ao final, expor as impressões e tirar dúvidas em uma roda de conversa conduzida por pessoas acolhedoras.

Há também diversas tarjetas com informações a respeito dos diversos tipos de violência que podem acontecer no ambiente e convívio doméstico e familiar. Desta forma, a exposição sensibiliza, propõe métodos preventivos e incentiva a denúncia.

A ação faz parte das atividades da campanha nacional Maio Laranja, que tem como objetivo dar visibilidade à luta contra a violência sexual que atinge crianças e adolescentes, mobilizando a sociedade para o enfrentamento, a denúncia e a proteção dos direitos da infância e adolescência, sendo 18 de maio o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Oficina de formação

Além da casa-exposição, a iniciativa conta com uma oficina de formação para pessoas que integram a rede de proteção, de equipamentos públicos e organizações da sociedade civil, visando o fortalecimento da rede de apoio do município e região. A oficina será no dia 27 de maio, no mesmo local da casa-exposição.

Iniciativa da Fundação Luterana

A Nem Tão Doce Lar é uma iniciativa é da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e em Portão irá ocorrer em parceria com a Comunidades Evangélica de Confissão Luterana em Agudo, Prefeitura de Agudo, Conselho Municipal de Direitos da Mulher, Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) de Agudo, CREAS de Faxinal do Soturno e Emater/RS-Ascar.

Esta é a primeira vez que a Nem Tão Doce Lar chega a Agudo, mas já esteve nos municípios da região: em Santa Cruz do Sul, em 2024, Santa Maria, em 2023, Vale do Sol, em 2022, e Taquari, em 2021. Entre os dias 20 e 23 de maio, a iniciativa esteve em Portão (RS), marcando o início das ações de 2025.

Mais de 150 pessoas visitaram a casa-exposição e mais de 50 pessoas dos equipamentos públicos participaram da Oficina de Formação.

Neste ano, a Nem Tão Doce Lar ainda irá percorrer os municípios de Nova Santa Rita e Novo Hamburgo (RS), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Colatina e Linhares (ES).

Crianças e Adolescentes: números estarrecedores

De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, no período de 2015 a 2021, foram notificados 202.948 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, sendo 83.571 contra crianças e 119.377 contra adolescentes. Em 2021, o número de notificações foi o maior registrado ao longo do período analisado, com 35.196 casos.

Ainda segundo o material, a residência das vítimas é o local de ocorrência de 70,9% dos casos de violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos de idade e de 63,4% dos casos contra adolescentes de 10 a 19 anos. Familiares e pessoas conhecidas são responsáveis por 68% das agressões contra crianças e 58,4% contra adolescentes nessas faixas etárias.

A maioria das pessoas agressoras são do sexo masculino, responsáveis por mais de 81% dos casos contra crianças de 0 a 9 anos e 86% dos casos contra adolescentes de 10 a 19 anos.

As vítimas são predominantemente do sexo feminino: 76,9% das notificações de crianças e 92,7% das notificações de adolescentes nessas faixas etárias ocorreram entre meninas.

No entanto, segundo o boletim, pode existir um sub-registro dos casos entre meninos, devido a fatores como estereótipo de gênero ou a crença de que os meninos não vivenciam a violência.

Sobre a Nem Tão Doce Lar

A Nem Tão Doce Lar envolve uma metodologia de intervenção coletiva para a superação da violência doméstica e familiar, tema tantas vezes invisibilizado e naturalizado. 

Além de popularizar o debate, busca atuar na incidência pela efetivação de políticas públicas, na constituição e fortalecimento de redes de apoio nos municípios e no empoderamento de grupos. O nome Nem Tão Doce Lar faz alusão à citação “Lar doce Lar”, muito comum em casas brasileiras. 

Foi montada, pela primeira vez, em fevereiro de 2006, mesmo ano em que foi promulgada a Lei Maria da Penha (Lei 11.340).

É inspirada na exposição alemã Rua das Rosas, idealizada pela antropóloga alemã Uma Hombrecher, com o apoio da agência Pão para o Mundo (PPM).

A FLD e outras organizações parceiras mergulharam na metodologia e, a partir de um amplo processo de construção coletiva, a exposição foi adaptada para o contexto brasileiro

Em 2024, a FLD foi premiada com o primeiro lugar no prêmio APERGS de Direitos Humanos Procurador Jacques Alfonsin com o trabalho “Política de Justiça de Gênero – Nem Tão Doce Lar”.

O prêmio é uma iniciativa do Departamento de Direitos Humanos da Associação dos Procuradores do Estado do Rio Grande do Sul (DDH-APERGS), com apoio da Escola Superior da Advocacia Pública (ESAPERGS).

A Nem Tão Doce Lar já percorreu mais de 95 municípios em 15 estados brasileiros e recebeu a visita de mais de 20 mil pessoas. Para mais informações: https://fld.com.br/ntdl

Sobre a FLD

A Fundação Luterana de Diaconia é uma organização da sociedade civil que tem como missão defender o direito à existência com vida boa de toda a diversidade.

Atua a partir de seis áreas temáticas interconectadas: agroecologia, cultura, direitos humanos, economia solidária, justiça de gênero e étnico-racial, e terra e território; no compromisso de fortalecer comunidades, promover direitos e impulsionar projetos de vida que geram impacto social profundo e duradouro, sempre com o protagonismo das pessoas.

(Com informações da Assessoria de Comunicação da Fundação Luterana de Diaconia)

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