Um incêndio no Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos (Cetrat), em Carazinho, na região Norte do Rio Grande Do Sul, deixou 11 pessoas mortoas e três feridas, uma delas, em estado grave. Embora com menor número de vítimas, a tragédia relembra o incêndio da boate Kiss, que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos em Santa Maria (leia mais sobre o desfecho da tragédia da Kiss, abaixo).
Segundo a Prefeitura de Carazinho, o fogo começou pouco depois das 23h desta quinta-feira (23), quando havia 15 pessoas no local, entre pacientes e funcionários.
Além das 11 vítimas – dez pacientes e um monitor – há três pessoas feridas que se encontram internadas, informou à Agência Brasil o secretário-geral da prefeitura, tenente Fernando Costa. Um dos feridos foi transferido para um hospital de Passo Fundo, devido à gravidade das lesões.
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Prédio era quase todo de madeira
De acordo com o secretário, o prédio incendiado é, em sua maior parte, construído em madeira e localizado no bairro Vila Rica, a cerca de 1 quilômetro do centro da cidade.
“Trata-se de uma entidade particular ligada ao Ministério da Cidadania, que, segundo a documentação, não apresentava problemas e tinha, como responsável, o pastor Edílson Batista”, detalhou o tenente.
Costa acrescentou que nenhuma edificação próxima foi afetada pelo incêndio, e que a prefeitura já montou um QG (quartel-general) de assistência social próximo do local, para dar amparo às famílias.
“Apenas o monitor e uma das vítimas eram da cidade. As demais eram de fora. Por isso estamos mobilizados para fazer o encaminhamento das vítimas a seus municípios de destino”, informou.
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Perícia e luto oficial de três dias
Peritos e bombeiros estão desde a madrugada desta sexta-feira (24) no local fazendo levantamentos. Uma nota de pesar foi publicada pela prefeitura, na qual o prefeito Milton Schmitz lamenta o ocorrido e decreta luto oficial de três dias no município, em respeito as vítimas e seus familiares.
“Carazinho vive um luto coletivo neste momento triste em que a tragédia se abate sobre as famílias das vítimas de um incêndio de grandes proporções no Centro de Tratamento e Apoio a Dependentes Químicos de Carazinho, um espaço que recuperou muitas vidas”, diz a nota.
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Ministério da Cidadania se manifesta
Também em nota, o Ministério da Cidadania se manifestou sobre a tragédia, que está sendo investigada pela Polícia Civil de Carazinho. Nenhuma possibilidade é descartada, conforme informações do site G1RS.
“O Ministério da Cidadania se solidariza com as pessoas em tratamento, com as famílias das vítimas e com os funcionários do Cetrat e está acompanhando de perto as investigações sobre as causas do incêndio. O Centro de Tratamento e Apoio a Dependentes Químicos (Cetrat), localizado em Carazinho (RS), recebe investimentos do Governo Federal e está em situação regular”, diz o comunicado.
Incêndio da Kiss resultou em condenações
Embora em menores proporções em termos de vítimas, o incêndio em Carazinho lembra a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria. Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, a casa noturna localizada na Rua dos Andradas, no Centro de Santa Maria, pegou fogo e matou 242 pessoas, a maioria jovens.
Em dezembro do ano passado, após nove anos de espera, o júri popular condenou os quatro réus do processo criminal. Desde 14 de dezembro, quando saiu a sentença, os sócios da boate, Mauro Hoffmann e Elissandro Sphor, o Kiko, e os integrantes da Banda Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão estão presos em regime fechado.
Eles foram condenados por dolo eventual, situação em que, mesmo não tendo intenção de matar, os réus agiram de forma que contribuiu para as mortes. A condenação por dolo eventual foi inédita no país.
(Com informações da Agência Brasil e do site G1RS)