Acadêmicos, pesquisadores e professores da área de física espacial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) irão participar como observadores de galáxias em um projeto internacional.
Entre os objetos de estudo estão os misteriosos buracos negros que intrigam o mundo científico.
O Grupo de Astrofísica da UFSM conseguiu selecionar projeto para participar das observações do ciclo 1 do Telescópio Espacial James Webb (JWST).
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Um ambicioso projeto científico
Na última terça-feira (30 de março), o Space Telescope Science Instituto anunciou as propostas selecionadas nesse ambicioso projeto científico.
Apesar de o JWST ser financiado por agências espaciais dos Estados Unidos, do Canadá e de países da Europa, o telescópio está aberto ao uso da comunidade astronômica em todo o planeta.
Os cientistas especializados nessa área têm expectativa de que o telescópio JWST traga grandes avanços científicos para a humanidade.
As propostas enviadas solicitaram, ao todo, cerca de 25 mil horas de observações, embora o tempo disponível do ciclo 1 (correspondente ao primeiro ano de observação do telescópio) seja de 6 mil horas.
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Grupo de Astrofísica é selecionado
Entre as cerca de 250 propostas aprovadas, uma delas é a do Grupo de Astrofísica da UFSM.
Na lista de solicitações aprovadas, a proposta é a que se encontra na seção que estudará buracos negros supermassivos e núcleos ativos de galáxias.
A proposta aprovada tem como objetivo estudar o papel de ventos de gás molecular e da radiação produzidos por acumulação de matéria na superfície de um astro pela ação da gravidade.
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De olho nas galáxias próximas e distantes
Galáxias mais próximas da Via Láctea serão alvos dessa observação, mas há outro projeto com participação da UFSM mirando galáxias mais distantes.
Os buracos negros estão entre os maiores mistérios do Universo. Seu estudo pode ajudar a explicar a origem da vida, por exemplo, algo perseguido pela humanidade desde seus primórdios.
Essas regiões misteriosas têm uma atividade gravitacional tão intensa que tudo o que se aproxima delas é sugada, até mesmo a luz.
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Observações com investimentos astronômicos
O lançamento do telescópio espacial está planejado para o dia 31 de outubro deste ano.
Já as observações do ciclo 1 devem iniciar em maio de 2022. Foram programadas cerca de 16,2 horas de telescópio para as observações planejadas.
As agências que financiam o projeto desse supertelescópio vão gastar 10 bilhões de dólares para um período de cinco anos.
Ou seja, em média, elas investiram 2 bilhões de dólares por ano de observação. A proposta da qual participa o Grupo de Astrofísica da UFSM custará cerca de 3,7 milhões de dólares.
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Professor da UFSM lidera pesquisa em nível local
A análise dos dados obtidos pelo projeto será realizada pelo próprio grupo da UFSM, utilizando técnicas e ferramentas desenvolvidas pela equipe responsável pelo telescópio, e também pelo grupo e colaboradores.
O professor de Física da UFSM Rogemar Riffel, que lidera a pesquisa em nível local, explica que as três galáxias que serão observadas têm núcleo ativo.
“Hoje sabemos que a maior parte das galáxias possuem um buraco negro de milhões a bilhões de massas solares, inclusive a nossa galáxia”, explica.
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Mirando os buracos negros
Ainda, segundo Riffel, os núcleos ativos de galáxias são aqueles em que o buraco negro está capturando matéria. Ou seja, se há matéria próxima suficiente para esse buraco engolir.
“À medida que ele captura matéria, forma-se um disco de gás ao redor dele e esse disco emite grandes quantidades de radiação (comparável a todas as estrelas da galáxia) e ventos de gás, que podem afetar a formação de novas estrelas na galáxia inteira. Esse é o fenômeno em que estamos interessados”, explica Riffel.
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QUEM PARTICIPA NA UFSM
- O Grupo de Astrofísica da UFSM tem como investigador principal o professor Rogemar André Riffel, do Departamento de Física da UFSM
- Colaboram a doutoranda em Física pela UFSM Marina Bianchin e os pesquisadores Thaisa Storchi-Bergmann e Rogério Riffel, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
- Pesquisadora Nadia Zakamska, da Johns Hopkins University, dos Estados Unidos
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DE OLHO EM GALÁXIAS MAIS DISTANTES
- Além da proposta do Grupo de Astrofísica, Rogemar Riffel e Marina Biachin também colaboram em outro projeto aprovado, que é liderado pelo pesquisador Vincenzo Mainieri, do Observatório Europeu do Sul (ESO/Alemanha)
- Esse projeto tem como objetivo detectar ventos de gás molecular em núcleos ativos de galáxias mais distantes e mais luminosos do que os da primeira proposta
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QUEM FINANCIA O TELESCÓPIO
- Nasa – Agência Espacial dos Estados Unidos
- ESA – Agência Espacial Européia
- CSA – Agência Espacial Canadense
O QUE VAI SER INVESTIGADO
- Influência de ventos de gás molecular e da radiação produzidos por acumulação de matéria na superfície de um astro pela ação da gravidade
- Atividade dos chamados buracos negros, que são regiões com atividade gravitacional tão intensa que são capazes de sugar tudo o que se aproximar
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QUANTO CUSTARÁ O PROJETO
- Agências espaciais dos Estados Unidos, do Canadá e de países europeus vão investir 10 bilhões de dólares
- Em média, elas vão gastar 2 bilhões de dólares por ano de observação (serão cinco anos)
- O Grupo de Astrofísica da UFSM participa da proposta que investirá 3,7 milhões de dólares na observação
(Com informações da Assessoria de Imprensa – Coordenadoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria)