Paralelo 29

General visto com golpistas pede demissão do GSI e é o primeiro ministro a sair

Lula e o general G. Dias/Foto: José Cruz, Agência Brasil

Lula “aceitou” pedido de afastamento encaminhado por Gonçalves Dias

O general Gonçalves Dias pediu afastamento do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República nesta quarta-feira (19). Segundo a Secretaria de Comunicação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já aceitou o pedido de demissão.

General da reserva, Gonçalves Dias é o primeiro ministro a deixar o governo no terceiro mandato de Lula. O ministro deixou o cargo no mesmo dia em que vídeos que estavam sob sigilo por fazerem parte de inquérito policial foram divulgados pela CNN.

General Gonçalves Dias nas imagens da invasão do Palácio do Planalto em 8 de janeiro/Foto: Reprodução

As imagens mostram o general e outros funcionários da pasta dentro do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, quando vândalos invadiram as sedes dos Três Poderes.

Em nota, o GSI esclareceu que as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança para evacuar o quarto e o terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após a chegada de reforços do pelotão de choque da Polícia Militar do Distrito Federal, os golpistas foram presos. No entanto, o clima ficou

“Quanto às afirmações de que agentes do GSI teriam colaborado com os invasores do Palácio do Planalto, informa-se que as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste Ministério e se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados”, diz o gabinete, em nota.

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República, também em nota, afirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.

Conhecido como G. Dias, o militar já havia atuado no comando da segurança pessoal de Lula entre 2003 e 2009. Nessa época, era chamado de “sombra de Lula”. Já na campanha eleitoral do ano passado, o oficial chegou a auxiliar na organização dos eventos dos quais o petista participou.

Em reportagem de janeiro deste ano, o Estadão revelou que, sob o comando de Dias, o GSI havia dispensado por escrito o pelotão de 36 homens do Batalhão da Guarda Presidencial. A dispensa ocorreu cerca de 20 horas antes da invasão do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.

Na mesma medida, o presidente também anunciou a exoneração do secretário-executivo do GSI, general Ricardo José Nigri. Os dois principais cargos do GSI ficam sem titulares.

Assim que Lula aceitou o pedido de exoneração do general, o governo divulgou o nome do substituto. Será o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, ex-interventor do Distrito Federal, que assumirá interinamente o comando do GSI.

Em 8 de janeiro, logo após os atos golpistas, Lula anunciou Capelli como interventor na Segurança Pública do Distrito Federal. Capelli é um dos principais assessores do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e já atuou nos governos Lula e Dilma Rousseff (PT).

(Com informações da Agência Brasil)

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