Paralelo 29

GRIPE: Pico de internações reforça alerta para vacinação de crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades

Foto: João Vilnei, SEC, PMSM

Em 2024, a cada cinco pessoas hospitalizadas, quatro não estavam vacinadas contra a influenza

O Rio Grande do Sul registrou em maio o maior número de hospitalizações por gripe (influenza) na comparação com qualquer mês dos últimos três anos.

Dados da Secretaria da Saúde (SES) apontam mais de 400 internações nas duas primeiras semanas do mês, evidenciando um cenário de alerta, especialmente para os grupos mais vulneráveis à doença: crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades.

O cenário ressalta a importância da vacinação. No ano passado, a cada cinco pessoas que foram internadas por problemas respiratórios em decorrência da gripe, quatro não estava vacinadas contra a influenza.

A baixa adesão à campanha de vacinação contra a gripe é um sinal de preocupação. A cobertura vacinal entre crianças de seis meses e menores de seis anos está em apenas 24,6%, e entre os idosos chega a 43%. Outro grupo prioritário são as gestantes, com somente 20,7% de cobertura até o momento.

A média geral dos grupos no Estado é de 38,2%, superior à nacional (32,4%), porém ainda distante da meta de 90%. Em números absolutos, isso representa mais de 1,8 milhão de pessoas não vacinadas entre esses três públicos no RS.

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Hospitalizações

Os dados das hospitalizações demonstram a importância da imunização. Em 2024, 82% das pessoas internadas por gripe no RS não estavam vacinadas.

O impacto é ainda mais expressivo entre os públicos prioritários: entre as crianças menores de seis anos hospitalizadas, 90% não havia recebido a vacina; entre os idosos, 73%; no grupo de seis a 59 anos, no qual as pessoas com comorbidades também devem se vacinar, o percentual sobe para 91%.

Entre os casos que evoluíram para óbito, o panorama é similar: 77,5% das 288 mortes por influenza em 2024 foram entre pessoas sem vacina. No grupo das crianças até cinco anos, não houve óbitos entre vacinados. Na população de seis a 59 anos, 93% das mortes foram entre não vacinados, enquanto nos idosos esse índice ficou em 72%.

Assim como neste ano, 2024 também registrou coberturas vacinais abaixo da meta: 55,5% em crianças, 52,5% em idosos, 36,6% em gestantes e 52,6% na média dos grupos prioritários.

INTERNAÇÕES POR IDADE

Situação vacinal das hospitalizações por gripe, em 2024, de acordo com a faixa etária:

  • 0-5 anos:
    Casos – 42 vacinados x 406 não vacinados
    Óbitos – zero vacinados x 9 não vacinados
  • 6-59 anos:
    Casos – 63 vacinados x 637 não vacinados
    Óbitos – 4 vacinados x 54 não vacinados
  • 60 anos ou mais:
    Casos – 312 vacinados x 857 não vacinados
    Óbitos – 61 vacinados x 160 não vacinados
  • Total:
    Casos – 417 vacinados x 1.900 não vacinados
    Óbitos – 65 vacinados x 223 não vacinados

Esse cruzamento é feito automaticamente pelos sistemas de notificação das doenças respiratórias (Sivep-Gripe) e da vacinação (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações). Os dados de 2025 ainda não estão disponíveis.

Aumento nas internações

O Rio Grande do Sul registrou, nas primeiras semanas de maio, os maiores números de hospitalizações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) causadas pelo vírus influenza na comparação com qualquer mês dos últimos três anos. Nas semanas de 4 a 10 de maio (Semana Epidemiológica 19) e de 11 a 17 de maio (Semana 20), foram contabilizadas 208 internações em cada semana, configurando os dois picos mais altos no período.

Os dados das semanas seguintes – de 18 a 24 de maio (Semana 21) e de 25 a 31 de maio (Semana 22) – ainda são parciais, pois os registros consideram a data de início dos sintomas.

No total acumulado deste ano, já são 892 internações e 81 óbitos por complicações da gripe. No mesmo período de 2024, foram 1.067 internações e 123 mortes; e, em 2023, 772 internações e 94 óbitos.

Avanço nas hospitalizações por influenza em 2025 (por data de início de sintomas):

  • Semanas 1 a 16 (29 de dezembro a 19 de abril): 202
  • Semana 17 (20 a 26 de abril): 84
  • Semana 18 (27 de abril a 3 de maio): 127
  • Semana 19 (4 a 10 de maio): 208
  • Semana 20 (11 a 17 de maio): 208
  • Semana 21 (18 a 24 de maio): 62 (parcial)
  • Semana 22 (25 a 31 de maio): 1 (parcial)

Perfil das hospitalizações e óbitos por influenza no RS em 2025 (até 28/5):

  • Abaixo de 1 ano de idade: 41 casos / zero óbitos
  • 1-4 anos: 86 casos / 2 óbitos
  • 5-11 anos: 65 casos / 2 óbitos
  • 12-19 anos: 16 casos / 1 óbito
  • 20-39 anos: 60 casos / 2 óbitos
  • 40-59 anos: 122 casos / 14 óbitos
  • 60-79 anos: 346 casos / 36 óbitos
  • 80 anos ou mais: 156 casos / 24 óbitos

Por que se vacinar todos os anos?

Desde 15 de maio, a vacinação foi ampliada para toda a população acima de seis meses de idade. Ainda assim, a orientação da SES é que os municípios mantenham o foco na proteção dos grupos prioritários, que são os mais suscetíveis às complicações da doença.

“É fundamental priorizar idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades, pois são os grupos com maior risco de agravamento e que mais têm sido hospitalizados”, ressalta a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri.

A vacina da gripe oferece proteção contra as cepas mais recentes do vírus (dos tipos A-H1N1 e A-H3N2 e B) e é capaz de reduzir o risco de casos graves, hospitalizações e mortes.

“A proteção da vacina começa cerca de 15 dias após a aplicação. Por isso é realizada nesta época, para que tenha maior efeito durante o inverno, período de maior circulação do vírus. A imunidade, no entanto, diminui ao longo dos meses, o que torna essencial a vacinação anual”, explica Tani.

Sintomas e prevenção

A gripe é uma infecção viral que pode evoluir para quadros graves, especialmente em grupos de risco. Os principais sintomas são:

  • Febre
  • Tosse
  • Dor de garganta
  • Dor no corpo
  • Dor de cabeça

Em idosos, pode haver febre baixa e ausência de alguns sintomas típicos, o que exige atenção redobrada.

OUTRAS MEDIDAS PREVENTIVAS

Além da vacinação, é fundamental adotar medidas preventivas, como:

  • higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel;
  • cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar (etiqueta respiratória);
  • manter ambientes ventilados;
  • evitar contato próximo com pessoas gripadas;
  • uso de máscara no caso de indivíduos com quadro de síndrome gripal, evitando a transmissão para outras pessoas;
  • uso de máscara para os indivíduos com maior vulnerabilidade quando em ambientes com aglomeração de pessoas, especialmente em locais fechados

(Com informações do governo do RS – Secretaria Estadual de Saúde)

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