Paralelo 29

Diretores de escola divulgam nota sobre a Covid

Foto: Divulgação

Diretores de escolas estaduais da região na área de atuação do 2º Núcleo do Cpers, com sede em Santa Maria, divulgaram nota afirmando que não há como evitar surtos de Covid-19 porque as instituições não dispõem de equipamentos suficientes.

Também na falta de vacina, entre outras situações que dificultam a retomada de atividades presenciais.

Nota pública do Fórum de Diretoras e Diretores do 2º Núcleo do CPERS/Sindicato

Os gestores das Escolas Estaduais da região Central, organizados através do 2º Núcleo do CPERS/sindicato, através do Fórum de Diretores, vêm através deste documento manifestar repúdio e preocupação com a forma pela qual a SEDUC está determinando o retorno das aulas presenciais em momento de altíssimo grau de contágio comunitário, sem testagem Covid-19, com EPIs de qualidade duvidosa, sem escutar as comunidades escolares e na grande maioria das escolas, sem laudo de PPCIs.

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1- Julga-se necessário ressaltar o grande esforço realizado pelas equipes diretivas e seus quadros de professores no sentido de qualificar o ensino remoto e atender, da melhor forma possível, àqueles alunos que se encontram na condição de vulnerabilidade, como a entrega constante das atividades impressas, busca ativa, logagem aos e-mails institucionais e internet patrocinada, entrega de kits de alimentação, quando permitido, e permanente suporte nas diferentes redes sociais.

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2- Cabe ressaltar que a SEDUC ignora a gravidade da Pandemia de Covid-19, tenta esconder da sociedade os dados no que diz respeito ao grande número de servidores que estão sendo contaminados dentro das escolas antes e após o retorno presencial. Assim, impõe uma suposta normalidade em uma realidade grave de contaminação comunitária. Dispomos apenas de termômetro, álcool, máscaras de eficiência duvidosa e poucos funcionários para garantir os frágeis protocolos sanitários nesse contexto.

3 – Nunca paramos e estamos na linha de frente desde o início da pandemia. Realizamos muitos encontros com as comunidades escolares no sentido da consulta e orientação. As comunidades se manifestaram de diferentes formas, mas de forma majoritária e evidente pela manutenção e melhoria no ensino remoto. Entendemos a gestão democrática da escola como princípio e não apenas como conveniência.

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4 – As equipes gestoras das escolas estaduais se encontram num momento de adoecimento e de insegurança. Padecemos diante das instruções e reuniões virtuais marcadas sem antecedência mínima que possibilite a organização e adequada sequência das pautas. E negligenciando o fato de que hoje nas escolas são poucos ou mesmo inexistem profissionais para demandas financeiras e administrativas ou que possuem dedicação exclusiva para a rede estadual de ensino.

5 – Seguidamente precisamos dar satisfação às famílias e muitas vezes não obtemos as respostas necessárias da mantenedora, gerando maior insegurança e complicando a manutenção da saúde mental de toda comunidade escolar.

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6 – Sobre a alimentação escolar, a qual é um direito de todos, questionamos: por que negar este direito a imensa maioria das famílias que optam pelo ensino remoto? Foi autorizado apenas o serviço para os poucos que optaram pelo presencial, mesmo com recursos em conta para atender a todos que necessitavam e com prazo de execução. Foi interrompido o processo de distribuição dos kits de alimentação que cumpre um importante serviço social para as famílias que penam perante a grave crise econômica.

7 – Exigimos a divulgação diária e pública dos dados do Comitê Covid-19/escolas. Exigimos o princípio da publicidade, ciência e verdade! Não podemos ser informados pela imprensa antes do Estado.

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8 – Nas “orientações” para o ensino híbrido 2021, impostas pela Seduc, é evidente a precarização e desmonte do ensino remoto, o qual está atendendo majoritariamente os estudantes. Isso implica, novamente, em descontinuidade de processos de ensino que, embora necessitem de estrutura para professores e alunos, foi conquistado com muito trabalho e investimento, em especial dos educadores regentes que, além de receberem as turmas no seu ambiente particular, necessitam de suporte, formação permanente especializada e sobretudo reconhecimento.

9 – Outra preocupação deste Fórum diz respeito à decisão repentina de realizar uma avaliação diagnóstica em toda a rede estadual “Avaliar é Tri”. Vale lembrar que, além de ser onerosa às finanças públicas, o momento sanitário é grave e que na proposta pedagógica das escolas e do conselho estadual de educação está prevista avaliação processual. Neste momento, estamos realizando as avaliações trimestrais e conselhos para analisar o processo em curso. Uma avaliação cruzada com outra não é avaliação e sim mero provão.

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Portanto, concluímos que a Seduc deveria trabalhar e investir para dar melhores condições àqueles estudantes sem equipamentos e acesso à internet, autorizar e intensificar a distribuição de kits de alimentação às famílias necessitadas, garantindo a segurança alimentar dos nossos alunos, apresentar um plano de testagem e vacina aos profissionais de educação e apresentar um planejamento adequado e seguro para o retorno das aulas presenciais quando a Pandemia estiver realmente sob controle, garantindo assim, processualidade pedagógica e segurança à vida de educadores e estudantes. Ninguém educa e aprende com medo e insegurança!

Fórum de diretores e diretoras 2º Núcleo do CPERS/Sindicato

Santa Maria, 20 de maio de 2021

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