Paralelo 29

Júri do Caso Isadora, modelo de Santa Maria morta em Santa Catarina, já tem data

Foto: Reprodução, Facebook, Rogério Froner Costa

Réu é o escrivão de cartório Paulo Odilon Xisto Filho, também de Santa Maria

A Vara Criminal de Imbituba (SC) marcou para 3 de setembro deste ano o júri do escrivão de cartório Paulo Odilon Xisto Filho, acusado pelo Ministério Público de Santa Catarina pela morte da modelo santa-mariense Isadora Viana Costa, de 22 anos, em 8 de maio de 2018.

A juíza Luisa Rinaldi Silvestri determinou nesta quinta-feira (5), em despacho, a intimação do Ministério Público, da assistente de acusação e da defesa do réu. Eles terão cinco dias para apresentarem as questões a serem esclarecidas na sessão plenária de júri.

O sorteio dos jurados foi marcado para o dia 18 de agosto. O julgamento de Paulo Odilon, conhecido como Paulinho, está marcado para iniciar às 8h, no Salão do Júri do Fórum da Comarca de Imbituba. No despacho desta quinta, a juíza estabelece normas para garantir a tranquilidade do julgamento.

Segundo a denúncia do MPSC, Paulo Odilon será julgado por feminicídio com qualificadoras, entre elas recurso que impossibilitou a defesa da vítima e motivo fútil. Paulo Odilon nega o crime.

O que diz o MPSC

Conforme a denúncia do MPSC com base nas investigações da Polícia Civil, Isadora foi morta após agressões que teria sofrido por parte de Paulo Odilon, no apartamento dele, em Imbituba, no Litoral de Santa Catarina.

Os dois teriam se conhecido pela internet em março de 2018 e começaram a namorar. Em 22 de abriil do mesmo ano, Isadora viajou de Santa Maria para visitar o namorado.

No dia da morte da modelo, os dois teriam discutido, e Paulo Odilon teria agredido a namorada com chutes, socos e pontapés.

Isadora, que chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros, morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Confira aqui o que diz o Ministério Público de Santa Catarina.

Réu alega morte acidental

Desde o início das investigações, Paulo Odilon sustentou a versão de que a jovem teria morrido acidentalmente (overdose de droga). A versão de suicídio também chegou a ser defendida.

No entanto, o laudo pericial apontou que a causa da morte da modelo teria sido “trauma abdominal” em decorrência de espancamento. A partir daí, o caso teve uma reviravolta, com o indiciamento do oficial de cartório por feminicídio.

A defesa de Paulo Odilon Xisto Filho, por meio do advogado Aury Lopes Júnior, fez diversos recursos ao longo do processo, um deles para que o oficial não fosse a júri popular.

O que diz a promotora na denúncia

Conforme a promotora de Justiça Sandra Goulart Giesta da Silva, da 2ª Promotoria de Justiça de Imbituba, responsável pela denúncia contra o oficial, Paulo Odilon teria assassinado a namorada “por motivo fútil e por usar recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de cometer fraude processual, ao modificar a cena do crime a fim de induzir o perito a erro”.

“Demonstrando extrema frieza e dissimulação, após matar a vítima, o denunciado solicitou atendimento ao Corpo de Bombeiros, informando que ela estaria tendo uma convulsão e teve o cuidado de espalhar no local diversas cartelas de remédios controlados, para dar credibilidade a sua versão”, explica a Promotora de Justiça na ação.

Ainda conforme a denúncia, Paulo Odilon seria usuário de drogas e teria passado mal, o que levou Isadora chamar a irmã dele. O oficial escondia da família que usava drogas e diante da descoberta, teve um acesso de fúria contra Isadora, e a espancou, diz o MPSC.

“O médico legista concluiu que as lesões traumáticas encontradas no abdômen da vítima, como laceração de vasos abdominais e laceração hepática, foram decorrentes de ação mecânica de alto impacto contra o abdômen e provavelmente repetitiva, compatíveis com múltiplos chutes, joelhadas e socos”, escreveu a promotora de Justiça na denúncia, destacando que o réu tem “porte físico avantajado” e era lutador de artes marciais.


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