ROBSON ZINN – ADVOGADO
Nesta semana, Santa Maria revive um fato passado que, na verdade, é muito presente: há 10 anos, 242 jovens perdiam a vida na tragédia da Boate Kiss e outros 600 ficavam feridos.
Entre tantas idas e vindas do processo, os réus (donos e integrantes da banda) respondem em liberdade e aguardam novo julgamento, os gestores municipais e estaduais não tiveram penas aplicadas. Além desta pauta, Santa Maria vive outras que se entrelaçam com a vida de jovens.
Desde este acontecimento que entristeceu o mundo, os estudantes são tema recorrente para o poder público, principalmente com a aproximação da festa da calourada que ocorre em poucas semanas.
A prefeitura mudou o local da festa. Passa a ser na Gare o encontro que reunia milhares de jovens na Praça Saturnino de Brito. O DEC da UFSM reclama que não foram consultados e reivindica ações por parte do poder público.
Ano passado, um jovem foi morto após uma das festas. Os órgãos públicos têm a obrigação de promover segurança em um evento que ocorre anualmente. A festa da calourada não é novidade e as autoridades precisam se posicionar fortemente nessa direção.
Claro que muitas ações já foram realizadas, mas, a palavra é EXEMPLO de segurança. É onde, no mínimo, Santa Maria deve figurar depois de uma tragédia envolvendo centenas de jovens.
A Lei Kiss ainda tramita. Ela estabelece diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público. À justiça, cabe os julgamentos; ao poder público, a prevenção para que tragédias assim não se repitam. O cerco precisa fechar cada vez mais em prol do amparo da população. Segurança: é tudo que queremos e merecemos.