Paralelo 29

Cinco linhagens do coronavírus circulam no RS

Ilustração divulgada pelo LNCC

Um estudo feito com pacientes do Rio Grande do Sul constatou que uma pessoa pode ser infectada ao mesmo tempo por diferentes linhagens do novo coronavírus, que causa a Covid-19.

A pesquisa foi feita pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) do Ministério de Ciência e Tecnologia, pela Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, e pela Rede Vírus.

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Casos de infecção por duas linhagens do vírus

A constatação foi feita ao analisar amostras de 92 pacientes gaúchos. Pelo menos duas pessoas registraram a chamada coinfecção, ou seja, a infecção simultânea por variantes diferentes do novo coronavírus.

Segundo os pesquisadores, a coinfecção com a variante E484K não havia sido descrita até o momento.

Ainda de acordo com os pesquisadores, a coinfecção é preocupante porque mistura genomas de diferentes linhagens, permitindo recombinações que resultam na evolução do vírus.

Apesar disso, os dois pacientes tiveram apenas quadro leve e moderado e estão se recuperando sem necessidade de hospitalização.

Também foi constatada a circulação de cinco linhagens diferentes do vírus no Estado, entre eles uma nova, inicialmente denominada de VUI-NP13L.

Neste momento, pesquisadores estão estudando essa nova cepa, o que inclui o isolamento viral e a investigação sobre neutralização ou anticorpos presentes em pacientes infectados e recuperados.

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Descoberta preocupa pesquisadores

Segundo nota divulgada pelo LNCC, o estudo gera preocupações devido à possibilidade de dispersão dessa linhagem para outros estados e países vizinhos.

De acordo com o LNCC, foi possível ainda confirmar a disseminação generalizada da variante E484K na proteína S, que é a mesma mutação do novo coronavírus identificada no Rio de Janeiro no mês passado.

“Isso é preocupante, pois sabe-se que essa mutação pode estar associada a um escape de anticorpos formados contra outras linhagens do vírus. É mais uma evidência que essas novas linhagens podem causar problemas mesmo em pessoas que já tenham uma imunidade prévia contra o Sars-Cov-2”, afirma Fernando Spilki, coordenador do Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale.

Os pesquisadores ressaltam a importância das medidas de distanciamento social para conter a propagação de novas variantes, potencialmente mais transmissíveis.

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Material foi coletado em pacientes de 40 cidades gaúchas

O material genético para a pesquisa foi coletado pelo Laboratório da Feevale, que recebe espécimes clínicos de pacientes de 40 municípios do Rio Grande do Sul.

A amostragem, realizada por funcionários de saúde dessas cidades, foi enviada ao Laboratório juntamente com informações dos pacientes, como idade, sexo, sinais clínicos e possível contato com outros casos suspeitos ou confirmados.

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Para esses estudos, foram selecionadas 92 amostras de pacientes com faixa etária de 14 a 80 anos de idade, sendo 50% homens e 50% mulheres.

Posteriormente, as amostras foram enviadas ao LNCC para a realização do sequenciamento genético e análises de bioinformática.

Usando ferramentas desenvolvidas pelo grupo do Labinfo, foi possível a caracterização das cinco linhagens diferentes que estão circulando no Rio Grande do Sul.

(Com informações da Agência Brasil e do Laboratório Nacional de Computação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações)

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