A judoca gaúcha Maria Portela, de 34 anos, que nasceu em Júlio de Castilhos e morou em Santa Maria, conquistou o bronze na categoria até 70 quilos, no Grand Prix de Odivelas (Portugal) na tarde deste sábado (29).
Esta a segunda medalha da delegação brasileira na competição: a carioca Rafaela Silva, campeã olímpica na Rio 2016, foi a primeira a subir ao pódio, na sexta-feira (28), ao faturar o ouro na categoria até 57 kg. A competição prossegue neste domingo (30), com transmissão ao vivo no portal da Federação Internacional de Judô (IJF, sigla em inglês).
Na luta pelo bronze, Portela superou a atual campeã asiática, a coreana Heeju Han. A brasileira, atual número 6 no ranking mundial, começou o dia superando a ucraniana Yuliia Ukrkurchenko.
Na sequência, Maria Portela perdeu para a holandesa holandesa Jorien Nedvisser na disputa final da chave. Na repescagem, Portela ganhou da britânica Katie-Jemina Yeats-Brown, e avançou para disputa do bronze.
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História que começou em Santa Maria
A história de Maria Portela nos tatames teve início em Santa Maria. A Raçudinha dos Pampas, como é conhecida, nasceu em Júlio de Castilhos, perdeu o pai cedo e mudou-se com a família para Santa Maria.
No Coração do Rio Grande, a família Portela morou no Bairro Nova Santa Marta, onde a mãe, Sirlei, ainda vive. A judoca foi revelada pelo Projeto Mãos Dadas, idealizado pela professora Aglaia Pavani em escolas da periferia.
Maria Portela visita Santa Maria e projeto que a revelou
Visita a Santa Maria e brincadeira com crianças
Em 24 de agosto do ano passado, a Raçudinha esteve em Santa Maria para visitar familiares e participou de uma recepção organizada por parentes, amigos e integrantes do Santa Maria Judô, do projeto Mãos Dadas por integrantes da comunidade. O evento, no Ginásio Oreco, no Bairro Tancredo Neves, foi uma homenagem à atleta olimpica.
A judoca brincou com crianças, simulou lutas e fez um pronunciamento incentivando as crianças. Portela lembrou que o Oreco foi sua primeira casa na arte marcial japonesa.
“Comecei os primeiros treinos aqui no Oreco. Foram anos de treinos e desafios, me sinto abençoada por ter tido a oportunidade de participar de três olimpíadas. O projeto Mãos Dadas me proporcionou estudar, conhecer o mundo e outras culturas. Agradeço a vocês pelo carinho, continuem praticando o judô, independente de conquistarem medalha, ou não. Ganhar e perder faz parte do esporte. Por isso, desejo que cada um seja um exemplo para sua família, para seus irmãos. Independente dos desafios e derrotas devemos levantar a cabeça e continuar com o propósito de fazer sempre o nosso melhor”, disse a atleta olimpica.
Maria Portela é OURO mais uma vez. No judô e na vida
Uma carreira vitoriosa
Atleta da Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa), Portela participou dos Jogos Pan-americanos de 2011, em Guadalajara, no México, quando conquistou o bronze na categoria até 70kg.
Um ano depois, em 2012, no Pan-Americano de Judô, ela conquistou a medalha de ouro. Em 2015, nos Jogos Pan-Americanos, em Toronto, no Canadá, levou outra medalha de bronze na sua categoria.
Liderou o ranking mundial em 2017 e ainda tem no currículo os Jogos Olímpicos de Londres (2012), do Rio (2016) e de Tóquio (2021). No ano passado, Maria faturou mais um ouro, ao conquistar o Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia.
Tóquio: Brasil conquista mais duas medalhas
Choro olímpico por injustiça no tatame
Em sua trajetória vitoriosa nos tatames, Portela só não tem o título olímpico. Nos Jogos de Tóquio, no ano passado, a chance escapou mais uma vez. A judoca gaúcha foi desclassificada em uma luta com arbitragem bastante criticada.
No confronto entre a gaúcha e a russa Madina Taimazova, do Comitê Olímpico da Rússia, o árbitro aplicou uma punição que desclassificou a brasileira. O combate entre as duas durou mais de 14 minutos, e Portela chegou a derrubar a oponente. No final da luta, Maria Portela chorou e recebeu o apoio dos brasileiros.
Aos 12 anos, tenista de Santa Maria lidera ranking
Outros atletas
Quem também competiu para subir ao pódio na tarde deste sábado foi o brasiliense Guilherme Schmidt, de 21 anos, atual campeão mundial militar na categoria até 81kg. No entanto, na disputa pelo bronze, Schmidt foi superado pelo japonês Yuhei Oino, terminando a competição em quinto lugar.
Neste domingo (30) mais quatro brasileiros vão em busca do pódio em Odivelas: Beatriz Freitas (78 kg), Rafael Macedo (90 kg), Rafael Buzacarini (100 kg) e Juscelino Nascimento (+100 kg). As lutas começam a partir das 8h30 (horário de Brasília), com finais sempre às 14h.
(Com informações da Agência Brasil)