Paralelo 29

Giro pelo Brasil: Pandemia, parcialidade de Moro e trocas de ministros

O mês de março foi marcado por muitos fatos importantes no país. A pandemia, infelizmente, não deu trégua e mostrou sua fase mais aguda com recordes de mortes em 24 horas.

Ao mesmo tempo, trouxe esperança para o combate à Covid com o anúncio do desenvolvimentos de vacinas em solo nacional.

O mês foi agitado tanto no meio jurídico quanto político. O ministro do STF Fachin anulou as condenações do ex-presidente Lula na Lava-Jato.

Já a 2ª Turma da Suprema Corte reconheceu a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro no julgamento de Lula.

Com a segunda onda da pandemia, governo federal concedeu novo auxílio emergencial. O presidente Jair Bolsonaro aproveitou o final do mês para fazer reforma ministerial e com consequências.

Essas são destaques da coluna Giro do Paralelo no Brasil no mês de março. Se você não conseguiu acompanhar todo as notícias no país, você pode conferir no Giro do Paralelo:


Grupo que comprou CEEE assumirá R$ 4,4 bi em dívidas

País atinge 300 mil mortes por Covid

Foi em março que a onda mais aguda da pandemia atingiu o Brasil desde que a doença chegou ao país, há um ano.

Foi neste mês que o Brasil registrou 300 mil mortes e também batido recordes de mortes por dia.

No dia 30, foram registradas  3.780 vítimas em 24 horas.

Foto: Alex Pazuello, Secretaria de Comunicação de Manaus, Divulgação

JULIO PUJOL – Opinião: Notícias Falsas

Vacinas desenvolvidas em solo nacional

Em meio à fase mais grave da pandemia, o Instituto Butantan anunciou, no dia 26 de março, o desenvolvimento da vacina Butanvac contra a Covid.

A produção do imunizante conta com a parceria do Instituto Mount Sinai (EUA), que desenvolveu e tecnologia e cedeu ao Butantan.

Se tudo ocorrer bem com os testes em voluntários e autorização da Anvisa, as novas doses podem ser aplicadas já no mês de julho.

Uma das vacinas desenvolvidas no Brasil é a Butanvac / Foto: Governo SP, divulgação

No mesmo dia, o governo federal, por meio do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e telecomunicações, Marcos pontes, anunciou estudos avançados de outro imunizante desenvolvido no Brasil, a Versamune.

 A vacina é desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo em parceria com o Grupo Formacore e a PDS Biotechnnology  Corporation.

Os pedidos de testes de ambas as vacinas, Butanvac e Versamune, já foram encaminhados para Anvisa.

Live: pandemia e política em Santa Maria. Assista!

De penca, Bolsonaro faz mudanças em seis ministérios

De uma só tacada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma reforma ministerial, no dia 29 de março, com seis trocas no primeiro escalão.

Desgastado pelos conflitos que arrumou com outros países e pressionado pelo Centrão, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deixou o governo.  

Em seu lugar, assumiu o embaixador Carlos Alberto Franco França

Polêmico e desgastado, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi um dos que deixaram o governo Bolsonaro /Foto: Marcelo Camargo, Agência Brasil

A surpresa ficou por conta da demissão do Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Ele foi substituído pelo general Walter Souza Braga, que até, então, comandava a Casa Civil.

O atual ministro da Secretaria de Governo (Segov), Luiz Eduardo Ramos, por sua vez, assumiu a Casa Civil.

Riesgo e colega querem barrar contratação de músicos e outros cargos

Deputada na Secretaria de Governo

Já a deputada Flávia Arruda (PL), mulher do ex-governador do Distrito Federal José Arruda, foi para a Secretaria de Governo.  

Responsável pela Advocacia-Geral da União (AGU), José Levi foi outro que deixou o governo.  

Para seu lugar, foi o atual ministro da Justiça, André Mendonça, que já havia ocupado o cargo anteriormente.

No Ministério da Justiça e Segurança Pública, o nome escolhido foi do delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres.

JOÃO LUIZ VARGAS – Opinião: E foi combinado

Chefes das Forças Armadas deixam os cargos

O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta o chefe do Exército, o gaúcho Edson Pujol, que deixou o cargo / Foto: Agência Brasil, divulgação

Descontentes com a demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e em solidariedade a ele, os três chefes das Forças Armadas deixaram seus cargos no dia 30, um dia após a saída de Silva.

São eles: o gaúcho Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).

Sindiágua se articula para barrar privatização da Corsan

E já há novos chefes no Exército, na Marinha e na Aeronáutica

O ministro da Defesa, Braga Netto, anunciou nesta quarta-feira (31) o nome dos três novos comandantes das Forças Armadas brasileiras.

No Exército, assume o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, atual chefe do Departamento-Geral de Pessoal (DGP) da corporação. bat

Paulo Sérgio; novo ministro da Defesa, Walter Braga Neto, Bolsonaro, Santos e Batista Júnior/Foto: Reprodução Facebook, Agência Brasil

Na Marinha, assume o almirante de esquadra Almir Garnier Santos, que deixará o comando da secretaria-geral do Ministério da Defesa. 

Já o escolhido para comandar a Força Aérea Brasileira (FAB) é o brigadeiro Carlos Alberto Batista Júnior, atual comandante-geral de apoio (logística) da corporação.

Mais uma rodada do auxílio emergencial

O governo federal anunciou mais uma rodada do auxílio emergencial para ajudar trabalhadores que perderam seus empregos ou tiveram o trabalho prejudicado pela crise causada pela pandemia.

No ano passado, o governo Bolsonaro já tinha pagado o auxílio.

Este ano, ajuda começará a ser paga na próxima terça-feira (6). Serão, conforme a Agência Brasil, quatro parcelas de, em média, R$ 250, pagas a uma pessoa por família, sendo que mulheres chefes de família receberão R$ 375, enquanto indivíduos que vivem só – família unipessoal – receberão R$ 150.  Este ano, devem ser a cerca de 45,6 milhões de pessoas somando um total de R$ 44 bilhões.

Covid leva Bona Garcia, ex-preso político no RS

Fachin anula condenações de Lula

A anulação de todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Justiça Federal do Paraná na Operação Lava-Jato, no começo de março, teve impacto tanto no meio político quanto no mercado financeiro.

Com a decisão, Lula está elegível e pode concorrer em 2022 / Foto: Ricardo Stuckert, Instituto Lula

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba não era competente para julgar ex-presidente, mas, sim, a do Distrito Federal.

Fachin não entrou no mérito das decisões, ou seja, não analisou se Lula era culpado ou não inocente.

Com a anulação, o ex-presidente está elegível e pode concorrer em 2022.   

GIRO DO PARALELO: Lula volta ao jogo

Moro é considerado parcial pelo STF

Outra decisão de impacto no meio jurídico e político do mês de março foi a da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal que decidiu que o ex-ministro Sergio Moro atuou com parcialidade no julgamento do ex-presidente Lula na Operação Lava-Jato.

O ex- juiz federal Sergio Moro foi considerado pelo STF que agiu com parcialidade no julgamento de Lula (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A ministra Cármen Lúcia mudou seu voto, impondo a derrota a Moro. Fachin e Kássio Nunes entendeu que não houve parcialidade.

Os outros votos reconhecendo a parcialidade do ex-juiz foram de Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowiski. Com a decisão, as provas produzidas no processo também são anuladas.   

Compartilhe esta postagem

Facebook
WhatsApp
Telegram
Twitter
LinkedIn