Médico pegou pena um pouco menor que no júri anterior, que foi anulado
O médico Leandro Boldrini, 47 anos, acusado de participação no assassinato do filho, Bernardo Boldrini, de 11 anos, em 2014, foi condenado a 31 anos e 8 meses de reclusão, em regime fechado.
A juíza Sucilene Audino, da Comarca de Três Passos, leu a sentença no início da noite desta quinta-feira (23), após quatro dias de júri.
CONFIRA AS PENAS
- Homicídio quadruplamente qualificado – 30 anos e 8 meses de reclusão
- Falsidade ideológica – 1 ano de reclusão falsidade
Este é o segundo júri a que ele é submetido, já que o primeiro foi anulado. Boldrini foi julgado em 2019 e condenado juntamente com outros três acusados.
O médico pegou 33 anos e 8 meses de reclusão, mas em dezembro de 2021, a 1ª Câmara Criminal Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) anulou o júri e determinou novo julgamento. Desta vez, porém, ele foi absolvido da ocultação de cadáver.
O júri anterior foi anulado porque, na hora em que o médico era interrogado, o promotor do caso teria feito acusações em vez de perguntas.
Assim, a defesa de Boldrini alegou que o réu não teve “um julgamento justo”. A tese foi acolhida pelos desembargadores do TJRS.
Como será o julgamento
Desaparecimento e localização do corpo
Bernardo, de 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos. Na época, o desaparecimento teve grande repercussão nas redes sociais, principalmente em Santa Maria, terra natal da mãe do menino, Odilaine Ugliane, e da avó, Jussara Uglione.
Dez dias depois do sumiço, o corpo de Bernardo foi encontrado em uma cova dentro de uma propriedade, em um matagal, às margens do Rio Mico, na localidade de São Francisco, na cidade vizinha de Frederico Westphalen. O corpo estava envolto em um saco plástico.
A implicação do pai e da madrasta
Bernardo morava em Três Passos com o pai, a madrasta Graciele Ugulini e uma irmã de um ano, filha de Boldrini com Graciele. Na época, o pai disse que o garoto havia retornado de uma viagem a Frederico Westphalen onde teria ido passar o final de semana na casa de um amigo.
O garoto deveria ter retornado no final da tarde do dia 6 de abril, o que não ocorreu. No dia em que o corpo foi encontrado, Leandro e Graciele foram presos.
A Polícia Civil passou a investigá-los como suspeitos da morte do menino. Boldrini seria o mentor intelecual, enquanto Graciele seria a executora do crime. Para isso, ela contou com a ajuda de uma amiga, Edelvania Wirganovicz.
Dias depois, o irmão de Edelvania, Evandro Wirganovicz, foi preso sob a acusação de ter preparado a cova onde Bernardo foi enterrado.
Assassinato premeditado
O assassinato de Bernardo teria ocorrido porque ele estaria “atrapalhando” a relação do casal. Também haveria interesse financeiro envolvendo uma herança.
O crime foi planejado, segundo o Ministério Público. Sem saber do plano, Bernardo viajou até Frederico Westphalen, onde a madrasta o levaria a uma benzedeira. O menino morreu por uma superdosagem de um sedativo dado por Graciele Ugulini.
O MPRS sustenta, ainda, que “depois de ajudar a matar e enterrar o filho, para que ninguém descobrisse o crime, Leandro Boldrini fez um falso registro policial do desaparecimento de Bernardo.
Primeiro júri teve quatro condenados
O primeiro júri do Caso Bernardo ocorreu em março de 2019. Após cinco dias de trabalhos e mais de 50 horas de duração, a juíza Sucilene Engler leu a sentença que condenou Leandro, Graciele, Edelvania e Evandro. A pena maior foi da madrasta. O único que não está preso é Evandro, que pegou a pena menor.
AS PENAS A QUE OS RÉUS FORAM CONDENADOS
- Leandro Boldrini, pai de Bernardo – 33 anos e 8 meses de prisão
- Graciele Ugulini, madrasta de Bernado – 34 anos e 7 meses de reclusão
- Edelvania Wierganovicz, amiga da madrasta – 22 anos e 10 meses
- Evandro Wirganovicz – 9 anos e 6 meses. Ele é o único condenado em regime semiaberto
Menino está sepultado em Santa Maria
O corpo de Bernardo Uglione foi velado em Santa Maria, terra da mãe, que já era falecida, e da avó materna, que morreu em 25 de agosto de 2017.
Bernardo está sepultado em Santa Maria no mesmo túmulo da mãe e da avó, no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria, no Bairro Patronato. O túmulo é bastante visitado há placas em agradecimento ao menino por supostas graças.
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10/12/21: Caso Bernardo: Determinado novo julgamento para Leandro Boldrini
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(Com informações do TJRS)