Confira os destaques da coluna Giro do Paralelo desta sexa-feira, 8 de janeiro. Vice Rodrigo Decimo estreará no comando da prefeitura nas férias de Pozzobom e o gesto do prefeito ao visitar a Câmara. A onda de zelo com o dinheiro público que se espalhou no Legislativo e a alegria dos adversários com a decisão sobre Valdeci também são destaques.
Enquanto o prefeito descansa, o vice estreia
A partir do dia 14 de janeiro, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) irá tirar 15 dias de férias. O comunicado já foi feito à Câmara de Vereadores.
2020, talvez, foi o mais difícil dos primeiros quatro anos de Pozzobom devido à pandemia e, como consequência, muitas decisões para serem tomadas diante de uma doença desconhecida e da contrariedade de parte do empresariado e da população.
Além disso, o prefeito enfrentou uma campanha eleitoral em dois turnos e muito acirrada na reta final, protagonizada entre ele e o agora seu ex-vice-prefeito Sergio Cechin (Progressistas).
A agenda cheia e pesada por causa da pandemia e da campanha refletem na fisionomia cansada de Pozzobom.
Enquanto o prefeito reeleito descansa, o vice, o empresário Rodrigo Decimo (PSL), estreará na função de chefe do Executivo.
Certamente, parte da equipe de Pozzobom lhe dará todo suporte no período em que o prefeito estiver de férias.
Não que Decimo não tenha capacidade de tocar a prefeitura. Ao contrário, tem bastante, junto com muita seriedade.
Mas, sim, pelo fato de ser novato na política e ser a primeira vez que assumi um cargo público.
É normal que o vice precise de auxílio, Decimo está recém se ambientando com o mundo da política e da administração pública.
Por isso, nesse período, não se espere grandes decisões ou anúncio de nomes para o secretariado ou indicação para cargos.
Isso deve ficar para fevereiro, quando será concluída a reforma administrativa, coordenada por Decimo.
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Gesto que terá de ser repetido
Logo depois que assumiu o segundo mandato, o prefeito Jorge Pozzobom surpreendeu e fez uma visita, junto com o vice Rodrigo Decimo, na segunda-feira (4), ao presidente da Câmara, João Ricardo Vargas (Progressistas), Coronel Vargas.
Mais que uma visita de cortesia, foi um gesto de aproximação. Também no discurso de posse, Pozzobom defendeu uma “construção coletiva” e afirmou que “ninguém governa sozinho”.
Com uma Câmara bastante renovada, posições ideológicas bem definidas e dois blocos de oposição, um constituído pelo grupo que dirige a Mesa e outro encabeçado pelo PT, o prefeito terá de dialogar muito com o Legislativo.
A tendência é de um cenário de dificuldades para o governo, que tem minoria na Casa.
O gesto de Pozzobom de ir à Câmara terá de ser repetido com frequência. Não basta ir só no início do ano.
A relação do primeiro governo do tucano com o Legislativo deixou muito a desejar. Isso deve servir de aprendizado.
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Um anúncio esperado e uma surpresa
O prefeito Jorge Pozzobom anunciou dois nomes para o segundo governo. O ex-vereador João Chaves, presidente municipal do PSDB, era nome certo no Centro Administrativo, especialmente depois de não conseguir a reeleição. Ele retornará à pasta de Desenvolvimento Social.
Chaves teve papel importante no primeiro governo de Pozzobom. À frente da Secretaria de Desenvolvimento Social, foi o grande responsável pela reabertura do Restaurante Popular, que estava emperrada.
Já na Câmara, foi o porta-voz do Executivo defendendo o governo das críticas dos adversários e trabalhando na articulação das votações de projetos do Executivo.
Já a surpresa ficou por conta do nome escolhido para assumir a recém-criada pasta de Esporte e Lazer.
O cotado para comandar a secretaria era o superintendente de Esporte, o vereador eleito e ex-canoista Givago Ribeiro (PSDB), justamente pelo bom trabalho realizado na área.
Mas o nome escolhido foi o do seu irmão, o canoista e ex-atleta olímpico Gilvan Ribeiro. Certamente, a decisão na escolha do nome teve participação fundamental de Givago, que ganhou respeito dentro do PSDB pelo seu trabalho na superintendência e, ainda, mais pelos resultados das urnas.
O vereador disse ao site que, por enquanto, seu foco é o trabalho na Câmara. Acrescentou que com o conhecimento no segmento esportivo e a experiência obtida na superintendência pode contribuir no Legislativo na elaboração de projetos nas áreas de saúde, esporte, sustentabilidade e meio ambiente.
Em relação a Gilvan, também conhece bem a área, a exemplo do seu irmão. E o mais importante: sabe das dificuldades de promover o esporte na periferia para crianças e jovens.
