Paralelo 29

O fácil acesso a armas de fogo é nossa tragédia anunciada

Foto: Agência Brasil, Arquivo

ROBSON ZINN – ADVOGADO

O Brasil chorou na última semana. O ataque a duas escolas do Espírito Santo expõe um problema grave em nosso país: o fácil acesso a armas de fogo. O assassino é adolescente, filho de policial e as autoridades estão investigando a motivação do crime. Até o momento, se sabe que ele fazia acompanhamento psicológico e que sofria bullying na escola.

Um ataque dessa magnitude, nos estarrece e enfurece ao mesmo tempo. São urgentes as leis que precisam frear o fácil acesso a armas no Brasil. Além disso, é necessário evitar tragédias como esta com educação, mas educação lá dentro de casa. Não posso fazer juízo sobre os pais do adolescente, não conheço sua história, mas um pai cuja profissão exige o uso de arma, precisa ter um sistema familiar que suporte isso. Caso contrário, a tragédia é anunciada, seja voluntária ou não.

A questão que levanto com este fato vai ao encontro da responsabilidade social. O governo precisa sempre ajustar suas leis em benefício e proteção da população; e o cidadão deve estar atento quanto suas responsabilidades familiares e sociais. Como estudioso de direito penal, tudo que posso lhes dizer é sobre minha experiência. Sou claramente levado a falar sobre educação e oportunidades. Estas duas palavras são potentes e mudam, com certeza, os rumos de uma vida.

Penso que não é armando o cidadão que se gera segurança, mas fornecendo a esta mesma população acesso a políticas públicas que viabilizem saúde, educação e emprego. Ao falarmos sobre isso, adentramos a outro problema: a probreza que cresce a cada dia nas periferias. Enfim, o reflexo da falta de investimentos dos governos. Garantir segurança é o mínimo a se oferecer como Estado e, não, armando de forma pouco criteriosa a população.

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