Corpo de João Lopes da Silveira Júnior foi avistado por maquinista da Rumo embaixo da ponte da Euclides da Cunha, junto aos trilhos, no Bairro Itararé
Conhecido na noite e no meio carnavalesco de Santa Maria, o proprietário do Boteco do Maré, João Lopes da Silveira Júnior, 40 anos, foi encontrado morto na manhã deste sábado (4) embaixo da ponte da Rua Euclides da Cunha, junto dos trilhos de trem, no Bairro Itararé, região Nordeste da cidade.
O corpo de João Lopes foi avistado por um maquinista da Rumo, concessionária da malha ferroviária de Santa Maria. Ele avisou os seguranças da empresa, que chamaram a Brigada Militar.
Segundo a ocorrência registrada pela Brigada Militar, o corpo de um homem estava caído, de barriga para baixo, embaixo da ponte da Euclides da Cunha. Ele estava sem camisa e com uma calça preta rasgada. Quando os brigadianos chegaram ao local, a vítima já estava morta.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi ao local para atestar a morte do homem, que foi, enfim, identificado como João Lopes da Silveira Júnior.
A Polícia Civil de Santa Maria esteve no local para realizar a perícia. A ocorrência foi registrada como encontro de cadáver pela Brigada Militar, mas a morte do comerciante será investigada pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP). A causa da morte não foi divulgada.
Bar virou referência do samba na cidade
João Lopes abriu o Boteco do Maré (ou da Maré, como diziam os frequentadores) na Rua Vale Machado, no Bairro Nossa Senhora do Rosário, a duas quadras da Câmara de Vereadores, na área central da cidade.
O local tornou-se a casa dos sambistas e carnavalescos de Santa Maria. Depois, João Lopes transferiu o estabelecimento para a Rua Dr Bozano com Visconde de Pelotas, no Bairro Bonfim, próximo do quartel do Corpo de Bombeiros, também na área central da cidade.
“O Boteco da Maré era uma referência na cidade por ser o único bar de samba”, diz Sergio Marques, o Serginho, presidente do Conselho Municipal de Cultura e assessor de comunicação da Escola de Samba Vila Brasil, a mais antiga agremiação carnavalesca santa-mariense.
A Vila Brasil era uma das paixões de João. Ele era incentivador da escola e era pai da Garota Vermelho e Branco da agremiação, Cecília da Silveira.
HOMENAGEM DA VILA BRASIL
Em suas redes sociais, a Vila Brasil divulgou uma mensagem de pesar pela morte do empresário:
“Com pesar, a Vila Brasil silencia seus tambores pelo falecimento de João Lopes Júnior. João foi um dos grandes lutadores da cultura do samba em Santa Maria com o seu Boteco da Maré. É pai da nossa Garota Vermelho e Branco, Cecília da Silveira.
Ficamos com as boas lembranças e o desejo do descanso eterno com uma passagem para o plano espiritual repleta de luz. Nossos sentimentos aos familiares”
Empreendimento voltou ao antigo endereço
Ainda segundo Sergio Marques, o empreendimento da família Silveira havia voltado a funcionar no antigo endereço, na Vale Machado. Porém, não mais como bar, mas sim como uma distribuidora.
João Lopes era casado com Lidiane Nascimento, com quem administrava o empreendimento comercial da família. Em seu perfil no Facebook, Lidiane agradece pelas mensagens de pesar pela morte de João, a quem ela se refere “como o amor da minha vida”. “Gratidão pelo carinho de todos nesse momento triste, dolorido para nossa família”, postou Lidiane.
Velório e homenagem
Segundo informações da Vila Brasil e da família, o velório de João Lopes será realizado neste sábado, a partir das 20h, nas capelas mortuárias do Complexo Velatório AM Brum Angelus.
A Vila Brasil confirmou que um evento marcado para este sábado, na quadra da escola, está mantido e será realizado “com muito samba em homenagem ao João”.