Do Bairro Campestre do Menino Deus, ele e Givago são atletas oriundos de projetos sociais e souberam aproveitar as escassas chances oportunizadas a jovens das periferias.
Tomara que as ações realizadas pela nova secretaria possam fazer diferença na vida de outros jovens da periferia.
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A onda do zelo com o dinheiro público
Deve ser saudada a iniciativa da nova legislatura de Santa Maria quanto à preocupação com o dinheiro público.
Vários parlamentares abriram mão de cotas de selos, telefone e de combustível.
Diante de uma pandemia com a economia em crise e milhares de desempregados, seria um privilégio ter R$ 550 por mês para telefone e 200 litros de combustível, custeados com dinheiro público.
Além disso, o vereador tem um bom salário, R$ 9,6 mil, para a maioria da população.
Na nova legislatura, há um grande número de parlamentares abrindo mão dos benefícios, entretanto não chega a ser uma novidade.
O vereador reeleito Juliano Soares (PSDB), Juba, havia renunciado às cotas de telefone e combustível no mandato passado e fez novamente neste que começa.
Espero que a onda de zelo com o dinheiro público venha para ficar e não seja apenas uma empolgação de início da legislatura, já que os parlamentares terão de renunciar às cotas a cada ano.
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Indicação de cargos
Os principais cargos da Mesa Diretora de Santa Maria já foram definidos. O chefe de Gabinete do presidente João Ricardo Vagas (Progressistas), Coronel Vargas, é Rodrigo Teixeira, que já trabalhava com o vereador.
O secretário-geral é o advogado Wagner Pompeo e o procurador é Eduardo Correa. Os dois cargos, mais o de chefe de Gabinete da Presidência, são os mais bem pagos: R$ 13,1 mil por mês. É maior que o salário de vereador.
Já a diretora de Comunicação é Karoelen Dias. Os diretores ganham um salário de R$ 6,5 mil.
E quem continua como assessora da Presidência é Maria Lenir Alves, a Lena, como é conhecida na Câmara. Coronel Vargas será o 11⁰ presidente que ela assessora.
Tanto tempo no posto é um reconhecimento a seu trabalho a diferentes presidentes e de várias siglas.
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A alegria dos adversários
A notícia de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o recurso do ex-prefeito Valdeci Oliveira (PT), publicada pelo site Paralelo 29, alegrou os adversários.
Isso porque a decisão do STJ implica na manutenção do veredicto do Tribunal de Justiça do Estado, que o deixa inelegível por cinco anos.
Valdeci foi condenado por contratar sem licitação uma consultoria para modernização administrativa enquanto era prefeito de Santa Maria.
Valdeci sempre negou qualquer irregularidade e disse que a dispensa de licitação teve o aval da Procuradoria Jurídica.
Ele ainda pode recorrer, entretanto se a decisão for confirmada, o deputado ficará impedido de concorrer nas eleições a deputado de 2022 e a prefeito em 2024.
Até porque decisão em segunda instância, como é o caso do ex-prefeito, já barra uma possível candidatura.
Os adversários têm razão de ficarem alegres com a possível saída de Valdeci das disputas. O ex-prefeito tem um grande capital eleitoral.
Nas duas eleições consecutivas na cidade para deputado, foi o mais votado entre todos.
No pleito municipal de 2020, deu mais uma vez demonstração de sua força. Foi padrinho da candidatura do vereador Luciano Guerra (PT) à prefeitura, um nome desconhecido.
Por pouco, seu apadrinhado não chegou ao segundo turno: fez mais de 31 mil votos.
O fato é que Valdeci tem um capital de votos que ficará sem dono e para ser disputado. E os adversários estão de prontidão.
Para os adversários pode ser bom Valdeci ficar inelegível. Mas para Santa Maria, seria muito ruim ter uma liderança do calibre de Valdeci sem mandato.
Embora a renovação seja importante, a cidade precisa de mais lideranças e não de menos.
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Ex-prefeito Marchezan pode ir para o Piratini
O governador Eduardo Leite (PSDB) fará mudanças em seu secretariado. E um nome que pode ir para o Palácio Piratini é o ex-prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que não conseguiu se reeleger. Ele é cotado para assumir a pasta de Desenvolvimento Econômico.
Já o atual secretário de Transportes, Juvir Costella (MDB), é especulado para comandar a Casa Civil no lugar do ex-prefeito de Caçapava do Sul Otomar Vivian (Progressistas), que pediu para sair.
O desejo do governador era ter o deputado federal Lucas Redecker (PSDB) na Casa Civil. Mas Redecker reafirmou que prefere permanecer na Câmara dos Deputados.