Apesar dos boletins diários de contaminações pelo novo coronavírus apontarem números assustadores em Santa Maria – 16,8 mil infectados em 11 meses -, os casos estão em queda na cidade. Esse cenário, no entanto, tende a piorar em março.
Para entender melhor a pandemia no município, o Paralelo 29 recorreu a quem entende de números e está todo dia lidando com eles.
A matemática, ou melhor, um ramo dela, a estatística, dá o quadro real da Covid-19 na cidade.
O coordenador do Observatório de Informações em Saúde da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Luís Felipe Dias Lopes, acompanha a pandemia passo a passo.
Com 233 mortes, SM já tem 16,7 mil casos de Covid
Cidade teve superpico em dezembro
Professor de Estatística do Departamento de Administração da UFSM, Lopes afirma que os casos de Covid-19 estão em uma curva descendente considerável em Santa Maria, com uma média móvel diária de 76 casos entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro.
“Já chegamos a 113 casos na média móvel diária no período de um mês. O auge foi em 21 de dezembro, quando tivemos um superpico de 143 casos. Em 9 de janeiro, tivemos outro pico. De lá para cá, temos 40 casos na média móvel dos últimos sete dias”, explica o professor.
Na quarta-feira (17), quando o professor foi entrevistado, o Rio Grande do Sul também apresentava uma queda na média móvel de casos.
No entanto, segundo o boletim da Secretaria Estadual da Saúde, em termos de mortes, a média móvel voltou a subir nesta quinta-feira (18), com o registro de 130 mortes nas últimas 24 horas. Há mais de mês (39 dias), o RS vinha em estabilidade ou queda.
A média móvel é o melhor indicador para se ter um cenário preciso da pandemia. O cálculo é feito a partir da soma do número de casos do dia com os casos dos seis dias anteriores.
Já para saber a tendência da pandemia e fazer uma projeção, é preciso calcular a variação percentual das médias móveis em um intervalo de duas semanas (14 dias).
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Números devem crescer entre jovens de 20 a 29 anos
A partir do mês que vem, no entanto, a situação deverá se inverter como resultado das aglomerações típicas do verão, como praia e Carnaval (festas clandestinas).
“Lá pela metade de março deve ocorrer uma explosão de casos novos, que vão começar a aumentar. O pessoal tá se expondo muito, e os maiores responsáveis são os jovens”, diz o coordenador do Observatório.
Entre tantos dados disponíveis, um chamou mais a atenção do professor, neste momento: o grande número de contaminações entre jovens da faixa etária dos 20 aos 29 anos.
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Metade dos contaminados tem entre 20 e 39 anos
Eles somam 3,9 mil dos 16,8 mil casos contabilizados desde março do ano passado na cidade.
Para se ter uma ideia, os santa-marienses na faixa dos 30 aos 39 anos somam 4.056 casos de infecção no mesmo período.
Juntos, esses dois grupos somam um pouco mais de oito mil casos. Ou seja, a metade dos casos de todas as outras faixas etárias somadas.
“Vai explodir (o número de casos) nessa faixa. A gurizada vai acabar passando o vírus. Está sendo muito rápida (o aumento de contaminações no grupo dos 20 aos 29 anos)”, projeta o professor de estatística.
Em termos de mortalidade, os idosos são o maior número entre as vítimas fatais. Por isso, estão nos grupos prioritários para vacinação.
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A PANDEMIA NA CIDADE
MORTES
- 235 desde 14 de maio, quando foi registrado o primeiro óbito na cidade
CASOS ACUMULADOS DA DOENÇA
- 16.804 desde março, quando o vírus começou a circular no município
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CURADOS
- 15.602
CASOS NOVOS CONFIRMADOS
- 59 nas últimas 24 horas (isso não significa, porém, que 59 pessoas contraíram o vírus em um único dia, já que são as confirmações que incluem exames de outros dias)
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CASOS DESCARTADOS
- 6.564 (pessoas com sintomas, mas que os testes deram negativos)
CASOS SUSPEITOS
- 956 (pessoas que estão aguardando resultados de testes)
CASOS ATIVOS
- 177 (pessoas que podem transmitir o vírus para outras)
Fonte: Prefeitura de Santa Maria, conforme boletim epidemiológico desta quinta-feira (18)
