Paralelo 29

CASO BERNARDO: Polícia conclui investigação sobre morte de Edelvânia na cadeia

Foto: TJRS

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu que não houve crime na morte de Edelvânia Wirganovicz, uma das quatro pessoas condenadas pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos. O menino foi assassinado em abril de 2014.

Edelvânia foi encontrada morta na cela onde estava presa, no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, em 22 de abril deste ano. Ela cumpria pena de 22 anos e 10 meses de reclusão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

A ré chegou a ser liberada da cadeia, em 2023, para cumprir a pena em regime domiciliar mediante uso de tornozeleira eletrônica por falta de vagas no sistema prisional. No entanto, em fevereiro deste ano, a Justiça revogou a prisão domiciliar e determinou que ela voltasse a cumprir pena no regime aberto.

Edelvânia era amiga de Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo, e também condenada pela morte do menino. Em abril de 2014, Edelvânia admitiu o crime e indicou o local onde Bernardo havia sido enterrado, em Frederico Westphalen, cidade perto de Três Passos, onde a vítima morava.

Na conclusão do inquérito sobre a morte de Edelvânia, a Polícia Civil levantou que ela estava presa em uma área segura da unidade prisional, isolada e praticamente sem contato com outras detentas. Presas ouvidas na apuração do caso dissera que Edelvânia tinha tendências suicidas por conta da culpa que sentia devido ao crime e, também, por ter envolvido o irmão, Evandro.

A Polícia Civil também concluiu que Edelvânia estava se sentindo abandona pela própria família, conforme declarou o delegado Gabriel Borges.

A condenada chegou a ser socorrida dentro do instituto penal, mas não resistiu e morreu. Agora, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público (MP). Se o MP concordar com o resultado apontado pela polícia, o caso será encerrado com o arquivamento do inquérito.

O MP, contudo, poderá pedir alguma nova diligência, se entender que o caso não está suficientemente esclarecido.

Morte de Bernardo chocou o RS

A morte de Bernardo é um dos casos de maior repercussão dos últimos tempos no Rio Grande do Sul e no país. O menino chegou a ficar desaparecido por dias até seu corpo ser localizado e sua morte confirmada.

Quatro pessoas foram condenadas pela morte do menino, que está sepultado no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria juntamento com a mãe, Odilaine, e com a avó, Jussara Uglione. O pai de Bernardo, o ex-médico Leandro Boldrini, estava morando em Santa Maria, onde estava cumprindo o restante da pena.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) cassou o registro profissional de Boldrini, em fevereiro deste ano, e ele não poderá mais trabalhar como médico.

Em razão disso, Boldrini perdeu o emprego de médico que havia conquistado em um concurso no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).

CONDENADOS NO CASO BERNARDO

  • GRACIELE UGULINE: madrasta de Bernardo, ela foi condenada a 34 anos e sete meses de prisão. Este ano ela foi autorizada a progredir para o regime semiaberto
  • LEANDRO BOLDRINI: pai de Bernardo, foi condenado a 33 anos e oito meses de cadeia. O ex-médico estava cumprindo pena em Santa Maria
  • EDELVÂNIA WIRGANOVICZ: amiga da madrasta, foi condenada a 22 anos e 10 meses de prisão. Foi encontrada morta na cela em 22 de abril deste ano
  • EVANDRO WIRGANOVICZ: irmão de Edelvânia, foi condenado a nove anos e seis meses em regime semiaberto por cavar a cova onde Bernardo foi enterrado. Já cumpriu a pena

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