O prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) deverá anunciar ainda esta semana sua decisão sobre o novo valor da passagem de ônibus em Santa Maria. Na segunda-feira (28), o Conselho Municipal de Transportes (CMT) aprovou o reajuste dos atuais R$ 4,20 para R$ 5,34.
No entanto, na semana passada, Pozzobom disse em suas redes sociais que não concederia os R$ 5,34 pleiteados pela Associação dos Transportadores Urbanos (ATU).
Em postagem nas redes sociais, o prefeito de Santa Maria disse estar preocupado com a situação dos trabalhadores do transporte coletivo por conta da defasagem salarial.
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“Vamos buscar um valor razoável”
Da mesma forma, reconheceu que o preço dos combustíveis reflete nos custos das empresas de transporte urbano, o que impacta diretamente na tarifa. No entanto, descartou, antecipadamente, o reajuste aprovado pelo CMT.
“Vamos buscar um valor que seja razoável, mas já adianto que não será os R$ 5,34”, antecipou-se o prefeito, que deve anunciar novas medidas para compensar um reajuste.
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Conselho votou pelos R$ 5,34
Na votação de segunda-feira, nove entidades votaram a favor do aumento para R$ 5,34, enquanto outras três foram contrárias. Houve, ainda uma abstenção.
Durante a reunião do CMT, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) apresentou um parecer argumentando que o novo valor apontado para a tarifa desconsidera a crise econômica que compromete a vida da população.
“Em dois anos de pandemia, foram pelo menos três vezes que se tornou pública essa pressão à Prefeitura Municipal. Entretanto, foi apenas agora que a Secretaria de Mobilidade Urbana acatou e apresentou o cálculo tarifário, usando como base os dados de 2021, com a justificativa de que o serviço está insustentável, e que todo mundo deve compartilhar as responsabilidades”, observou Luiz Bonetti, coordenador do DCE.
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“Nada de novo é apresentado”, diz DCE
“O que ocorre é que ao mesmo tempo que o discurso é da insustentabilidade do serviço, quase que nada de novo é apresentado. Está longe de ser novidade em Santa Maria que a alternativa encontrada como solução é o aumento na tarifa. Mas o que os números não mostram, afinal não foi sequer citado tanto no relatório quanto no parecer, é que a população empobreceu e muito, devido a pandemia e a atual crise econômica”, afirmou o líder estudantil.
Ainda segundo o DCE e outras entidades contrárias ao aumento da passagem, o reajuste de 27% proposto pelos empresários não encontra contrapartida na melhoria do serviço.
O representante do DCE afirmou ainda que serão cortados 100 ônibus da frota (15 veículos serva), além de uma redução de 75% do número de cobradores.
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COMO VOTOU O CONSELHO MUNICIPAL DE TRANSPORTES
A FAVOR DO AUMENTO
- Ordem dos Advogados do Brasil
- Prefeitura (2 votos)
- Câmara de Comércio, Industria e Serviços de Santa Maria (Cacism)
- Sindicato dos Contadores
- Sindicato Rural
- Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sitracover)
- ATU
- Transportadores Distritais
CONTRÁRIOS AO AUMENTO
- União das Associações Comunitárias (UAC)
- Diretório Central dos Estudantes (DCE)
- Sindicato dos Trabalhadores Urbanos
QUEM SE ABSTEVE
- Sindicato os Taxistas (Sinditáxi)
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Em audiência pública, lideranças reclamam
Já na audiência pública sobre o transporte coletivo realizada na noite de segunda-feira pela Comissão de Políticas Públicas, Assuntos Regionais e Distritais da Câmara de Vereadores de Santa Maria, outras entidades e lideranças se manifestaram sobre o reajuste e a qualidade do serviço.
O líder comunitário Márcio Fernandes, que integra a Associação de Moradores da Via Brenner, Bairro Divina Providência, zona Norte de Santa Maria, afirmou que não há linhas de transporte público para o local onde mora.
“Eu sou contra o aumento da tarifa de ônibus, porque sou da periferia. Mas mesmo com o aumento, eu gostaria que a Vila Brenner tivesse uma linha de ônibus”, afirmou Fernandes.
Outra que reclamou da qualidade do serviço foi Juliano Bitencourt, morador da Vila Rossi, Bairro Pinheiro Machado, zona Oeste de Santa Maria.
“Muitas vezes, a gente fica a pé, porque estragam os ônibus. E o valor proposto da tarifa não condiz com a qualidade do ônibus”, apontou Bitencourt.
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Bispo e promotora se manifestam
Houve até manifestação de liderança religiosa. O bispo da Igreja Anglicana de Santa Maria, Francisco de Assis da Silva, disse que os R$ 5,34 aprovados pelo CMT se igualam às tarifas de grandes cidades brasileiras.
“ O transporte público não é mercadoria, é serviço. Mercadoria, a gente vende. Serviço, a gente presta”, afirmou Francisco de Assis.
A promotora de Justiça Giani Saad disse, por sua vez que o Ministério Pública está trabalhando para que, em junho deste ano, seja publicada a nova licitação do transporte coletivo de Santa Maria, que já foi adiada mais de uma vez.
(Com informações da Seção Sindical da UFSM/Sedufsm e da Câmara de Vereadores de Santa Maria)
