ROBSON ZINN – ADVOGADO COM ESPECIALIZAÇÃO E MESTRADO COM ÊNFASE EM POLÍTICAS PÚBLICAS
A morte violenta de uma criança é um dos crimes mais chocantes e hediondos que alguém pode cometer e, infelizmente, passamos a viver este pesadelo no Brasil. Muito disso é reflexo da radicalização da vida em vários aspectos (política, futebol, vida familiar, etc), por qualquer motivo.
Não existe mais tolerância. Onde está a empatia? Vivemos ontem, mais uma tragédia indescritível que deixa uma dor profunda e duradoura em nós. Em face de tal atrocidade, muitos podem achar difícil ou até impossível perdoar o assassino, pois ninguém é mais inocente do que uma criança.
Embora o perdão seja um processo poderoso que trás alívio e cura, a morte violenta de uma criança pode ser considerada um crime tão terrível que não há espaço para o perdão.
Afinal, uma criança é indefesa, inocente e dependente dos adultos que a cercam para proteção e cuidado. Quando essa confiança é quebrada e a criança é vítima de violência, se torna difícil imaginar como alguém pode justificar tal ato e nos perguntamos: onde nossos filhos estão seguros?
Não dar o perdão ao assassino pode ser uma forma de afirmar o valor da vida humana e a importância de proteger os mais vulneráveis em nossa sociedade. Pode também ser uma forma de honrar a memória da criança e enviar uma mensagem clara de que a violência não será tolerada.
A decisão de não perdoar é uma forma de buscar justiça e responsabilizar o assassino pelo seu crime. A justiça não pode trazer a criança de volta, mas pode trazer um senso de prestação de contas e uma medida de paz para aqueles que sofrem com a perda.
Em última análise, não há resposta única ou correta para lidar com a morte brutal, arquitetada friamente. Cada pessoa lida com tragédias de maneira diferente e a decisão de perdoar ou não cabe às pessoas afetadas pelo crime.
É importante que a sociedade reconheça a gravidade desse tipo de crime e trabalhe para prevenir a violência contra crianças e garantir que a justiça seja feita em nome das vítimas inocentes. Precisamos estar seguros ….
