A Assembleia Legislativa deverá investigar as denúncias contra o deputado estadual Ruy Irigaray (PSL) exibidas no programa Fantástico, da Rede Globo, no domingo (24).
O parlamentar gaúcho, bolsonarista convicto, foi acusado de usar funcionários de seu gabinete para trabalhos particulares e ainda por tentativa de rachadinha.
A ex-assessora de Irigaray Cristina Nebas foi uma das responsáveis pela denúncia contra o deputado no Ministério Público. Ele foi eleito em 2018, na onda bolsonarista, com um discurso contra a corrupção.
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Assessores pagos com dinheiro público prestariam serviços particulares
Segundo a denúncia, os cargos de confiança pagos com dinheiro público prestaram serviços à família do deputado, como reformar a casa da sogra dele e cuidar as filhas do parlamentar.
Durante a exibição da reportagem, que teve apuração da RBS TV, o Fantástico exibiu fotos e vídeos de funcionários reformando uma residência.
As imagens foram feitas pela ex-assessora, que chegou a cuidar das filhas do deputado, quando a mulher dele fez uma cirurgia.
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Funcionários limpavam até cocô de cachorro
Afora reformar a casa, servidores pagos com dinheiro dos gaúchos também faziam outras atividades, entre elas limpar as fezes do cachorro da sogra do deputado do PSL.
Os assessores ganhavam salários que iam de R$ 2,7 mil a R$ 9 mil, conforme apurou a RBS TV.
Cristina disse também que recusou-se a repassar parte do salário ao deputado, como queria Irigaray, em uma prática criminosa conhecida como rachadinha.
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Casa da sogra seria sede de gabinete do ódio
A casa supostamente reformada por assessores pagos com dinheiro do contribuinte tem 400 metros quadrados e estaria avaliada em R$ 2 milhões.
O imóvel seria usado como uma extensão do gabinete de Irigaray na Assembleia Legislativa.
No local, funcionaria uma espécie de gabinete do ódio, que Irigaray montou para atacar adversários políticos, entre eles o deputado federal Bibo Nunes, seu colega de partido.
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Parlamentar nega acusações de ex-funcionária
O deputado negou a prática de irregularidades com o dinheiro público, afirmando que a então servidora Cristina Nebas “se prontificou para fazer esse tipo de atividade”.
Irigaray afirmou ainda que Cristina ganharia R$ 100 toda vez que levava as filhas do casal para aulas de Inglês e outras atividades.
O deputado divulgou um vídeo se defendendo das acusações da ex-assessora e de uma colega dela, que também apareceu na reportagem.
Irigaray fez parte do governo Eduardo Leite (PSDB), assumindo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo em março de 2019. Ele ficou no cargo até fevereiro de 2020, quando voltou para a Assembleia.
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Briga entre colegas de partido
Um dos desafetos de Irigaray, o deputado Bibo Nunes disse que vai processar o colega de partido por ataques a ele. Em sua conta no Twitter, Bibo postou nesta segunda-feira (15):
“Fantástico mostrou, com provas, que sou vítima do gabinete do ódio do deputado estadual Ruy Irigaray – PSL, denunciado hoje. Já entrei no MP e Tribunal de Justiça contra essa vergonha da política gaúcha. Urubu será cassado”, diz o tuíte, em que Bibo anexa a reportagem do Fantástico.
Ao Fantástico, Irigaray negou que a casa de sua sogra tivesse sido transformada em gabinete do ódio.
