Paralelo 29

Caso Bernardo: Boldrini é internado no Instituto Psiquiátrico Forense

Foto: Márcio Daudt, TJRS

Medida foi autorizada pela Justiça de Porto Alegre

O médico Leonardo Boldrini, 47 anos, condenado na semana passada pela morte do filho, Bernardo, de 11 anos, em abril de 2014, foi encaminhado nessa segunda-feira (27) para o Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegre, para atendimento e avaliação médica psiquiátrica.

A juíza Priscila Gomes Palmeiro, da 1ª Vara de Execuções Criminais da Capital, autorizou a medida no domingo (26) após uma visita à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), em Charqueadas.

Boldrini está preso na Pasc e, anteriormente, havia sido levado ao Hospital Vila Nova. No entanto, devido à falta de um médico especialista de plantão, não foi possível o atendimento especializado.

Caso Bernardo: Boldrini é condenado a 31 anos e 8 meses pela morte do filho

Avaliação tem duração máxima de 15 dias

Conforme o juiz Alexandre Pacheco, da Vara de Execuções e Penas e Medidas Alternativas (VEPMA) de Porto Alegre, responsável pela liberação da vaga no IPF, a avaliação psiquiátrica tem duração máxima de 15 dias. Após, os médicos irão considerar a necessidade ou não da permanência de Boldrini no local.

Julgado por júri popular na semana passada, em Três Passos, Boldrini foi condenado a uma pena de 31 anos e oito meses de prisão por homicídio quadrualmente qualificado e falsidade ideológica.

O júri, que se encerrou na quinta-feira (23), durou três dias e foi transmitido pelo canal do Tribunal de Justiça do RS (TJRS) no Youtube.

Caso Bernardo: MP pede condenação de Boldrini com pena máxima; defesa sustenta inocência

Defesa e acusação vão recorrer

Tanto a defesa de Boldrini como o Ministério Público (MP) anunciaram que irão recorrer do resultado. A defesa ainda tenta a absolvição do médico, enquanto o MP quer ampliar a pena.

Em 2019, Boldrini havia sido condenado a 33 anos e 8 meses de cadeia pela morte de Bernardo, porém o Tribunal de Justiça anulou o júri por entender que houve prejuízo à defesa do acusado.

Como foi o assassinato de Bernardo

Bernardo tinha 11 anos quando foi assassinado em Frederico Westphalen/Foto: Reprodução, Arquivo Pessoal

Bernardo foi assassinado em abril de 2014, em Frederico Westphalen, cidade vizinha a Três Passos, onde o menino morava com o pai, a madrasta Gaciele Ugulini e uma irmã, filha do casal. Graciele foi condenada por matar o enteado com uma superdosagem de medicamento.

Com a ajuda de uma amiga, Edelvânia Wierganovicz, ela enterrou o menino em uma cova, ocultando o cadáver. Irmã de Edelvânia, Evandro Wirganovicz também teve participação no crime. Todos foram condenados em júri popular pelo assassinato de Bernardo.

Ao Vivo: Acompanhe o júri do caso Bernardo

AS PENAS A QUE OS RÉUS FORAM CONDENADOS

  • Leandro Boldrini, pai de Bernardo – 31 anos e 8 meses de prisão, no segundo julgamento
  • Graciele Ugulini, madrasta de Bernado – 34 anos e 7 meses de reclusão
  • Edelvania Wierganovicz, amiga da madrasta – 22 anos e 10 meses
  • Evandro Wirganovicz – 9 anos e 6 meses. Ele é o único condenado em regime semiaberto

Herança seria um dos motivos do crime

Segundo o MP, o pai e a madrasta não queriam dividir com Bernardo a herança deixada pela mãe dele, Odilaine (que morreu em 2010), e o consideravam um estorvo para o novo núcleo familiar.

O casal ofereceu dinheiro para Edelvânia ajudar a executar o crime. Bernardo, não sabendo do plano, aceitou, no dia em que foi morto, ir até Frederico Westphalen com a madrasta.

(Com informações de Márcio Daudt – Assessoria de Comunicação do TJRS)

  

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